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21.2.14

JOSÉ MALHOA


   José Malhoa é um dos mais amados e sem dúvida o mais popular artista português.

De tal modo que um certo entendimento dos valores castiços da nossa cultura se lhe colou como intenso retrato.
. Quem não pensa nos BÊBADOS ou no FADO quando quer metaforizar  as vivências de fuga e de festa do Povo rural ou urbano, ou nao revê ne retrato inventado de Luís de Camões a imagem do trinca-fortes português, conquistador dos mares?

 Este acerto visceral de Malhoa com a carne e a alma do " bom Povo português " prestou-se depois a bastantes iquívocos.

O generoso pintor foi acusado de celebrar o atraso económico, as superstições, o analfabetismo com a sua gesta de vida camponesa.


José Malhoa o pintor. 1885  / 1933.  Fotografia de Arnaldo da Fonseca.
      
Teria como Júlio Dinis ou João de Deus, elaborado um discurso que narrava  uma mítica felicidade telúrica, iludindo a pobreza, a doença, por vezes a miséria moral.

 No contexto da oposição neo - realista dos anos quarenta , Malhoa era um símbolo de resignação quando o que interessava era a luta.




O Fado Ano de 1910   ( Óleo sobre tela  Museu Cidade de Lisboa. )
       
Ou seja, ideologizou-se a pintura, barbaramente descontextualizada da matriz naturalista e oitocentista  que lhe dá sentido.

       Definitivamente se conclui que ele é um excepcional paisagista. ( I )


( I ) Texto de Raquel Henriques da Silva
        Pintores Portugueses
        Edições Inapa


Os Bêbados ou Festejando o S. Martinho  Ano de  1907 ( Óleo sobre tela.) Museu José Malhoa Caldas da Rainha.