Sacerdócios.
Foram instítuidos pelo rei Evandro , que ,expulso da Arcadia, trouxe para a Italia aquele culto, estabelecendo-se no Monte Palatino.
Estes sacerdotes imolavam cabras brancas nos dias de festa, corriam nús pela cidade cobrindo com peles dos mesmos animais apenas o sexo, e com chicotes das mesmas peles iam açoitando todos que encontravam, não poupando as mulheres, acreditando que com esse gesto as tornavam fecundas.
A festa de pan chamava-se Lupercalia.
14º Poticios e Pinarios - eram sacerdotes particulares de Hércules.
Corre a respeito deles a tradição fabulosa de que vindo os Pinarios em certa ocasião atrasados para o sacrifício, lhes foi daí em diante vedado o comerem das entranhas da vítima, e que ficaram como ministros dos Poticios : Mas que na censura d'Apio, devolvendo os Poticios as funções do seu sacerdócio aos escravos públicos, por insinuação daquele censor , foram, por uma punição da divindade, excluidos do sacerdócio, extinguindo-se esta família no espaço de um ano, e sendo o magistrado privado da vista: e que por isso ficou o sacerdócio exclusivamente pertencente aos Pinarios, coadjuvados pelos referidos escravos.
15º Galos - Eram os sacerdotes empregados no culto da Deusa Cybele; o seu chefe era chamado Archigalo
Celebravam os sacrifícios ao som de adufes e tambores, correndo furiosos por diferentes partes, e levando facas nas mãos, com que faziam incisões nos braços e nas coxas das pernas. Castravam-se por imitarem o mancebo, de quem a fábula conta que se fizera eunuco, porque, sendo amado por Cybele, esta deusa o trocara por outro amante.
Os galos também se chamavam Corybantes, Dactylos o Curetes.
16º Vestaes - ( Virgens sacerdotisas ) consagradas ao culto da deusa Vesta: eram seis, e escolhidas na idade de seis a dez anos.
Faziam voto de virgindade por espaço de trinta anos, de que os primeiros dez eram empregados em aprender as obrigações do seu sacerdócio, os segundos em as praticarem, e os terceiros em as ensinarem às outras.
Tinham obrigação de conservar sempre aceso o fogo sagrado no altar de Vesta, e aquela que, por desgraça,o deixava apagar, era cruelmente açoitada pelo soberano Pontífice. Considerava-se um mau preságio a extinção daquele fogo, porque da sua conservação dependia a do Império Romano; e só se podia de novo acender pelos raios do Sol atravez de lentes ustorias.
Gosavam as vestaes dos seguintes previlégios:
I - Legar os seus bens a quem quizessem, mesmo a menores.
II - Salvar da morte o réu que estivesse para ser executado, só por terem posto os olhos nele no acto da execução.
III - Ter coche especial, e lugar distinto nos espectáculos.
IV - Vestir a toga pretexta e ser acompanhadas de um lictor.
V - Ser o seu testemunho recebido em juízo sem juramento.
A que violava o voto, era ao princípio açoitada até espirar à força dos golpes. Numa condenou-as a morrer apedrejadas; mas Tarquinio Prisco impoz às Vestaes desonradas o suplício de serem enterradas vivas numa cova junto à Porta Colina, para onde as faziam descer por uma escada, e ali as encerravam depois de lhes porem luz, cama,pão água, leite e azeite.
O suplício de uma Vestal era seguido de luto público, e no espaço de mil anos que existiu este sacerdócio, dezoito foram supliciadas pelo crime de lesbianismo.
17º Sacerdotisas da boa Deusa - ( Deae Bonae sacerdotes ) faziam os sacrifícios a esta divindade, que também era conhecida pelos nomes de Fauna ou Fatua.
A festa desta deusa, a que só eram admitidas mulheres e donde até retiravam os " retratos" de homens , era celebrada num local escuro e retirado a que davam o nome de opertorium, para onde as sacrificadoras levavam leite para oferecer à deusa.
Passavam -se, não obstante a pretendida modéstia actos censuráveis naqueles ministérios. Chegaram a introduzir-se homens no Opertorium disfarçados de mulheres. Como fez Caio Clodios para ver uma dama que requestava. *
* Continuarei oportunamente.