Ou melhor, foi tornada pública a versão não classificada do Relatório. A versão com a informação eventualmente mais interessante, só será vista por quem tiver requisitos para tal.
Quem acompanha esta temática, de certo se recordará da audiência no Congresso Americano, ocorrida a 17 de Maio de 2022, durante a qual, Ronald Moultrie (sub-Secretário de Inteligência do Departamento de Defesa) e Scott Bray (vice-Director de Inteligência da Marinha) tentaram prestar contas aos congressistas, sobre o estado de conhecimento do Departamento de Defesa acerca do fenómeno ovni, em especial, os avanços na recolha de informação, desde a publicação do Relatório inicial, a 25 de Junho de 2021.
Ora, a secção 1683 da Lei de Defesa Nacional de 2022, previa que um Relatório Anual fosse publicado até 31 de Outubro, mas para desespero de muitos bloggers e podcasters da moda, fez-se silêncio. Entrámos em Novembro, e o Departamento de Defesa não parecia ter pressa, respondendo aos muitos pedidos de informação, com algum enfado: não estava definida nenhuma data para a publicação do tão desejado documento.
A 16 de Dezembro, o Departamento de Defesa deu uma conferência de imprensa, presidida por Ronald Moultrie, com o objectivo de dar a conhecer o nome da nova entidade que se encontrava a gerir, desde Julho, toda a informação relativa a UAPs: AARO - All-domain Anomaly Resolution Office (algo como Escritório/Departamento de Resolução de Anomalias de Todos os Domínios), do qual o cientista Seán Kirkpatrick é o Director.
Chegados à segunda semana de Janeiro, já em 2023, eis que finalmente o Relatório de 2022 é publicado. Sem estrondo, sem grandes novidades face ao anterior relatório, ficamos a conhecer a existência de 366 novos casos, a juntar aos 144 reportados em Junho de 2021: destes, 119 ainda referentes ao período 2004-2021, mas que só foram sendo conhecidos ao longo do último ano e 247 ocorridos entre Junho 2021 e Agosto 2022.
De notar que no Relatório de 2021, o Departamento de Defesa assumia que só havia sido possível explicar 1 dos 144 casos reportados.
No Relatório presente, dos 366 novos casos analisados, 177 ficaram sem explicação até ao momento. Nalgumas situações, repetiu-se a exibição por parte dos fenómenos/objectos observados, de capacidades de manobra fora do normal.
A nova lei de Defesa Nacional para 2023, promulgada por Joe Biden em Dezembro, tem 34 páginas dedicadas aos fenómenos aéreos não identificados, dando instruções específicas à AARO para os próximos meses, incluindo recolha de informação sobre casos passados que tenham envolvido instalações nucleares, assim como o levantamento histórico pormenorizado sobre incidentes OVNI/UAP, desde Janeiro de 1945 até ao presente.
Na audiência de Maio, o Congressista Mike Gallagher questionou Ronald Moultrie e Scott Bray sobre o incidente da base de Malmstrom, tendo os dois negado qualquer conhecimento.
O Capitão Robert Salas, que em 1967 testemunhou este incidente, durante o qual cerca de uma dezena de mísseis com ogivas nucleares entraram em modo inactivo após o surgimento de um OVNI sobre a base, confirmou recentemente no Twitter, que terá sido chamado a depôr, enquanto testemunha directa, o que será um reflexo do interesse do Congresso e do estipulado na nova lei.
2023 talvez prometa novas revelações, mas que serão sempre condicionadas em função do interesse estratégico dos EUA.
Assumido no Relatório, e já mencionado por diferentes actores do meio, como Christopher Mellon: não está em causa o “bem” da humanidade, mas sim as implicações para a segurança nacional dos EUA.