Ser crítico em qualquer assunto deve ser mais fácil do que ser o criticado, imagino. Arte também tem essa característica: os entendedores de Arte nem sempre conseguem se expressar com tinta e pincel.
E ainda assim tece-se teses e tratados sobre a obra de grandes pintores. Quanto maior a fama de determinado artista, mais ele rende em termos de vendagem ou mesmo de valor de suas obras em leilões especializados.
É da natureza humana essa necessidade de opinar sobre tudo e todos. E também a necessidade de saber a opinião dos outros a respeito de determinado assunto.
Mas, e o que dizer de "Tempestade no Mar da Galiléia" a tela de Rembrandt que ilustra este post? Talvez muito a dizer... Mas não sendo especialista, melhor ser superficial...
Primeiro, deve ser ressaltado o fato de que essa é a única obra a retratar uma paisagem marinha, e isso ajuda a criar uma maior noçao e valor acerca dessa tela.
Parafraseando o título do livro editado pela Cosac Naify, o que faz de um Rembrandt um Rembrandt? Sendo direto, o jogo de luz e sombra de suas telas, a principal marca de sua obra.
Talvez seja importante frisar que Rembrandt era um sujeito com um estilo muito próprio. Isso apenas não o define, claro.
É sabido que no exercício de sua arte conseguiu transmitir grande impacto visual criado pela diferença de luminosidade dos ambientes retratados e que criavam um efeito de profundidade. Diz-se que ele aprendeu muito com as técnicas de Caravaggio e de Da Vinci, demonstrando que mesmo os mestres têm lá suas "fontes"...
Uma curiosidade é que, segundo uma pesquisadora, Rembrandt tinha uma disfunção oftalmológica que não o permitia enxergar em profundidade e isto tornava-lhe mais fácil fazer a transposição do que se via para o que se pintava, pois o mesmo já enxergava em 2D.
Se isso mudar o seu interesse no assunto, saiba que a tela é avaliada em mais de 50 milhões de dólares!
Outra curiosidade, é que no quadro acima, Rembrandt se auto retratou. De roupa azul, boina, mão na cabeça e olhando para você...
Rembrandt está no quadro... Ele está bem ali no meio da tempestade olhando direto para você, mas você não pode vê-lo.
Não pode vê-lo, porque o quadro foi roubado...
Em tempo: em março de 1990, dois homens invadiram o Gardner Museum, em Boston, EUA, e levaram além da já citada obra, mais dois quadros de Rembrandt, um de Manet, um de Vermeer e um de Govaert Flinck. O valor total das obras é estimado em US$ 300 milhões. É, possivelmente, o roubo mais importante de obras de arte ainda por resolver. Em 1994, o museu ofereceu 2,6 milhões de dólares e imunidade a quem devolvesse as obras. Não obteve qualquer resposta. Atualmente, a recompensa por proporcionar qualquer informação que possa contribuir para localizá-las ascende a cinco milhões. Além disso, as autoridades confirmaram que o autor, se decidir devolvê-las voluntariamente, não será detido.
Fontes:
http://alistadelucas.wordpress.com
http://g1.globo.com
http://veja.abril.com.br
http://www.superinteressante.pt/