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23.11.15

RINOCERONTES BRANCOS - QUASE EXTINTOS


Com a morte de Nola restam só três rinocerontes brancos do norte


Uma fêmea de rinoceronte branco do norte, com 41 anos, morreu num jardim zoológico dos EUA, reduzindo para três o número de exemplares desta espécie no planeta, todos em África.
Em 23-11-2015

A morte de Nola, que recebia há mais de uma semana cuidados médicos devido a uma infeção bacteriana e a outros problemas de saúde, foi hoje confirmada por porta-vozes do jardim zoológico de San Diego.
Nas últimas 24 horas, o estado de saúde do animal piorou e os veterinários tiveram de o matar recorrendo à eutanásia, refere um comunicado do zoo.
Nola chegou ao jardim zoológico de San Diego, em 1989, proveniente da República Checa, e era um dos bichos mais acarinhados pelos visitantes.

Os restantes exemplares de rinoceronte branco do norte - duas fêmeas e um macho - vivem numa reserva do Quénia.

16.11.15

CÓDIGO DA ESTRADA EM VIGOR




NOVO Código da Estrada

ATENÇÃO.....!!!! 




MUITO IMPORTANTE
As alterações ao código da estrada abaixo identificadas entraram em vigor. Por isso, a partir deste fim-de-semana, há que parar em todos os STOP, nada de andar de trotinete em cima dos passeios, e retirar a placa de 'procuro novo dono' do automóvel.
Atenção ao pagamento imediato das coimas (bem como das atrasadas).
VELOCIDADE
Sempre que exista grande intensidade de trânsito, o condutor deve circular com velocidade especialmente moderada. Caso não o faça cometerá uma contra-ordenação grave. ( Art.ºs 25.º e 145.º )

  • A velocidade mínima nas auto-estradas passa de 40 para 50 km/h . (Art.º 27.º )

  • A sanção pelo excesso de velocidade é agravada e distinta quando ocorra dentro ou fora da localidade.

  • Assim:

Automóveis ligeiros, motociclos











Excesso de velocidade

Coima

Contra-Ordenação









Dentro
das
Localidades


Até 20 km/h

60 a 300 euros

Leve

20 a 40 km/h

120 a 600 euros

Grave

40 a 60 km/h

300 a 1.500 euros

Muito Grave

Mais de 60 km/h

500 a 2.500 euros

Muito Grave









Fora
das
Localidades


Até 30 km/h

60 a 300 euros

Leve

30 a 60 km/h

120 a 600 euros

Grave

60 a 80 km/h

300 a 1.500 euros

Muito Grave

Mais de 80 km/h

500 a 2.500 euros

Muito Grave





Automóveis pesados











Excesso de velocidade

Coima

Contra-Ordenação









Dentro
das
Localidades

Até 10 km/h

60 a 300 euros

Leve

10 a 20 km/h

120 a 600 euros

Grave

20 a 40 km/h

300 a 1.500 euros

Muito Grave

Mais de 40 km/h

500 a 2.500 euros

Muito Grave









Fora
das
Localidades


Até 20 km/h

60 a 300 euros

Leve

20 a 40 km/h

120 a 600 euros

Grave

40 a 60 km/h

300 a 1.500 euros

Muito Grave

Mais de 60 km/h

500 a 2.500 euros

Muito Grave


PLACAS COLOCADAS NO EIXO DA FAIXA DE RODAGEM

  • Para efeitos de mudança de direcção deixa de existir o conceito de placa de forma triangular. Assim, qualquer placa situada no eixo da faixa de rodagem deve ser contornada pela direita. Contudo, se estas se encontrarem numa via de sentido único, ou na parte da faixa de rodagem afecta a um só sentido, podem ser contornadas pela esquerda ou pela direita, conforme for mais conveniente. ( Art.º 16.º )


ROTUNDAS

  • Nas rotundas, situadas dentro ou fora das localidades, o condutor deve escolher a via de trânsito mais conveniente ao seu destino. ( Art.º 14.º )

  • Os condutores de veículos a motor que pretendam entrar numa rotunda passam a ter de ceder a passagem aos condutores de velocípedes, de veículos de tracção animal e de animais que nela circulem. ( Art.ºs 31.º e 32.º )

  • Os condutores que circulam nas rotundas deixam de estar obrigados a ceder passagem aos eléctricos que nelas pretendam entrar. ( Art.º 32.º )

  • Passa a ser proibido parar ou estacionar menos de 5 metros , para um e outro lado, das rotundas e no interior das mesmas. ( Art.º 49.º )

ULTRAPASSAGEM

  • A ultrapassagem de veículo pelo lado direito passa a ser sancionada com coima de 250 a 1.250 euros. ( Art.º 36.º )

PARAGEM E ESTACIONAMENTO

  • Passa a ser proibido parar e estacionar a menos de 25 metros antes e 5 metros depois dos sinais de paragem dos veículos de transporte colectivo de passageiros - autocarros. ( Art.º 49.º )

  • Passa a ser proibido parar e estacionar a menos de 6 metros antes dos sinais de paragem dos veículos de transporte colectivo de passageiros que circulem sobre carris - eléctricos. ( Art.º 49.º )

  • O estacionamento de veículos ostentando qualquer informação com vista à sua transacção (ex: vende-se, procuro novo dono, n.º de telemóvel, entre outros), é proibido e considerado abusivo, pelo que este será rebocado. ( Art.ºs 50.º e 163.º )

  • A paragem e o estacionamento nas passagens assinaladas para a travessia de peões (passadeiras) passa a ser considerado contra-ordenação grave. ( Art.º 145.º )

TRANSPORTE DE CRIANÇAS

  • As crianças com menos de 12 anos de idade e menos de 150 cm de altura devem ser transportadas sempre no banco de trás e são obrigadas a utilizar sistemas de retenção adequados ao seu tamanho e peso - cadeirinhas. ( Art.º 55.º )

  • É permitido o transporte de crianças com menos de 3 anos no banco da frente desde que se utilize sistema de retenção virado para a retaguarda e o airbag do lado do passageiro se encontre desactivado. ( Art.º 55.º )

  • Nos automóveis que não estejam equipados com cintos de segurança é proibido o transporte de crianças com menos de 3 anos. ( Art.º 55.º )

  • A infracção a qualquer das disposições referidas nos pontos anteriores é sancionada com coima de 120 a 600 euros por cada criança transportada indevidamente. ( Art.º 55.º )

  • O transporte de menores ou ininputáveis sem cinto de segurança passa a ser considerado contra-ordenação grave. ( Art.º 145.º )

ARREMESSO DE OBJECTOS PARA O EXTERIOR DO VEÍCULO

  • O arremesso de qualquer objecto para o exterior do veículo passa a ser sancionado com coima de 60 a 300 euros. ( Art.º 79.º ) - Atenção às beatas, charutos e outros cigarros que devem ser apagados nos respectivos cinzeiros dos carros


TROTINETAS COM MOTOR

Os condutores de trotinetas com motor, um brinquedo que hoje se adquire em qualquer supermercado, têm de usar capacete devidamente ajustado e apertado. ( Art.º 82.º )

  • O trânsito destes veículos não é equiparado ao trânsito de peões, pelo que não podem circular nos passeios. ( Art.º 104.º )

  • Para as restantes disposições do Código da Estrada, estes veículos são equiparados a velocípedes. (Art.º 112.º )

USO DE TELEMÓVEL DURANTE A CONDUÇÃO

  • A utilização de telemóvel durante a condução, só é permitida se for utilizado auricular ou sistema alta voz que não implique manuseamento continuado. A infracção a esta disposição é sancionada com coima de 120 a 600 euros e passa a ser considerada contra-ordenação grave. ( Art.ºs 84.º e 145.º )


TRIÂNGULO DE PRÉ-SINALIZAÇÃO E COLETE RETRORREFLECTOR

  • Passa a ser obrigatório colocar o triângulo de pré-sinalização de perigo (a pelo menos 30 metros do veículo, de forma a ser visível a, pelo menos, 100 metros ) sempre que o veículo fique imobilizado na faixa de rodagem ou na berma ou nestas tenha deixado cair carga. ( Art.º 88.º )

  • Todos os veículos a motor (excepto os de 2 ou 3 rodas, os motocultivadores e os quadriciclos sem caixa) têm de estar equipados com um colecte retrorreflector, de modelo aprovado. ( Art.º 88.º )

  • Nas situações em que é obrigatório o uso do sinal de pré-sinalização de perigo, quem proceder à sua colocação, à reparação do veículo ou à remoção da carga deve utilizar colete retrorreflector. A não utilização do colete é sancionada com coima de 120 a 600 euros. ( Art.º 88.º )

OUTRAS ALTERAÇÕES

  • Não parar perante o sinal de STOP, ou perante a luz vermelha de regulação do trânsito ou o desrespeito da obrigação de parar imposta pelos agentes fiscalizadores ou reguladores do trânsito, passa a ser considerada contra-ordenação muito grave. ( Art.º 146.º )

  • Pisar ou transpor uma linha longitudinal contínua que separa os sentidos de trânsito passa a ser considerada contra-ordenação muito grave. ( Art.º 146.º )

  • A condução sob influência do álcool, considerada em relatório médico, passa a ser considerada contra-ordenação muito grave. ( Art.º 146.º )

CLASSIFICAÇÃO DE VEÍCULOS

  • Passa a haver as categorias de triciclos e de velocípedes com motor. Para efeitos de circulação, os velocípedes com motor são equiparados a velocípedes. ( Art.ºs 107.º e 112.º )

  • Os quadriciclos passam a ser distinguidos entre ligeiros e pesados. A condução destes veículos passa a ficar dependente da titularidade de carta de condução. ( Art.º.s 107.º e 123.º )

TRANSFORMAÇÃO DE VEÍCULOS (TUNING)

  • É proibido o trânsito de veículos sem os sistemas, componentes ou acessórios com que foi aprovado, que utilize sistemas, componentes ou acessórios não aprovados, que tenha sido objecto de transformação não aprovada. As autoridades de fiscalização do trânsito, ou seus agentes, podem proceder à apreensão do veículo até que este seja aprovado em inspecção extraordinária, sendo o proprietário sancionado com coima de 250 a 1.250 euros. (Art.ºs 114.º, 115.º e 162.º )


INSPECÇÕES

Passam a realizar-se inspecções para verificação das características após acidente e inspecções na via pública para verificação das condições de manutenção. ( Art.º 116.º
REGIME PROBATÓRIO DA CARTA DE CONDUÇÃO

  • A carta de condução, emitida a favor de quem não se encontrava habilitado, passa a ser provisória pelo período de três anos. ( Art.º 122.º )

  • Acresce que os titulares de carta de condução das subcategorias A1 e/ou B1 voltam a estar sujeitos ao regime probatório quando obtiverem as categorias A e/ou B. Ou seja, nestas situações, a carta de condução é provisória duas vezes. ( Art.º 122.º )

  • A carta de condução provisória caduca se o seu titular for condenado pela prática de um crime rodoviário, de uma contra-ordenação muito grave ou de duas contra-ordenações graves. ( Art.º 130.º )

  • Os veículos conduzidos por titulares de carta de condução provisória têm de ostentar à retaguarda um dístico ('ovo estrelado') de modelo a definir em regulamento. ( Art.º 122.º )

SUBCATEGORIAS DE VEÍCULOS

  • São criadas as subcategorias B1, C1, C1+E, D1 e D1+E. Trata-se de veículos da mesma espécie, mas de dimensões mais reduzidas. ( Art.º 123.º )

  • Não existe precedência de habilitações, ou seja, não é necessário estar habilitado para a subcategoria C1 para obter a categoria C.

REQUISITOS PARA OBTENÇÃO DE CARTA DE CONDUÇÃO

  • Aos candidatos a condutores passa a ser exigido que saibam ler e escrever. (Art.º 126.º )

NOVOS EXAMES

  • Os condutores detectados a circularem em contramão nas auto-estradas ou vias equiparadas, bem como aqueles que sejam considerados dependentes de álcool ou drogas, serão submetidos a novos exames - médicos, psicológicos ou de condução. ( Art.º 129.º )

SEGURO DE RESPONSABILIDADE CIVIL

  • A circulação de veículo sem seguro de responsabilidade civil passa a ser sancionada com coima de 500 a 2.500 euros e a ser considerada contra-ordenação grave (aplicada ao proprietário do veículo). O veículo é apreendido pelas autoridades de fiscalização do trânsito ou seus agentes. ( Art.ºs 145.º, 150.º e 162.º )


PAGAMENTO VOLUNTÁRIO DA COIMA

  • O pagamento voluntário da coima passa a ser efectuado no acto da verificação da contra-ordenação, ou seja, o condutor terá de pagar a coima (pelo valor mínimo) ao agente que detecta a infracção e levanta o auto. ( Art.º 173.º )

  • Se o condutor não pretender efectuar o pagamento voluntário imediato da coima, deve prestar depósito, também imediatamente, de valor igual ao mínimo da coima prevista para a contra-ordenação praticada. Esse valor será devolvido se não houver lugar a condenação. ( Art.º 173.º )

  • Se o infractor não pagar a coima no momento, ou se não efectuar o depósito referido, o agente de autoridade apreende o título de condução, ou os títulos de identificação do veículo e de registo de propriedade, e emite uma guia de substituição, válida pelo tempo julgado necessário, e renovável até à conclusão do processo. Quando efectuar o pagamento, os documentos serão devolvidos ao condutor.







Esclarecimento da Ex-DGV:
Tendo em conta as disposições aplicáveis do Código da Estrada, na redacção que lhe foi conferida pelo Decreto-Lei nº 44/2005, de 23 de Fevereiro, constantes dos artºs 13º, nº 1; 14º, nºs 1 a 3; 15º, nº 1; 16º, nº 1; 21º; 25º; 31º, nº 1, c) e 43º e as definições referidas no artº 1º do mesmo Código, na circulação em rotundas os condutores devem adoptar o seguinte comportamento:
1- O condutor que pretende tomar a primeira saída da rotunda deve:
Ocupar, dentro da rotunda, a via da direita, sinalizando antecipadamente quando pretende sair.

2 - Se pretender tomar qualquer das outras saídas deve:

  • Ocupar, dentro da rotunda, a via de trânsito mais adequada em função da saída que vai utilizar (2ª saída = 2ª via; 3ª saída= 3ª via);

  • Aproximar-se progressivamente da via da direita;

  • Fazer sinal para a direita depois de passar a saída imediatamente anterior à que pretende utilizar;

  • Mudar para a via de trânsito da direita antes da saída, sinalizando antecipadamente quando for sair.








12.11.15

LIFE + Iberlince EM PORTUGAL

O projeto LIFE+Iberlince prevê libertar no próximo ano 47 linces ibéricos em várias zonas da Península Ibérica, alguns em Portugal, para incrementar e consolidar as populações existentes.



Segundo dados divulgados pela agência de notícias Efe serão libertados 28 fémeas e 19 machos, a partir de fevereiro e até completar a meta para cada zona de reintrodução.
Em Portugal está prevista a libertação de seis fémeas e três machos no Vale do Guadiana, em Mértola, onde já estão nove exemplares, cinco machos e três fémeas.

Em Espanha serão libertados os restantes exemplares. Em Guadalmellato, na zona de Córdova, que tem agora 45 exemplares, vão chegar mais quatro fémeas e um macho, e aos 41 exemplares da região de Guarrizas (Jaén) juntam-se um macho e cinco fémeas.

Para Valle de Matachel, Badajoz, a população atual de 10 linces (sem contar com os seis já nascidos) vai ser reforçada com oito novos exemplares, três machos e cinco fémeas. A zona de Toledo receberá mais 10 linces, e a Sierra Morena (Ciudad Real) mais nove.

No mês passado um exemplar do lince ibérico, um macho, foi encontrado morto, por atropelamento, na autoestrada 23, próximo de Vila Nova da Barquinha, distrito de Santarém.
 
Sofia Castel-Branco, do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas, considerou ainda assim como "um sucesso" o processo de reintrodução do lince em Portugal, desde finais de 2014, "uma vez que permitiu a existência de 11 linces em território nacional", nove dos quais com comportamentos de fixação no território, no Vale do Guadiana, Mértola, e os outros dois com postura dispersante em termos territoriais.




11.11.15

UM GRANDE SISMO VAI VOLTAR A ACONTECER EM PORTUGAL CONTINENTAL

"Tsunami idêntico ao de 1755 vai voltar a acontecer"

O vice-presidente do Instituto de Geografia e Ordenamento do Território, José Luís Zêzere acredita que Lisboa pode ficar "muito maltratada".


Lisboa anterior a 1755


"O risco de sismo em Portugal é moderado, tendo em conta o resto do mundo.^

 Mas este risco moderado traz uma má notícia: como o período de retorno é elevado, ou seja, como não há sismos grandes com muita frequência, as pessoas têm falta de memória acerca dessas ocorrências", disse em entrevista ao jornal i. 
O vice-presidente do Instituto de Geografia e Ordenamento do Território exemplificou com "o último sismo que matou pessoas em 1909", sendo que "não há ninguém vivo que se lembre". Quando questionado sobre as zonas mais vulneráveis em Portugal admitiu que "as falhas que originam os principais sismos que podem causar danos em Portugal não são no país, mas sim no mar, principalmente a sudoeste do cabo de S. Vicente. As zonas mais vulneráveis serão em todo o Algarve, o litoral do Alentejo e Vale do Tejo, incluindo, obviamente, Lisboa". 
Para José Luís Zêzere, "os tsunamis mais importantes, com equivalência ao que ocorreu em 1755, têm praticamente a mesma probabilidade de ocorrência que tem um sismo desses. A probabilidade é baixa, mas sabemos que os danos vão ser muito elevados". 
"Também digo que é relativamente seguro que um tsunami com as características do de 1755 vai voltar a acontecer", sublinhou, acrescentando que "Lisboa poderá ficar muito maltratada, mas não vai desaparecer".
"Por cada dia que passa e que não temos um sismo grande, é um dia que estamos mais próximos de vir a acontecer", rematou.



5.11.15

POMBOS TORCAZES . O PASSADO E O PRESENTE.

 Vamos falar de pombos torcazes que por estas alturas começam a aparecer nos locais em que regra geral marcam presença, assim:



POMBO TORCAZ

  Nome científico: Columba Palumbus.
    Biometria. Comprimento ;  40 a 42 cm. É o pombo de maior dimensão.
                     Envergadura  ; 73 a 80 cm.
                     Peso ; 450 a 520 g.
                     Longevidade ; 16 Anos.                                                                   

Pequeno excerto que obtive no Jornal " Vida Rural " datado de 1952.

" Aos inimigos da Lande : corvos, pombos torcazes, larvas, ratos , enxurradas, podemos acrescentar a caça, coelhos e lebres, o dente de vários gados, a saca do caminhante casual ou propositado e ventos fortes. Porém de todos eles, em anos de fartura, e de boa grada, sobressaem os pombos torcazes. Dias chuvisquentos de luz baça, plumbea, nuvens a caminharem para o Norte impelidas por viração suave a servirem de manto diáfono ao Sol recem nascido, frio, envergonhado, em fila espessa, larga, semi-circular com alinhamento de vanguarda e rectaguarda bem comandado passa o bando torcaz a voar alto, rápido, ritmico, durante horas, composto de milhares de papos capazes de conterem e digerirem quarenta landes cada um deles.




http://www.paixaoazul.pt/wp-content/uploads/2013/01/mapa_dormideros-300x231.jpgMAPA DA REGIÃO DE INVERNADA
Ver a imagem de origem
OS TORCAZES


                                                                                 
   Nas vilas, nas aldeias, nos povoados, ilhas do mar dos sobreirais, olhos admirados, exclamações várias são demorada e repetidamente lançadas á pombaria impressionante pelo seu número incalculável.
   " Onde irão eles bater ? Ainda é mais o que estragam do que comem ! " Os pombos voam a grande altura, contra o vento. ( ... )
A " serpente " imensa oscila,ergue-se, torcicola-se, quebra levemente o rumo, continua. Está sobre a floresta mais prenhe de frutos grados, uns maduros, outros verdes, alguns encasulados, envolvidos ne cupula. Num repente (...) aquela avalanche de bicos acerados, asas semi-fechadas, precipita-se sobre os sobreiros que vergam,  com o seu peso e transformam-se numa arrolante alegria de remiges a bater, quebrar ramos, cair folhas e frutos. Em poucos minutos a linha de aquele exército alado modificou-se em formações sobrepostas, andares oscilantes a planarem, nos quais raio de Sol não entra e o vento deslocado se torna tufão assustador. Parece haver combinação bem pensada entre o bando; a dianteira derruba e devora, a média e traseira comem no chão, a refastelarem-se gaudiosas naquele festim pantagruélico. Do bando alguns desirmanados voam baixos, de sobreiro em sobreiro, a esconderem-se nas dobras do terreno para á noite se congregarem e juntos procurarem dormida, ordinariamente em pinhais retirados, anchos de matagal, para no dia seguinte continuarem a sua eterna labuta, imperiosa, fatal. 
   Comer, estragar lande e bolota. (...) Se fosse possível avaliar quantos pombos comem nos montados portugueses saberíamos os prejuízos causados por eles." (... )
" (... ) Imaginemos as baixas do Sorraia, muito citadas na Subericultura, cobertas dos melhores sobreiros e bastantes azinheiras tratados, até agora a produzirem o máximo na frutificação a sustentarem durante noventa dias, o tempo da montanheira, um milhão de pombos, quantia pequena. ( ... ) O milhão de pombos comeria a lande e boleta precisas para engordar quatro mil seiscentos e cinquenta e oito porcos. Quantos milhões comerão nos montados portugueses? (...)   *

* Hoje, Ano de 2022,os bandos de pombos torcazes começam a rarear em Portugal. Quem diria ?

O sublinhado (...) significa que várias partes do citado artigo foram por mim excluídas por demasiado extensas... mas com aspectos deveras interessantes.


Assim trouxe à memória imagens de tempos idos. Hoje os  montados na sua maioria estão reduzidos ( veja-se o mapa anexo. ) e, ou ao abandono no que diz respeito ao seu aproveitamento total. A produção de lande para engorda e criação do famoso porco do montado tornou-se absoleta pois as rações substituiram a bolota, mal, diga-se de passagem pois o bom sabor do produto final está, como é de calcular, insípido. As razias dos Sobreirais e Azinhais é um facto constatável para serem substituidos por culturas mais rentáveis e rápidas ou seja; eucaliptos.
Ou,  para dar lugar a alguns campos de golfe e urbanizações.Os pinhais vão desaparecendo sob a moto-serra, as chuvas ácidas, insectos e doenças várias. Tal como o montado autrora estimado. Em pouco mais de meio século o tempo que medeia entre o que extraí do artigo referido e a actualidade tudo mudou. Electrificaram-se as aldeias, criaram-se vias de comunicação entre elas, veículos automóveis em todo o lado e alguma desertificação rural fazem o resto. Por paradoxal que pareça hoje algum lucro que se tira do montado provem da exploração cinegética dos torcazes com a venda das chamadas " portas " em zonas de caça turísticas...


SOBREIRAIS E AZINHAIS

...Que tudo fazem para os terem e manterem lá ao contrário dos tempos de antanho.Também a cortiça começa a dar lugar a matéria artificial. Mas se não cuidarem dos montados até essa fonte de receita desaparecerá assim como tudo o mais.

Tenho observado os pombos torcazes ao longo dos anos e embora se diga ser uma espécie em expansão na Europa o facto é que se vêm cada vez menos nas idas e vindas a Portugal. Nunca mais vi aqueles " cordões "  de pombos que duravam horas a passar para a dormida.



UMA VISTA DA HERDADE DO PINHEIRO AO CAIR DA TARDE . Foto de J.P.L. em (Novembro 2011 )


 
Até na mais famosa delas, a da Herdade do Pinheiro, em Palma, começam a rarear uma vez que foram cortados milhares de pinheiros e com isto reduzida a área de repouso. Outro paradoxo: Actualmente os caçadores são muito menos, o terreno está todo, ou quase todo ordenado ou seja coutado, e os torcazes que autrora eram milhões, hoje, são milhares. Mesmo assim vale a pena uma deslocação ali a perto de Palma nestas tardes outonais para os observar nas suas deslocações para a dormida.



AO LONGE, OS POMBOS SOBREVOAM A DORMIDA. ( Foto de J.P.L. em Novembro de  2011
                                 

                              

POUCOS TORCAZES PELOS CÉUS NUM DIA DE NOVEMBRO ( Foto de J.P.L. em Novembro de 2011 )





Distribuição do Sobreiro

O Sobreiro encontra-se maioritariamente na zona mediterrânea, seja sul europeia, seja norte africana. Além disso, e apesar de conseguirmos dar com eles em países como Grécia ou Albânia ou Itália, é evidente a sua maior concentração na ponta ocidental da Europa (Espanha e Portugal) e de África (Marrocos, Argélia, Tunísia).

Em Portugal, em linha com a preferência que tem com terrenos pouco acidentados relativamente próximos do mar, podemos dizer que ele é tão mais frequente quanto mais para sul estivermos. O Alto Alentejo e o Baixo Alentejo são províncias onde ele é omnipresente, mas também o Ribatejo e mesmo certas partes de Trás-os-Montes podem ser consideradas terras de sobro. Apresenta-se sob a forma de montado (uma floresta pensada e executada pelo homem, onde o Sobreiro pode viver a solo ou alternar com outras culturas como a da Azinheira ou a do Pinheiro-Manso) ou de forma espontânea.

Escasseia apenas no Minho e em certas áreas onde não se dá bem – as encostas de grande altitude viradas para norte, que ocorrem, quase sempre, do Tejo para cima; e as de terrenos calcários, deixando assim de fora os maciços calcários de Condeixa-Sicó-Alvaiázere, da Serra de Aire e Candeeiros, de Montejunto, da Arrábida, e de Faro.

 Ficha da Azinheira



Características, ecologia e utilizações de uma espécie florestal particularmente bem adaptada aos meios secos e agrestes do interior, símbolo de robustez.

 

 

TAXONOMIA

A azinheira (Quercus ilex spp rotundifolia) é uma angiospérmica dicotiledónea, também denominada uma folhosa. Pertence à ordem das Fagales, família das Fagáceas, género Quercus, sendo a espécie Quercus ilex e subespécie rotundifolia.


DESCRIÇÃO

Árvore de porte médio, com uma copa ampla e uma altura média de 15 - 20 m. Pode atingir, em casos extremos, os 25 m de altura. O tronco tem uma casca acinzentada ou parda. As folhas são persistentes, de cor verde-escura, brilhantes nas faces superiores e com indumento esbranquiçado nas inferiores. Têm uma forma ovada e lanceolada, com margem inteira ou muito ligeiramente serrada. O fruto da azinheira é a bolota, que tem uma forma oval, possuindo geralmente pedúnculo.


DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA

Sul da Europa.

Existe em todo o nosso país, espontaneamente, semeada ou plantada, adquirindo uma maior importância no interior alentejano. Aí forma povoamentos denominados montados de azinho, onde as azinheiras existem quase sempre em consociação com uma cultura agrícola ou pastagem. Encontram-se também em povoamentos mistos com sobreiro.

CONDIÇÕES AMBIENTAIS

É chamada uma "árvore de sombra", é muito resistente ao ensombramento, pelo que cresce melhor debaixo de árvores adultas. Tolera climas com periodos estivais secos e pluviosidade baixa, bem como altitudes elevadas. Suporta bem todos os tipos de solos incluindo os esqueléticos e os calcários.


PROPAGAÇÃO

Propaga-se por semente. As sementes perdem rapidamente a capacidade de germinar.


CURIOSIDADES

A azinheira era chamado de ilex pelos romanos e Lineu manteve este nome no seu epíteto específico.

Dentro da espécie Quercus ilex, a sub-espécie rotundifolia é a que possui as bolotas mais doces, tendo, por isso, sido utilizadas durante muito tempo como alimento humano. Eram misturadas com trigo e outros cereais para se fabricar pão em anos de escassez, sendo por vezes assadas do mesmo modo que as castanhas.

UTILIZAÇÕES

As sua principal utilização é a produção de fruto que serve de alimento para porcos denominados de montanheira. São estes porcos de cor preta que produzem um presunto de alto valor comercial, o de pata-negra. As frutificações aparecem muito cedo sendo extremamente abundantes em anos favoráveis. As folhas mais baixas ou deixadas no solo como resultado de podas ou desbastes, servem como complemento de alimentação para o gado nas épocas do ano em que o pasto escasseia.

A madeira é muito dura e compacta, resistente ao polimento, não sendo muito utilizada. É, no entanto, um óptimo combustível para lume, sendo muito utilizada nas lareiras.

A medicina popular atribui aos frutos da azinheira propriedades curativas para diarreias e desinterias.