Foto de J.P.L. |
Nossa Senhora da Luz ( Foto J.P:L. ) |
PALACETE NO SÍTIO DA BELA VISTA ( Foto J.P.L.) |
As fotos que vemos obtive-as junto àquela que foi sua casa... ? No então sítio da Bela Vista como ainda hoje é designado, porém, ali nada permite uma bela vista a não ser para o casario envolvente que, aparte uma ou outra excepção, para confirmar a regra, leva-nos a perguntar o porquê de terem os nossos antepassados lhe dado essa " classificação ".
Tenho ouvido a alguns conterrâneos e nada me leva a crer em contrário que dada a posição elevada do terreno, e não existindo ali então quaisquer edifícios nesses tempos de antanho, a vista para a baía, para a vila e para os arredores devia ser muito bela, de facto.
É, e será segundo dizem alguns, o grande problema dos povos simples e humildes.
Sempre que alguém, ou alguma entidade com poder monetário ou outro, toma conhecimento de um património natural de elevada beleza, usufruída pela comunidade, de imediato tende a transformá-lo em algo seu, ou de acesso restrito, quando pura e simplesmente não o destrói por pura ignorância
.
Exemplos recentes que nos magoaram a todos nós cascalenses são fáceis de enumerar, porém o mal não é de agora veja-se o exemplo do restaurante erguido sobre as ruínas da estação semafórica de Oitavos, à direita da estrada para o Guincho.
Nunca nada ali se deveria edificar pois assentou sobre uma duna fóssil de elevado valor natural.
Elucidativo o exemplo seguinte que recolhi na net, numa página do Colégio Vasco da Gama
Dunas Fósseis
Duna de Oitavos |
Uma duna que costumavas visitar, agora já não é possível por se tratar de uma propriedade privada, era a duna de Oitavos, entre o Guincho e a Boca do Inferno. Inicialmente, ela seria constituída por grãos de areia "soltos" que se moviam pela acção do vento. Estes grãos foram-se progressivamente fixando e ligando entre si devido à deposição/precipitação de partículas carbonatadas e argilosas que eram transportadas nas águas que circulavam entre eles. Terá sido deste modo que essa duna consolidou e se preservou até aos dias de hoje.
Mas quem pensava nisso há quase duzentos anos ? Desculpa-se ! ?... Porém com mais dificuldade se aceita as barbaridades contemporâneas. Daria vontade de rir se não fosse triste o exemplo que retirei do livro " Os nossos Arruamentos " acerca do legado do Visconde da Luz e a forma como foi " interpretado ". Continue-mos, pois, a leitura.
" Foi um grande amigo desta terra, doando todo o terreno e ajardinando o actual Jardim Visconde da Luz e os terrenos onde se encontra parte do edifício que foi o Cinema S. José, tudo oferecido ao povo de Cascais, através do seu Município com o fim, de os mesmos terrenos serem sempre do domínio público. * ( 1 )
Mas... há mais, e mais, e mais, e mais ...
*( 1 ) Texto em itálico, recolhido do livro " Os Nossos Arruamentos "
Autores: Manuel Eugénio F. Silva
José Ricardo C. Fialho