PRÁTICA POLÍTICA |
Supõem-na, com formulação explícita ou em estado meramente implícito; reflecte-a, com mais ou menos entorses, com mais ou menos desvios; mas obriga-a também a correcções centrais ou periféricas e ajusta-a ao particular das conjunturas ou dos momentos.
.É por isso que estudar a teoria política de uma corrente, de um governo ou de uma época não equivale a conhecer a respectiva prática política, e vice-versa. as contradições, as indefinições, as perplexidades, os contágios, são inseparáveis do teoria política, mas são-no, não menos, da prática política, e das relações entre uma e outra.
O linear não existe no real da História e deve ser expulso da historiosofia.
Não se lida com o real histórico, não é a sua detecção, a sua exegese, a sua teorização, que se fazem, quando dele expulsamos a inerência do contraditório, do impreciso,do confuso, do paradoxal, colada a si como o rio ao próprio leito. Nesse caso, é o fantástico histórico que nos brota do pensamento, é ao serviço dele que se põe o discurso e a erudição, da mais rudimentar à mais sofisticada.
A História não é um amontuado de pensares, de aconteceres,de agires. É também, e talvez acima de tudo, algo que os impele, os repele ou os transcende. A articulação do suporte factológico com o suporte epistémico constitui o único acesso ao conhecimento e teorização do real histórico. ( 1 )
(1 ) J.S. da Silva Dias
Centro de História da Cultura
da Universidade Nova de Lisboa.
1984.