Ao falar de cerâmica artesanal, as minhas primeiras palavras são de louvor ao barro.
O Deus de que nos fala o Génesis, primeiro livro da Bíblia, ou os deuses que outras cosmogonias nos referem , quando intentaram criar criar o homem parece não terem encontrado outra matéria mais justa e digna do que a argila simples colhida da terra para a obra que iria comportar o duplo carisma da perenidade traduzindo a semelhança com o criador e o da precaridade, da extrema fragilidade, um e outro estigmas exemplarmente expressos no barro.
Tradicionalmente a cerâmica artesanal responde a uma situação de vida de uma população com características acentuadamente rurais e foi-se mantendo em regiões menos tocadas pelo influxo de uma cultura de cidade de que a afastavam as dificuldades de comunicação e a impossibilidade de acesso a outras conquistas que a Revolução Industrial acarretou
E se acontecia as oficinas de olaria se situarem em lugares aparentemente privilegiados porque em regiões de fortes contactos ali era só a passagem, os oleiros serviam apenas um mercado de horizontes mais fechados.Apetrechavam gente pobre ou minimamente remediada ( lavradores ) com uma reduzida bateria de artefactos para servir uma economia de cariz doméstico.
O processo mesmo adoptado para a comercialização -um sacrificado circuito do artesão e familiares por vilas e aldeias, também por mercados regionais, a maior parte das vezes praticando um regime de troca natural significativo da mais pura e estreita forma de economia de subsistência reforçam a ideia de uma pobreza endémica da classe ligada à olaria.
Um dos mais autorizados arqueólogos contemporâneos, V Gordon Childe, activo até à sua morte em 1957, afirmou no seu livro Pré -História da Sociedade Europeia que
, « para chegar à fissão e à transmutação dos metais, hoje realizada
pela física nuclear, contribuíram mais eficazmente os resultados obtidos
pelos ferreiros e oleiros da pré-história do que os estudos sérios dos
alquimistas árabes e helénicos ».
O Deus de que nos fala o Génesis, primeiro livro da Bíblia, ou os deuses que outras cosmogonias nos referem , quando intentaram criar criar o homem parece não terem encontrado outra matéria mais justa e digna do que a argila simples colhida da terra para a obra que iria comportar o duplo carisma da perenidade traduzindo a semelhança com o criador e o da precaridade, da extrema fragilidade, um e outro estigmas exemplarmente expressos no barro.
casa do ceramista. Foto de WIKIPÉDIA |
Tradicionalmente a cerâmica artesanal responde a uma situação de vida de uma população com características acentuadamente rurais e foi-se mantendo em regiões menos tocadas pelo influxo de uma cultura de cidade de que a afastavam as dificuldades de comunicação e a impossibilidade de acesso a outras conquistas que a Revolução Industrial acarretou
E se acontecia as oficinas de olaria se situarem em lugares aparentemente privilegiados porque em regiões de fortes contactos ali era só a passagem, os oleiros serviam apenas um mercado de horizontes mais fechados.Apetrechavam gente pobre ou minimamente remediada ( lavradores ) com uma reduzida bateria de artefactos para servir uma economia de cariz doméstico.
O processo mesmo adoptado para a comercialização -um sacrificado circuito do artesão e familiares por vilas e aldeias, também por mercados regionais, a maior parte das vezes praticando um regime de troca natural significativo da mais pura e estreita forma de economia de subsistência reforçam a ideia de uma pobreza endémica da classe ligada à olaria.
CERÂMICA
Gordon Childe
Vere Gordon Childe foi um filólogo australiano que se especializou em
arqueologia, talvez mais conhecido por suas escavações no site Neolítico
de Skara Brae, em Orkney, e por suas visões marxistas sobre a
pré-história. Wikipédia