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8.3.13

MULHER PORTUGUESA

                                                   
Tempos houve em que ...

 " Ser um Homem era, portanto, ser capaz de trabalhar como tal e de ganhar em correspondência !

 ( ... ) Das mulheres esperava-se que destes se aproximassem em capacidade e resistência.

E se as condições físicas fossem insuficientes que a vontade inquebrável, então, as substituísse.

 Para o patrão, concerteza, isso seria o ideal principalmente ganhando, como ganhavam, o preço das mulheres !

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   Isto é claro, para lá de tratar das lides domésticas, da horta ao domingo se a havia, dos filhos todos os dias, eventualmente de alguns animais de capoeira.

   O próprio parto era assumido por estes lados como algo natural; algo que não justificava uma alteração substancial da vivência quotidiana.

 Os testemunhos em que se trabalhou quase até à hora,interligam-se com outros em que o nascimento ocorreu no campo, durante o trabalho, fazendo aí as companheiras da parteiras improvisadas !



(... )  É que se é importante para os homens serem apodados de bons trabalhadores, para as mulheres, contudo, uma outra exigência se apõe a esta; a de ser honrada sendo o adultério particularmente criticado nela ( e ridicularizado o marido por tal ) e apenas levemente censurado nos homens cuja propensão extra-conjugal é considerada natural !

A censura pública sob a forma de ridicularizações e apodos pejorativos é comum nestas sociedades. o homossexualismo masculino é troçado, ridicularizado e desprezado. mas apenas no que se refere ao sujeito passivo; no fundo aquele que assume o papel feminino.

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 (...) Em suma, trabalhar diariamente, desde tenra idade, em tarefas esgotantes e por um salário que mal dava para a subsistência era o fado destas gentes.

 Sair de casa, de noite, caminhar a pé para poder estar ao  descobrir do sol no local de trabalho, pronto a pegar !
Voltar ao lusco fusco, para chegar a casa noite cerrada, com refeições para fazer e filhos por tratar !

Era assim uma vida de cão que as cheias vinham ainda ciclicamente agravar !

  E se a vida do homem era dura, que dizer da mulher ?

 É que além do trabalho, tal como o homem, durante todo o santo dia, ainda tinha de tratar dos filhos, da roupa, da alimentação e da casa. Essencialmente à noite; o único tempo, durante a semana, que lhe restava ! " 

 ( 1.
( 1. Extractos do livro de autoria de Aurélio Lopes  " FERTILIDADE E LABOR  na Leziria Ribatejana "

                                                                              

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A MULHER IDEAL 1966