Luís Noronha da Costa: Os leilões são o grande cancro dos artistas
Apontado como um dos grandes artistas portugueses da segunda metade do século XX, Luís Noronha da Costa diz que os leilões são os maiores inimigos dos pintores. Fez 75 anos no dia 17 de Abril e parte do seu trabalho está na Casa-Museu Medeiros e Almeida.
Tem como "livro de cabeceira" a obra de Heidegger. Luís
Noronha da Costa é "um pintor animado pela filosofia". E pelo mar.
Nasceu e cresceu junto dele, em São Pedro do Estoril. Atravessava a
marginal e tocava nas rochas. Desenhava os barcos que passavam. Neto de
condes e viscondes, ele era o menino D. Luís Mário no Colégio São João
de Brito. Estudou Arquitectura, simpatizou com o PCP, lançou-se nas
artes plásticas. Nos anos 70, os seus quadros valiam quase tanto como os
de Gerhard Richter na altura. Hoje, está a desfazer-se de trabalhos dos
quais nunca pensou desfazer-se. Sente-se furioso, critica os leilões e
os leiloeiros, mas continua a pintar. Continua preguiçosamente a pintar.
Fez 75 anos no dia 17 de Abril e parte do seu trabalho está na
Casa-Museu Medeiros e Almeida na exposição "Isto não é só um écran -
Noronha da Costa - 50 anos de pintura".
Entra-se
e do lado direito está o mar, em forma de desenho. É o mar de Luís
Noronha da Costa e fica até amanhã na Casa-Museu Medeiros e Almeida, em
Lisboa. Ele era menino, vivia em São Pedro do Estoril e da janela de
casa via os barcos que chegavam e partiam da barra. Pintava os barcos e
pintava o mar. Era o seu mar, aquele que transplantou para as obras e
para a vida. Luís Noronha da Costa, o menino D. Luís Mário no Colégio
São João de Brito, neto de condes e viscondes, estudou Arquitectura na
Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa, trabalhou com o arquitecto
Manuel Tainha, descobriu novos mundos e lançou-se nas artes plásticas.
Destacou-se através de colagens, algumas delas feitas com páginas
arrancadas a revistas de moda e pintadas com óleo de linho. Dedicou-se
depois à criação de objectos, passou dos objectos para a pintura de
imagens difusas ou "fantasmais", como lhes chamou Eduardo Lourenço. "Não
sou um pintor de coisas e de factos, mas das imagens das coisas", diz o
artista plástico, que adoptou a tinta celulósica em spray para esfumar a
sua pintura. Representou Portugal na Bienal de São Paulo (1969) e na
Bienal de Veneza (1970) e, em 1999, foi-lhe atribuído o Prémio Europeu
de Pintura pelo Parlamento Europeu. Apontado como um dos grandes
artistas portugueses da segunda metade do século XX, Noronha da Costa
sente-se hoje um pouco esquecido pela sociedade. "Penso que sou um
indivíduo do azar."
A sua exposição chama-se "Isto não é só um écran". O que é "isto", então?
Trata-se de uma leitura crítica do meu curador, Bernardo Pinto de Almeida, e da Teresa Vilaça, directora da Casa-Museu Medeiros e Almeida. Em tempos, eu pintei "Isto é um écran", eles pegaram nessa ideia e ironizaram. "Isto não é só um écran" é, no fundo, pintura depois da pintura ou pintura que vem construir-se a partir da pintura.
Em 1972, Eduardo Lourenço utilizava mesmo a expressão "pintura-pintura" para descrever a sua obra. Falava também no carácter "fantasmal" dos seus trabalhos.
Ele escreveu isso há muito tempo – e eu fiquei muito contente – sobre a minha série de quadros com as figuras difusas, baseadas em fotografias de 1900. Eduardo Lourenço disse uma coisa que eu gostei imenso: a representação morreu, viva a representação dessa mesma morte. Isto, em 1972! Penso que há uma continuidade e uma coerência no meu trabalho ao longo do tempo.
Focado na solidão da imagem.
Pois, focado na imagem que fica. Depois de uma contemplação prolongada, nós queremos construir ou reconstruir na nossa mente a figura que está ali representada, desfocada ou, como eu prefiro dizer, difusa, como se estivéssemos a tentar reconstruir essa figura no espaço real.
É um pintor animado pela filosofia, como escreveu José Gil. Que filósofos estão na sua obra?
Sim, Heidegger, Nietzsche e, em tempos idos, Marx. Mas gosto mais do Heidegger. Aliás, o meu livro de cabeceira é o Heidegger. Ainda é! Vou sempre relendo e descobrindo coisas novas. O Heidegger é o homem mais capaz de entender o que tem sido a estética ao longo dos séculos. Em termos de pensar a arte, ele é o máximo, ele é o maior.
O mar e os barcos também estão muito presentes nas suas pinturas.
Quando era criança, tive a sorte de viver numa casa junto ao mar, na marginal, então ia para a janela e ficava a desenhar, desenhava um barco ou outro que estivesse a entrar ou a sair da barra. Vivia em São Pedro do Estoril, que na altura era uma terra simpática, era uma maravilha, eu atravessava a estrada e via as rochas. Nos temporais de Inverno, costumava ir para o Guincho ou para a Boca do Inferno, eram os meus locais de prazer. O meu mar começa aí, aos cinco, seis anos até aos 12 anos. Teria uns 10 anos quando pintei um navio da armada americana. Tive uma doençazeca daquelas, uma coisa quase mortal, passei um mês só a beber água e a comer fruta, e precisava de apanhar sol. Foi então que vi um belo couraçado americano, foi uma festa ver uma coisa daquelas ali... Esse era o meu mar que depois transplantei para outras coisas. O mar faz parte de mim, nasci ao pé dele, vivi ao pé dele, e agrada-me muito pintá-lo.
O seu nome completo é Luís Mário de Sousa Azevedo de Noronha e Meneses da Costa, é neto de condes e viscondes. Teve uma infância muito diferente das outras crianças?
Não, por acaso, não. Andei na escola pública em São Pedro do Estoril e tinha muitos amigos, a vida era uma maravilha para mim. Mas, quando chego ao liceu, a minha mãe resolveu pôr o menino no Colégio São João de Brito e aí tive uma experiência extremamente traumática, detestável, terrível, pelas imposições jesuítas e pela alienação que ali se vivia. Por tudo. Eu, por exemplo, era tratado como D. Luís Mário...
Pertence a uma família brasonada e, pelo que li de uma entrevista sua, "ultra-reaccionária".
Sim, ultra-reaccionária, mas não gosto de falar disso. Tive uma educação rígida, mas continuei sempre a pintar. Depois fui para a Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa e, francamente, aquilo era outro mundo, eram outros colegas. Ao princípio, eles não gostavam de mim por causa do meu nome, depois isso diluiu-se. Estudei Arquitectura, cheguei a exercer, desenhei uma casa no Algarve que outros arquitectos gostaram muito, inclusive o Siza Vieira, mas os restantes projectos estão na gaveta ou andam por aí perdidos. Tenho pena, agora até pedi à minha filha para tentar juntar um ou outro rolo onde tenho alguns trabalhos de arquitectura.
Trabalhou com o arquitecto Manuel Tainha.
Sim, trabalhei, aliás, ele foi o melhor professor de Arquitectura que tive. Ele e, depois, o Nuno Portas, figuras quase opostas politicamente. O Manuel Tainha era marxista-leninista, o Nuno Portas era católico, era o chamado progressista de esquerda. Quer como professor, quer como crítico, tenho por ele uma admiração enorme, fizemos várias viagens de trabalho, ele ia como arquitecto, eu ia como estudante de Arquitectura. Chegámos a ir um congresso sobre urbanismo na Roménia, imagine, eu tinha vinte e tal anos. Foi um pouco complicado entrar no país, lembro-me de um colega de lá dizer que o sonho dele era viver num país como a Suécia. Falar à mesa era perigoso se determinadas conversas chegassem aos ouvidos do senhor Ceausescu.
Bebeu então do marxismo-leninismo e da esquerda progressista com os seus professores.
Sim, e ainda bem, foi um pouco de sorte que tive na vida, saí daquela parvoíce toda do Colégio São João de Brito e aproximei-me da arquitectura e do mundo em geral. O Manuel Tainha foi, de facto, um professor de Arquitectura espantoso e, curiosamente, o sonho dele era ser professor na Escola Superior de Belas-Artes, ele candidatou-se, mas não o deixaram leccionar dada a sua filiação partidária. A PIDE descobriu e ele foi proibido de dar aulas.
O Luís Noronha da Costa chegou a estar filiado no PCP?
Não, o Partido Comunista tem sido muito simpático comigo, aliás, convidou-me para assistir ao XX Congresso, eu não fui porque estava francamente adoentado na altura, mas enviei uma carta ao Jerónimo de Sousa a agradecer o convite. Se não estivesse doente, teria ido. Não que me reveja no partido, não me revejo mesmo nada, mas, de facto, não gosto da direita, eu queria ser qualquer coisa que o Bloco de Esquerda é, mas ao mesmo tempo não queria ser nada do que o Bloco de Esquerda é, porque, sinceramente, acho que é uma fantochada. Tudo menos o Bloco de Esquerda. Já o Partido Comunista é essencial. Não sei o que seria deste país sem a presença sempre activa do Partido comunista Português. Eu poderia ser um social-democrata de esquerda.
Quais são as suas grandes referências políticas, os grandes homens políticos em Portugal?
Para mim, o número 1 é o general Eanes. Ele é o grande génio político deste país do século XX e princípios do século XXI. À parte disso, é o meu maior amigo, é um homem extraordinário. Aliás, foi ele que nos salvou da guerra civil. Se o 25 de Novembro não tivesse sido no dia 25, mas no dia 26, Lisboa teria ficado cercada e teria havido uma grande guerra civil. Conheci-o quando foi criada a Comissão Nacional de Apoio à Recandidatura do Presidente Eanes (CNARPE). Ofereci-lhe uns seis quadros, ou sete ou oito. Eu também era amigo do Mário Soares, mas acho que o Mário Soares era um internacionalista e o Eanes era mais um universalista. O Eanes fez coisas extraordinárias, o Mário Soares também, mas menos e de uma maneira completamente diferente.
Como foi o seu 25 de Abril?
Em casa, a ver televisão, não fiz nenhuma festa porque, realmente, não existiam verdadeiros partidos políticos em Portugal, o partido dito social-democrata só aparece depois do 25 de Abril. De maneira que avistei logo um Portugal dominado pelo Partido Comunista, e chegou a dominar. Aí, sim, o Mário Soares teve um papel muito importante, mas realmente foi o chamado Grupo dos Nove e o general Eanes que tiveram um papel fundamental.
No pós-25 de Novembro acreditou no país. E hoje?
Ai, acreditei, mas continuo a pensar que este país precisa de um Partido Comunista a sério, como este é, que continue a ter um papel fundamental em termos de uma certa vigilância do próprio país. Os outros partidos, em geral, entendem menos de política.
Não integrou nenhum partido político nem nunca pertenceu a um movimento de artistas. Afirma-se como um artista solitário?
Penso que sempre fui um solitário. Depois, existiram determinados grupos de artistas que lançaram a ideia de que eu era um evocador do Gerhard Richter, que é para mim um dos maiores pintores vivos, sim senhor, mas resta sublinhar que as obras do Richter são muito diferentes das minhas, digo eu. Talvez tenham uma certa parecença formal que tem que ver com aquilo a que chamo de difusão e não desfocagem – a desfocagem tira-nos informação do objecto, a difusão coloca-nos o objecto no espaço, um pouco como os hologramas, é isso que eu faço. E faço-o, talvez, uns quatro ou cinco anos antes das primeiras experiências do Gerhard Richter nesse sentido.
Internacionalmente, tem sido reconhecido
Sinceramente, não.
Em 1999 foi-lhe atribuído o Prémio Europeu de Pintura pelo Parlamento Europeu.
Ah, sim, foi, isso foi muito simpático. Eu até queria ter mais relação com o PS do que aquela que tenho, mas não vou culpar o Partido Comunista, pelo contrário, até teria mais prazer em fazer instalações para o PCP do que para qualquer outro partido. O Manuel Tainha, antes de morrer, fez um centro de actividades para uma vila do Alentejo que era do Partido Comunista e ficou extremamente comovido porque no dia da inauguração esteve lá o Álvaro Cunhal, que lhe disse algo como: eu sonhava com esta arquitectura para o partido.
Conheceu Álvaro Cunhal?
Apertei-lhe a mão uma vez no Palácio da Ajuda, fiquei impressionadíssimo porque aquele homem olhava-nos nos olhos e simultaneamente estava a ver através da nossa cabeça no infinito, é uma sensação extraordinária. Infelizmente, conversas não houve. Mas tenho a sorte de ter três desenhos dele... Um amigo do Cunhal que era MPLA tinha aqueles desenhos, acho que não gostava muito deles e eu chamei-lhes um figo, guardei-os num lugar precioso em minha casa. Adoro aqueles desenhos. Considero o Álvaro Cunhal um desenhador. Ao nível do desenho, ele varre dois séculos da arte em Portugal, é extraordinário.
Diz muitas vezes que os leilões têm destruído a arte.
Ah, sim, são os maiores inimigos dos pintores, dos mais velhos aos mais novos. Está a aparecer gente com imensa qualidade mas as telas estão caríssimas, as tintas são caríssimas... Eu, neste instante, estou quase sem vender, quase todos os pintores estão sem vender, excepto os leilõezinhos que vendem coisas minhas ao desbarato. Actualmente, o grande cancro dos artistas em Portugal são os leilões. Sempre que tenho oportunidade de dizer mal dos leilões, não a perco. Tenho o pior a dizer dos leiloeiros, é gente pouco honesta, e eu tento fugir deles, vendendo directamente às pessoas.
O que determina hoje o valor de mercado de um artista?
Depende do êxito das exposições, dos países onde expuseram, das viagens que fizeram a Nova Iorque e a Milão. Depois, chegam aqui e fazem um nadinha mais à esquerda ou mais à direita. Os pintores que têm conseguido vender mais são os especialistas em marketing. Não cito nomes.
Vendo a sua página pública de Facebook, parece bastante zangado.
Estou furioso! Este é o país do futebol.
Não gosta de futebol.
Detesto futebol.
Li que está a desfazer-se de obras que nunca pensou desfazer-se.
Estou. Esse é o lindo estado económico em que me encontro actualmente. Quando tinha 30 anos, aí pelos anos 1970, o valor das minhas obras andava perto, embora abaixo, de um Júlio Pomar e de uma Paula Rego. A Paula Rego foi aldrabada de todas as maneiras, o Pomar sempre soube defender-se com uma grande qualidade. Mas, sim, o valor das minhas obras tem vindo a cair. Em 1974, dias antes do 25 de Abril, o preço de um quadro meu de tamanho médio em leilão chegava a 75 contos, que era o valor pelo qual o Gerhard Richter estava a vender na Alemanha. Reservei dois quadros, que significava 75 contos mais 75 contos. Se, na altura, tivesse comprado o Richter, esses 75 contos valeriam hoje um milhão. Foi azar.
Há sempre a questão da sorte e azar, e do acaso.
Eu penso que sou um indivíduo do azar.
Não mantém coleccionadores particulares das suas obras?
Tenho muitas obras lá fora, em coleccionadores particulares. Em Portugal, houve uma altura em que existia uma certa coerência por parte dos coleccionadores em relação à escolha dos pintores. A época de 1960, 1970 foi de grande abertura à arte nacional e internacional, e isso foi a coisa mais positiva dos tempos de Marcelo Caetano. Havia coleccionadores como o Jorge de Brito, pessoas com grande conhecimento, algumas viviam em Saint-Tropez. Tudo isso foi completamente ao ar. Agora, por exemplo, aparece um sujeito em minha casa e começa a tirar quadros da parede: quero este, este e este. E eu respondo: a porta é ali. Há indivíduos que decidem dizer: sou coleccionador, mas depois não sabem o que comprar. Falta um certo sentido de osmose, de coerência nas suas escolhas, algo que havia muito mais antes do 25 de Abril. Custa-me dizer isto, mas é verdade.
Na série documental "A arte e a mente", disse que podemos assistir ao fim da arte e que o pensamento terá de voltar à sua pobreza essencial. Como assim?
Acredito nisso, a Barbara Rose, crítica e curadora norte-americana, por quem tenho uma admiração enorme, estabeleceu uma ligação entre a minha pintura e o Fernando Pessoa. Dizia que a minha pintura era autóctone e universal, e eu fiquei muito sensibilizado com isso. Ela dizia que eu andava à procura de uma nova arte que possivelmente não iria encontrar, mas que quando essa nova arte surgisse eu de certeza que ficaria como pioneiro. Foi algo que me deixou muito contente. E foi através dela que consegui aprender alguma coisa de pintura americana. Depois da Segunda Guerra Mundial, Paris passa a não ser nada ou quase nada e tudo o que de mais importante e revolucionário se fez a partir dessa altura vem dos Estados Unidos da América. Para já, com (Jackson) Pollock, ele destrói, pela primeira vez na história da arte, o antagonismo entre figura e fundo numa certa fase do cubismo. Picasso também tentou, mas penso que quem dá o murro definitivo na mesa é o Pollock. A nível internacional, a América continua a dar cartas e há um europeu, o Richter, que já expôs no MoMA, e as cotações dele subiram ainda mais. Quem for ao MoMA, está salvo para o resto da vida.
Há obras de arte que valem milhões e milhões e milhões.
É uma loucura. Por exemplo, o Francis Bacon tem cotações altíssimas. Agora, os homens dos milhões são o Andy Warhol, o Pollock, praticamente incomparável, e o Mark Rothko.
E quais são as suas referências em Portugal?
Ai, o pintor português que mais gosto é o meu grande amigo (António) Costa Pinheiro, infelizmente já morreu. As obras dele foram uma lufada de ar fresco. Com a série de retratos imaginários dos Reis de Portugal, saíram grandes colecções na Suíça, na Alemanha, etc. E há muita gente que eu admiro tanto..., o João Hogan – não sei como é que estes indivíduos ainda não perceberam o valor do Hogan –, a Paula Rego, o Jorge Martins, há tanta gente de grande qualidade.
As suas imagens também estão no cinema. Nos anos 1970, realizou muitos filmes.
Foi um filme, os outros são pequeninos, em 8 mm, super 8 mm e
16 mm, mas o único que guardo mesmo como significativo é o "O Construtor
de Anjos" (1978) – exibido na Cinemateca no dia 6 de Abril. Tinha um
outro, chamado "D. Jaime ou a Noite Portuguesa" (1974), em super 8 mm,
feito com o actor André Gomes e com a Rita Azevedo Gomes. E fiz mais uns
quantos filmezitos. Depois continuei preguiçosamente a pintar, sou
preguiçoso acima de tudo, sou preguiçoso ao máximo… e é isso.