Se
algo dá fadiga social e, no limite, revolta, são as políticas iô-iô,
ziguezagueantes e contraditórias. Primeiro máscaras e testes são falsa
sensação de segurança. Depois testagem em barda e máscara obrigatória.
"Nos
aviões não é necessário distanciamento porque as pessoas só olham para a
frente." chegou a dizer Graça Freitas. Tentativa de apps obrigatórias
ou restrições à mobilidade sem passar pelo Parlamento mas exigência de
total adaptabilidade permanente dos cidadãos a regras voláteis.
Autocarros
a abarrotar mas milhares impedidos de velar os seus entes queridos nos
cemitérios. Fórmula 1 cheia a par do Estado de Calamidade. Repensar o
Natal simultâneo a turistas sem limitações na sua liberdade de
movimentos.
Hoje confina, amanhã desconfina até ao hoje confia, amanhã desconfia.
SNS
sem os necessários reforços, dados errados, pouca informação,
infantilização. Decisões mais políticas do que epidemiológicas.
O resultado medra: cansaço, uns são filhos, outros enteados.
Ah, mas noutros países é igual, diz-se... Nem é verdade (nuns sim, noutros não) e com o mal dos outros podemos nós.
É
velha a relação entre grandes homens e grandes catástrofes. Há uns que
se agigantam. Outros apequenam-se. Este último é o caso de António
Costa. Tragédia a dobrar. Que vírus, Portugal.
Joana Amaral Dias