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18.10.19

R.T.P. TELEJORNAL.




Telejornal. Há 60 anos a dar notícias aos portugueses

O Telejornal fez a sua estreia faz esta sexta-feira 60 anos exatos. E o primeiro pivô era um jornalista

A emissão desta sexta-feira  do Telejornal é festa:

 o formato noticioso cumpre 60 anos com uma emissão especial entre as 20:00 e as 22:00, conduzida por José Rodrigues dos Santos e João Adelino Faria. O presidente Marcelo Rebelo de Sousa é um dos convidados. 

O Telejornal é, segundo a estação pública, a principal marca da empresa depois da própria RTP. Nasceu a 18 de ​​​outubro de 1959. Esta é a sua história:

- Quase três anos depois da primeira emissão experimental, em setembro de 1956, e do início das emissões regulares a 7 de março de 1957, começava o Telejornal.
 Foi a 18 de outubro de 1959 e os apresentadores foram Mário Pires, do Diário de Notícias, e Alberto Lopes, de O Século. Era uma novidade. Pela primeira vez, o espaço noticioso era conduzido por dois jornalistas profissionais.


- O primeiro de todos os Telejornal, ainda a preto e branco, tinha duas edições diárias: uma de meia hora e outra de 10 minutos no final da emissão, por volta das 23:30.

- O nome do Telejornal, que se mantém e nunca mudou ao longo de 60 anos, foi inspirado no Telegiornale da televisão italiana, como lembrou ao DN Vasco Hogan Teves, chefe de redação da RTP em 1957, por ocasião dos 50 anos da emissão.

- Porém, a novidade de ter dois jornalistas na condução do espaço informativo não foi bem acolhida.

Pouco tempo depois, eram substituídos por locutores do quadro da RTP como Fernando Balsinha (1948-2003) e José Fialho Gouveia (1935-2004), que, em última hora, deram a conhecer as movimentações dos militares no 25 de abril e a rendição do governo de Marcelo Caetano que entregou o comando ao Movimento das Forças Armadas. "A partir deste momento, o Movimento das Forças Armadas controla totalmente a rede emissora da Rádio Televisão Portuguesa", informou Balsinha.


A Informação que, em 1969, e não considerando o desporto, emitiu 421 h. de programas (total do ano: 3 166 h. 35 m.), indo o destaque, naturalmente, para o Telejornal que se viu enriquecido – e já era tempo que isso sucedesse! – com o serviço de troca de notícias da Eurovisão (conhecido sob a sigla EVN) que é, nem mais, uma bolsa informativa constituída no âmbito da UER e para a qual convergem com as suas contribuições (na forma de reportagem-actualidade) os organismos membros activos e associados, incluindo agências noticiosas especializadas.

Quer isto dizer que, a partir da segunda quinzena de Junho,27 o Telejornal passou a dispor das imagens precisas para dar o indispensável suporte visual aos acontecimentos do dia-a-dia no estrangeiro com maior actualidade e melhor teor documental.

 Até aí, essa “ilustração” dependia dos filmes enviados pelas agências e que se recebiam por via área; ou, na sua ausência, por imagens fixas, geralmente telefotos, para o que a Redacção dispunha de equipamento de recepção apropriado.
 Com a troca diária de notícias via Eurovisão ao seu alcance, o Telejornal da RTP conseguiu um considerável ganho de tempo em relação aos acontecimentos.

 As imagens recebidas a determinadas horas do dia (precedidas de uma conferência telefónica com o coordenador UER, em Genebra) eram gravadas em vídeo e neste trabalhadas para emissão.


Acontecimentos no cenário europeu tinham imagens certas no próprio dia em que ocorriam. Algumas vezes, também as enviadas do continente americano chegavam a boas horas, após serem recepcionadas em Londres e só depois injectadas na rede da Eurovisão.

 Com a abertura de uma delegação da UER em Nova Iorque obtiveram-se ainda melhores resultados. O material proveniente da troca de notícias tornou-se pois, um elemento imprescindível nos alinhamentos do Telejornal.
E, graças à presença da nossa Televisão nesse serviço da Eurovisão, passou a RTP a ter novas possibilidades de colocar extra-fronteiras assuntos que, embora de âmbito nacional, podiam merecer a atenção dos serviços noticiosos das suas congéneres estrangeiras.
 Bom exemplo dessas possibilidades foi o facto de, no ano de 1969, a RTP ter enviado para a rede da Eurovisão (para visionamento de milhões de espectadores de, praticamente, todos os países que a integravam) quase tantos assuntos-imagens como os que, nos 5 anos anteriores, foram, por métodos menos rápidos e precisos, divulgados no estrangeiro.

Edições normais e especiais do Telejornal (bem como largos espaços em rubricas de informação não diária, como “TV 7” e “Em Foco”) dedicaram especial atenção à primeira visita de um chefe do Governo Português ao Ultramar (Guiné, Angola e Moçambique), trabalho de que se ocupou uma equipa de enviados especiais constituída por: Carlos de Melo, subchefe da Redacção; Adriano Cerqueira, redactor; José Manuel Tudela e Sebastião Pinheiro, operadores de imagem; João Lourenço, operador de som; e João Mendes, assistente. João Terramoto, correspondente da RTP em Moçambique, colaborou, também, nas reportagens.

 Uma outra equipa da RTP, com o realizador José Elyseu e o operador de câmara Silva Campos, produziu alguns serviços especiais ainda relacionados com a presença do prof. dr. Marcello Caetano em África. Mais tarde, uma nova visita do Presidente do Conselho, dessa feita ao Brasil, foi reportada por novos enviados especiais: Horácio Caio, redactor-chefe; António Ribeiro Soares, redactor; Henrique Mendes, locutor; Pozal Domingues, Artur Moura e João Rocha, operadores de imagem; João Lourenço, operador de som; e Sebastião Fernandes, assistente.

Por ocasião das eleições para deputados à Assembleia Nacional, em Outubro, a RTP projectou e consolidou uma transmissão que fez frequentes apelos a intervenções em directo (efectuadas a partir de um centro coordenador de operações, instalado na sala de redacção da secretaria de Estado da Informação e Turismo) e a sucessivas conexões Lumiar - exterior - Lumiar.

 Houve, ainda, que desdobrar a Redacção do Telejornal para que se desempenhasse das missões confiadas nas duas frentes. Também equipas de reportagem actuaram em todas as capitais de distrito do Continente, de modo a que o espectador interessado pudesse seguir o acto eleitoral.

Pela primeira vez, e com regularidade, começaram a ser utilizadas locutoras na apresentação do Telejornal.
 Já algumas vezes se havia recorrido a vozes femininas para leituras “off” mas, raríssimas vezes, para intervenções “in”.
 E embora os locutores mais antigos, e experimentados, continuassem a ser as presenças mais frequentes para a leitura das notícias, registe-se que dois novos começaram a ser chamados a intervir nessa área: Raúl Durão e José Côrte-Real.


 Ver a imagem de origem

Com o surgimento do cinema, a iniciativa para filmar notas de tipo informativo ficou latente, de tal modo que o primeiro filme produzido foi a saída dos operários de uma fábrica, mostrando-se assim as capacidades informativas do cinema como meio.

De tal modo, uma vez estabelecido tecnicamente, o cinema foi transmissor de notícias. As primeiras companhias cinematográficas estabeleceram diversos equipamentos para a confecção de noticiários em filme (cinejornais), que têm como característica a periodicidade e a multiplicidade - em alguns casos - para "localizar" (tornar local) a informação, oferecendo conteúdos de interesse para zonas específicas e sobretudo no idioma de cada população.

Com a chegada da televisão e o final da II Guerra Mundial, os noticiários de cinema foram gradualmente perdendo relevância. A televisão prometia imediatismo em vários sentidos: a notícia em um momento mais próximo e a localização em casa.

O primeiro evento televisivo noticioso foi no mês de agosto de 1928, nos Estados Unidos. A emissora WGY transmitiu simultaneamente em rádio e TV (WGY, 2XAF e 2XAD) o senhor Al Smith, pré-candidato à presidência pelo Partido Democrata, aceitando a indicação oficial. Foi o primeiro sinal ao vivo (em directo) e o primeiro evento de notícias.

Nas origens, o jornalismo de televisão copiou o formato do rádio. As primeiras notícias eram lidas diante da câmera, mas logo se notou a importância do apresentador, que demonstrava o jornalismo através de sua aparência, de sua expressão facial e de sua entonação. Algum tempo depois, surgiram as imagens que, no início não possuiam som. Mais tarde, os filmes passaram a ser sonoros, com a utilização de uma câmara-gravadora. Logo depois, surgiu o video-teipe e a transmissão de imagens via satélite, o que acelerou o ritmo das transmissões.

O telejornalismo no Brasil surgiu nos anos 50 com a TV Tupi, que entra no ar com o papel exclusivo de apresentadora de espetáculos. Mais tarde, Heron Domingues, o Repórter Esso do radiojornalismo, transforma-se numa das maiores expressões do telejornalismo nascente. Sem explorar imagens, o que fazia era rádio na televisão. Até o início da década de 60, não existiam redatores e locutores no universo da TV. Sem as imagens, sem redação própria e sem o recurso de câmeras, os telejornais apostavam tudo no locutor. Alguns anos depois, alguns telejornais adotaram novos formatos que duram até hoje, como por exemplo o Jornal Nacional e Jornal do SBT.

18 - 10 -  2019

Fontes: Hemeroteca Portuguesa
             Wikipédia.