Este blogue é pessoal e sem fins lucrativos. Se sentir que eu estou a infringir os seus direitos de autor(a) agradeço que me contacte de imediato para eu corrigir o referido conteúdo: / This blogue is a non-profit and personal website. If you feel that your copyright has been infringed, please contact me immediately: pintorlopes@gmail.com

30.9.17

ARCA DO FIM DO MUNDO

Cientistas enterram 'cápsula do tempo' num fiorde.

Cientistas enterraram num fiorde na Noruega uma 'cápsula do tempo', um tubo de aço inoxidável com objetos que, dizem, retratam a ciência e a tecnologia de 2017, como amostras de ADN de humanos e um meteorito.

Cientistas enterram 'cápsula do tempo' num fiorde
Notícias ao Minuto
 Noruega
Um artigo da revista científica Nature, hoje divulgado, descreve que o tubo foi enterrado a 17 de setembro, em Hornsund, na ilha de Spitsbergen, a maior do arquipélago Svalbard, banhado pelo oceano gelado Ártico.
O tubo, enterrado a cinco metros de profundidade, pode permanecer escondido durante mais de 500 mil anos antes de surgir à superfície em resultado da erosão e da elevação geológica.

A 'cápsula', de pouco mais de meio metro de comprimento, foi colocada num furo fora de uso, perto da estação polar polaca, e contém vários recipientes com amostras de um fragmento de um meteorito com 4,5 mil milhões de anos, lava basáltica de uma erupção vulcânica na Islândia e areia da Namíbia com partículas de diamantes e kimberlito (rocha que contém diamantes) que, de acordo com os cientistas, documentam a geologia da Terra.

Amostras de ADN (material genético) de humanos, ratos, salmão e batatas, uma abelha preservada em resina, sementes de aveia, abóbora, milho, feijão, ervilha e girassol e cerca de 300 tardígrados, animais microscópicos conhecidos como 'ursos-de-água' que conseguem sobreviver a radiação extrema, seca e ao calor, retratam o domínio da biologia.

Para comunicar aos futuros historiadores o estado da tecnologia atual, os investigadores colocaram no tubo aparelhos eletrónicos, como um detetor de radiação, um telemóvel e acelerómetros, um cartão de crédito, um relógio de pulso e uma fotografia da Terra tirada do espaço e reproduzida em porcelana.
Nas tampas de alguns dos recipientes, os cientistas deixaram as suas impressões digitais.

A 'mensagem' científica e tecnológica que os investigadores quiseram legar foi criada para assinalar os 60 anos da estação polar polaca, instalada no âmbito de um projeto que incluiu uma série de atividades geofísicas.

Marek Lewandowski, cientista polaco que teve a ideia e selecionou os conteúdos para a 'cápsula do tempo' depois de ouvir sugestões de dezenas de outros investigadores, crê que quem descobrir o tubo vai perceber a civilização de hoje, tal como os arqueólogos compreenderam o significado da Grande Pirâmide de Gizé, do Antigo Egito, e dos túmulos e artefactos do seu interior.


Criada para salvar humanidade, "Arca do fim do mundo" está ameaçada

Aquecimento global pode deixar inviável o funcionamento do maior banco de sementes do planeta


Silo fica no isolado arquipélago de Svalbard, entre a Noruega e o Polo Norte (Foto: Landbruks- og matdepartementet | flickr | creative commons)

Preservar a variedade de sementes do planeta é fundamental para a nossa sobrevivência. Foram milhares de anos desenvolvendo e selecionando as plantas para que pudessem nos servir de alimento, que poderia ser perdido caso uma catástrofe recaia sobre a Terra.

Para garantir a perpetuação da espécie, em  junho de 2006, os governos da Noruega, Suécia, Finlândia, Dinamarca e Islândia, em esforço conjunto com a Fundação Bill e Melinda Gates, deram início às construções do Silo Global de Sementes de Svalbard. Trata-se de um grande cofre para guardar e preservar espécies de sementes que podem servir como alimento para a população mundial.


Apelidada de “Arca do Fim do Mundo”, fica no Monte Spitsein, em Svalbard, território ártico da Noruega. O local foi criteriosamente escolhido, por se tratar de uma das regiões mais frias do planeta, funciona como um grande refrigerador natural com temperatura constante de -17ºC que mantém as sementes conservadas por mais de 200 anos sem grande gasto de energia.

Um exemplo da importância desse depósito com capacidade para mais de 3 bilhões de sementes aconteceu em 2015. Com a guerra da Síria, pesquisadores do país perderam acesso ao banco genético de plantas que ficava em Aleppo. Para dar sequência aos trabalhos, no mais pacífico Líbano, buscaram os exemplares perdidos na Arca.

E assim deveria funcionar pelas próximas centenas de anos. Se der ruim em algum canto do planeta, e a variabilidade genética das plantas que consumimos se perder, era só recuperar no banco de sementes. Mas parece que quem planejou  banco se esqueceu que um tal de aquecimento global poderia atrapalhar os planos.

O primeiro sinal de problemas veio ainda e 2017. Um calor acima do normal na região derreteu parte do gelo que cercava o silo e causou o alagamento do túnel de 100 metros que dá acesso às sementes, que por sorte se mantiveram intactas. “Não estava em nossos planos pensar que o permafrost (o solo congelado do Ártico) não estaria mais lá e que o Banco experimentaria um clima extremo”, afirmou na época o membro do governo norueguês Hege Njaa Aschim.

Agora, um novo relatório do  governo norueguês mostra que as coisas tendem a piorar, e a iniciativa que poderia salvar a humanidade em tempos difíceis que precisa ser salva. De acordo com os pesquisadores, a temperatura média em Svalbard aumentou 5ºC desde 1971 e, se a humanidade não parar de emitir gases de efeito estufa.


Como consequência, o gelo marinho que permeiam as ilhas está desaparecendo. Principalmente nos fiordes, a neve está caindo 20 dias menos do que costumava e medições do permafrost a 80 metros de profundidade mostram um aquecimento de 0,15ºC por ano desde 2009. Muita coisa para o sensível gelo do Ártico.

Dessa forma, se a humanidade continuar a emitir gases de efeito estufa como fazemos atualmente, mais 10ºC será acrescido à média da temperatura, desencadeando uma série de eventos que vai mudar completamente a configuração das ilhas.
As geleiras recuarão por 400 metros, e o permafrost se transformará em mingau e liberará dióxido de carbono e metano. Isso desestabilizaria a paisagem e, juntamente com mais chuva e menos cobertura de neve, provavelmente levaria a mais avalanches e deslizamentos de terra.

A preocupação é grande, tanto que o governo norueguês já liberou o investimento de 13 milhões de dólares para reformas que tornem a “arca do fim do mundo” mais resiliente frente as mudanças climáticas. Mas não existe milagre. Somente reduzir as emissões globais de carbono seria capaz de garantir a sobrevivência das sementes, e da humanidade, para além desse século.

Svalbard Global Seed Vault

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Saltar para a navegação Saltar para a pesquisa
Svalbard Global Seed Vault
Svalbard seed vault IMG 8893.JPG
Entrada no silo em
27 de setembro de 2012.
O Silo Global de Sementes de Svalbard (em norueguês: Svalbard globale frøhvelv), é um gigantesco silo para sementes construído em 2008[1] próximo da localidade de Longyearbyen, no arquipélago Ártico de Svalbard, a cerca de 1300 km / 810 mi ao sul do polo norte.
O governo norueguês financiou inteiramente a construção do cofre de aproximadamente 45 milhões de kr (US$ 8,8 milhões em 2008).[2] O armazenamento de sementes no cofre é gratuito para os usuários finais; A Noruega e a Crop Trust pagam os custos operacionais. O financiamento primário para a Trust vem de organizações como a Fundação Bill & Melinda Gates e de vários governos em todo o mundo.[3]

História

O Nordic Gene Bank (NGB) armazena, desde 1984, o germoplasma de plantas nórdicas através de sementes congeladas numa mina de carvão abandonada em Svalbard. Em janeiro de 2008, o Nordic Gene Bank fundiu-se com outros dois grupos nórdicos de conservação para formar a NordGen.[4] O silo foi oficialmente inaugurado em 26 de fevereiro de 2008,[5] embora as primeiras sementes tenham chegado um mês antes.[6] Cinco por cento das sementes no cofre, cerca de 18.000 amostras com 500 sementes cada, vieram do Centre for Genetic Resources of the Netherlands (CGN), parte da Universidade de Wageningen, Holanda.[7]
Como parte do primeiro aniversário do silo, mais de 90.000 amostras de sementes de culturas alimentares foram armazenadas, elevando o número total de amostras de sementes para 400.000.[8] Entre as novas sementes estão incluídas 32 variedades de batatas dos bancos de genes nacionais da Irlanda e 20.000 novas amostras do Serviço de Pesquisa Agrícola dos EUA.[9] Outras amostras de sementes vieram do Canadá e da Suíça, bem como pesquisadores internacionais de sementes da Colômbia, México e Síria.[10] Esta remessa de 4 toneladas (3,9 toneladas de comprimento; 4,4 toneladas de tonelada curta) elevou o número total de sementes armazenadas no cofre para mais de 20 milhões.[11] A partir deste momento, o cofre continha amostras de aproximadamente um terço das variedades de alimentos mais importantes do mundo. Também como parte do aniversário, especialistas em produção de alimentos e mudanças climáticas se reuniram para uma conferência de três dias em Longyearbyen.[12]
O escultor japonês Mitsuaki Tanabe (田辺光彰) apresentou um trabalho para o cofre chamado "The Seed 2009 / Momi In-Situ Conservation".[13] Em 2010, uma delegação de sete congressistas dos EUA entregou uma série de diferentes variedades de pimenta.[14]
Em 2013, aproximadamente um terço da diversidade de gêneros armazenada em bancos de genes em todo o mundo estavam no silo.[15]
Em outubro de 2016, o cofre experimentou um grau anormalmente grande de intrusão de água devido a temperaturas acima da média e chuvas fortes. Embora seja comum que um pouco de água penetre no túnel de entrada de 100 metros / 328 pés durante os meses mais quentes de primavera, neste caso a água invadiu 15 metros / 49 pés do túnel antes de congelar.[16] A abóbada foi projetada para a intrusão de água e, como tal, as sementes não estavam em risco. Como resultado, no entanto, a agência norueguesa de obras públicas Statsbygg planeja fazer melhorias para prevenir qualquer intrusão no futuro, incluindo impermeabilizar as paredes do túnel, remover fontes de calor e escavar valas de drenagem externas.[17]
Para o 10º aniversário do silo, em 26 de fevereiro de 2018, uma remessa de 70.000 amostras foi entregue às instalações, elevando o número de amostras recebidas para mais de um milhão (sem contar as retiradas).[18] Neste momento, o número total de amostras mantidas no cofre era de 967.216, representando mais de 13.000 anos de história agrícola.[19]

Construção

O silo foi projetado pelo arquiteto Peter W. Søderman [20] e construído no Monte Spitsein, em Svalbard, e é uma estrutura inteiramente subterrânea. O arquipélago de Svalbard situa-se a 1000 km ao norte da Noruega continental, e foi escolhido por ser um lugar a salvo das possíveis alterações climáticas causadas pelo aquecimento global e/ou quaisquer outras causas.
Em 19 de junho de 2006 os primeiros-ministros da Noruega, Suécia, Finlândia, Dinamarca e Islândia participaram em uma cerimônia de inicio das construções, "colocando a primeira pedra". As obras foram concluídas e o silo foi inaugurando em 26 de fevereiro de 2008.[1]
O silo tem capacidade para abrigar três milhões de sementes. O restante será preservado através de coleções de plantas vivas ou em laboratório. O "cofre" é aberto apenas quatro vezes por ano.[21] As câmaras estarão a −18 °C, e se por alguma razão o sistema elétrico de refrigeração falhar, o montante de gelo e neve que naturalmente recobre o silo–o permafrost–manterá as sementes entre −4 °C e −6 °C.

Obra de arte

Instalação de arte iluminada sobre a entrada do cofre
Ao longo da cobertura do silo e de sua fachada exposta existe uma instalação luminosa chamada Perpetual Repercussion, realizada pela artista norueguesa Dyveke Sanne, que marca a localização do cofre à distânica.[22] Na Noruega, projetos financiados pelo governo que excedem certo orçamento devem conter uma obra de arte.

A KORO (Kunst i offentlige rom)[23] [24] agência governamental norueguesa responsável por administrar arte em lugares públicos, entrou em contato com a artista para instalar uma obra luminosa que ressaltasse a importância e a beleza da aurora boreal. A cobertura e a entrada do cofre são cobertas por placas de aço inoxidável de alta reflexibilidade. No verão, a instalação reflete as luzes polares enquanto que, no inverno, uma rede de cerca de 200 cabos de fibra óptica dá à instalação uma cor esverdeada.[25]

Primeira retirada

Em setembro de 2015, houve a primeira retirada de sementes para repor um banco genético de Aleppo, na Síria, e que foi parcialmente danificado por conta da guerra civil no país.[26]

Prêmios e honras

O Silo Global de Sementes foi classificado como número 6 nas Melhores Invenções de 2008 da Revista Time.[27] Ele recebeu o Norwegian Lighting Prize em 2009.[28]

Capacidade

Tipo
Banco de sementes, instalação (d), abrigo (en), estrutura subterrânea (en)Visualizar e editar dados no Wikidata
Concepção
Data
Ano Espécies Total de amostras Ref.
2008 (Fev)
268,000 [29]
2010
500,000
2013 (Fev)
774,601 [30]
2014 (Fev)
820,619 [31]
2015 (Mai) 4,000 840,000 [32][33]
2016 (Out)
880,000 [34]
2017 (Fev)
930,821 [35]
2018 (Nov)
983,524 [36]

27.9.17

AMAZÓNIA. EM SUA DEFESA

Queridos amigos e amigas,

Acabamos de ajudar a salvar uma área do tamanho da Dinamarca na Amazônia!

Após mobilizarmos mais de 1.8 milhão de membros da Avaaz em todo o mundo, apelos de ativistas indígenas, artistas, deputados, e após causar uma tempestade na imprensa que feriu a credibilidade de Temer, o presidente decidiu revogar o decreto que extinguia a RENCA.



A equipe da Avaaz, líderes indígenas e ONGs entregam 700 mil assinaturas diante de toda a imprensa


É uma vitória imensa, mas não podemos baixar a guarda: dezenas de projetos de lei que ameaçam a floresta estão encaminhados no Congresso. Nosso movimento está mostrando aos ruralistas que não descansaremos até salvar este milagre vivo que é a Amazônia.

Foi assim que vencemos: depois que Temer anunciou de surpresa a extinção da RENCA, em poucos dias juntamos 500 mil brasileiros em defesa da floresta, criando um dos maiores protestos online pela Amazônia da nossa história.

Então músicos, atores, atrizes, Youtubers e até mesmo a top model Gisele se uniram ao apelo para dizer a Temer: "tire a mão da Amazônia."


A top model Gisele se uniu ao protesto para proteger a RENCA nas redes sociais


Mas precisávamos que o Congresso nos ouvisse -- e então a equipe da Avaaz foi à Brasília DUAS VEZES para entregar 1.5 milhão de assinaturas (com ONGs parceiras, artistas e muita gente bacana).


Artistas entregam mais de 1.5 milhão de assinaturas da Avaaz e do Greenpeace.



Artistas se juntam com Avaaz e outras ONGs para entregar a campanha ao presidente da Câmara


Temer não entendeu de onde veio a pancada! Após o barulho que fizemos em Brasília, sabíamos que o presidente ia para Nova York abrir uma grande conferência da ONU. Levamos nosso apelo mundo afora e nossa petição, já assinada por 900 mil brasileiros, DOBROU quando membros da Avaaz do mundo todo se juntaram ao apelo.

Foi aí que estragamos o jantar de Temer com Trump com um protesto na frente do restaurante com participação de brasileiros, líderes indígenas e membros da Avaaz, tudo diante da imprensa. Enquanto isso, nosso caminhão com um anúncio mostrando a cara de Temer e pedindo o fim da destruição da floresta rodou durante dias pelas ruas de Nova York e no entorno da ONU.


Brasileiros, líderes indígenas e membros da Avaaz protestam contra Temer em Nova York.



O caminhão que circulou a zona da ONU enquanto o presidente Temer discursava em Nova York


Cada um de nós é responsável por isso -- ao assinar e compartilhar a petição, falar sobre o tema com amigos e muito mais. Por isso, vamos celebrar como chegamos a esta vitória e nos preparar para a próxima.

Essa conquista dá um respiro para a Amazônia, mas os ataques à floresta não param por aqui. Para conquistar proteções permanentes, nosso movimento precisa se unir ainda mais a fim de derrubar os políticos que atacam as florestas nas eleições de 2018. Estaremos prontos… e juntos.

Com esperança e determinação,

Diego, Laura, Flora, Nana, Joseph, Emma, e toda a equipe da Avaaz


Mais informações:

Temer recua e vai revogar decreto que extinguiu reserva de cobre na Amazônia (Estadão)
http://sustentabilidade.estadao.com.br/noticias/geral,temer-recua-e-vai-revogar-decreto-que-extinguir-reserva-nacional-de-cobre,70002015457

Protesto contra Temer em NY denuncia venda da Amazônia. Assista ao vídeo (Jornal do Brasil)
http://www.jb.com.br/pais/noticias/2017/09/19/protesto-contra-temer-em-ny-denuncia-venda-da-amazonia-assista-ao-video/

Artistas e ambientalistas entregam petição a favor da Amazônia para Rodrigo Maia (Jornal do Comércio)
http://jcrs.uol.com.br/_conteudo/2017/09/galeria_de_imagens/585281-artistas-e-ambientalistas-entregam-peticao-a-favor-da-amazonia-para-rodrigo-maia.html

#TodosPelaAmazônia: 660 mil brasileiros e movimentos pedem o fim dos ataques à floresta (Observatório do Clima)
http://www.observatoriodoclima.eco.br/todospelaamazonia-660-mil-brasileiros-e-movimentos-pedem-o-fim-dos-ataques-floresta/

Petição em defesa da Amazônia tem mais de 600 mil assinaturas (Istoé)
http://istoe.com.br/peticao-em-defesa-da-amazonia-tem-mais-de-600-mil-assinaturas/





26.9.17

CASSIOPEIA. ONDE SE FORMAM ESTRELAS

ESA partilhou fotografia incrível de região onde se formam estrelas

A partilha da fotografia surge na sequência da celebração do Observatório Espacial Herschel.

ESA partilhou fotografia incrível de região onde se formam estrelas

 

Há 7 Horas por Miguel Patinha Dias
^
Tech Espaço
Ao longo dos
anos em que esteve em atividade, o Observatório Espacial Herschel foi capaz de tirar fotografias de grande beleza não só do nosso Sistema Solar como também da nossa galáxia, a Via Láctea. É para celebrar este papel do satélite lançado em 2009 que a Agência Espacial Europeia (ESA) está a partilhar imagens como a que pode ver acima.

A imagem é de um complexo de três regiões (W3, W4 e W5) da nossa galáxia onde são formadas novas estrelas, conta o Science Alert. O complexo está localizado na constelação da Cassiopeia, uma que a ESA descreve como sendo “uma das melhores regiões para estudar a vida e a morte de estrelas gigantes na nossa galáxia Via Láctea”.





Esta é a sequência fotográfica que ilustra a notícia.

25.9.17

ÁCAROS E NÃO SÓ...

 

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj9MVPLqkyFhDXFBC7x0ctXsIf4aiVW6DtBxBGaQAEObvHFU-wvYpDBj-eUvZIAF-DKK5K5ZMiOj7tGIJPqgzsN9kwRBmscTkjA2y2A24CUG-OwX8qNzx7Ifg9SKiGp1efH95Je9gyUwy8/s1600/eliminar-acaros-en-cama.jpg

Ácaro é a designação comum dada aos animais pertencentes à subclasse Acari da classe Arachnida. A palavra acari deriva do grego akares, 'pequeno'. A maioria dos adultos mede entre 0,25 e 0,75 mm de comprimento, embora existam espécies ainda menores.

 Os carrapatos são os que alcançam maior tamanho, chegando a até 3 cm, após ingerirem sangue, como por exemplo, o carrapato-estrela, vetor da bactéria causadora da febre maculosa.

 O grupo apresenta aproximadamente 55 mil espécies descritas, compondo aproximadamente 5.500 gêneros e 1.200 subgêneros, representados em 540 famílias. Entretanto, estimativas do real número de espécies de ácaros vão de 500 mil a 1 milhão, pois novas espécies são encontradas rotineiramente, até mesmo em substratos que já foram bem estudados.

 

Aprenda a limpar o colchão para mantê-lo livre de ácaros (e não só)

Células mortas, pó e ácaros são os principais habitantes do colchão em que dorme todas as noites. Mas podem também acabar com a sua saúde.

Aprenda a limpar o colchão para mantê-lo livre de ácaros (e não só)

Apesar de todas as noites se deitar nele (e sonhar acordado durante o dia com esse momento), nem sempre o colchão é lembrado na hora de fazer uma limpeza à casa.
Um bom colchão é caro, por isso, trocá-lo com muita frequência não é algo que esteja ao alcance de todos. Além do mais, não se trataria de um hábito muito amigo do ambiente.
Fazer uma limpeza frequente ao colchão é extremamente necessário, pois este item usado diariamente acumula muitas células mortas, poeira, ácaros e humidade, que podem prejudicar em muito a nossa saúde.
Segundo o site Dica de Mulher, o colchão deve ser limpo pelo menos uma vez por mês. E o produto indicado? Bicarbonato de sódio. Para fazer a limpeza completa vai precisar de: 250 gramas de bicarbonato, uma escova indicada para tecidos, um aspirador de pó e óleo essencial (cujo o aroma depende do gosto de cada um).
Para a limpeza, basta tirar toda a roupa de cama e polvilhar o bicarbonato por toda a superfície do colchão. Deixe-o atuar por 40 minutos, esfregue com uma escova, deixe atuar por mais 15 minutos e, em seguida, passe o aspirador de pó por cima, removendo o bicarbonato e a sujidade que vai ficando saliente.

Repita o processo do outro lado do colchão. Se possível, deixe o colchão ao sol durante a limpeza. No final, aplique gotas de óleo essencial (lavanda e camomila são ótimos para proporcionar um ambiente mais calmo na hora de dormir).

 s ácaros, grandes vilões causadores de alergias em humanos (ácaros domésticos), são seres minúsculos, geralmente menores que um milímetro de comprimento, que pertencem à classe dos aracnídeos e fazem parte da subclasse Acarina ou Acari, da qual também fazem parte os carrapatos.
Estes seres diminutos têm explorado uma incrível variedade de habitats devido a sua pequena dimensão (a maioria são microscópicos) e são raramente notados. Grande parte dos ácaros vive livremente no solo ou na água, como também existem espécies que vivem como parasitas de plantas e animais vertebrados e invertebrados. Para se ter uma idéia existem cerca de 48.000 espécies diferentes de ácaros descritas, que representa uma pequena fração diante da diversidade total de ácaros existentes no mundo, segundo acarologistas (cientistas que estudam os ácaros).

22.9.17

ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS

Christian Zuber, porta-voz da polícia de Valais, disse ao The Guardian que tem uma lista de mais de 300 nomes de pessoas que desapareceram nos Alpes desde 1925. "Os glaciares estão a recuar, por isso é lógico que estejamos a encontrar cada vez mais corpos e partes de corpos.

 Nos próximos anos esperamos que muitos mais casos de pessoas desaparecidas sejam resolvidos", afirmou ao jornal britânico.

Um relatório do World Glacier Monitoring Service estima que, entre 2000 e 2010, os glaciares dos Alpes perderam um metro de densidade todos os anos e uma investigação do jornal suíço Tagesanzeiger mostra que oito dos dez meses em que estes glaciares perderam maior volume no último século ocorreram desde 2008.

Ver a imagem de origem

O degelo vai continuar, isso parece certo.

A única duvida dos especialistas é a velocidade a que os glaciares vão derreter.  E não apenas nos Alpes. Noutras cadeias montanhosas da Europa ou em regiões onde os glaciares dominaram durante muito tempo. Algo que está a mudar nesta era do aquecimento global.

 Se por um lado estas descobertas trazem algum alívio aos familiares e os arqueólogos se regozijam com a descoberta de corpos mumificados de antigas culturas, há um aspeto negativo e que preocupa cada vez mais os cientistas.
 Estas descobertas só atestam a rapidez com que o clima está a mudar, o ritmo é cada vez maior assim como as consequências. A corrida para combater as alterações climáticas está a atingir uma fase crítica.

19.9.17

MAPA DAS ESTRADAS ANO 1901

ANO DE 1901  DO MAPA DAS ESTRADAS
Mapa das estradas em Macadame no ano de 1901
Mapa das estradas em Macadame no ano de 1901


Macadame

Macadame
 
 
Macadame é um tipo de pavimento para estradas desenvolvido pelo engenheiro escocês John Loudon McAdam, circa 1820. O processo recebeu o nome de Macadam em homenagem ao seu criador McAdam.

18.9.17

SALVEMOS A AMAZÓNIA



-------


Estimados amigos e amigas,


Alerta máximo!
O presidente do Brasil está tentando vender pedaços enormes da área protegida da Amazônia para empresários corruptos em trocas de favores políticos. A última tentativa foi para uma extensão equivalente à metade da Alemanha!

Mas temos como impedi-lo.Ele já está no meio de uma crise, enfrentando níveis baixíssimos de aprovação e sendo bombardeado na imprensa por acusações de corrupção e ataques ao meio-ambiente.

Nesta semana, ele irá à Assembleia Geral da ONU para tentar angariar apoio junto à imprensa mundial. Vamos acabar com os planos dele ao aparecer em Nova York com 2 milhões de assinaturas e uma ação que vai virar manchete em todo lugar! Vamos mandá-lo para casa com apenas uma opção para salvar sua carreira política:parar de matar a Amazônia.

https://secure.avaaz.org/campaign/po/all_for_amazon_loc/?tzWqodb&v=500349874&cl=13180656566&_checksum=488265c48e865d5c3037c08e2aa0e1dfb0bf5369fba0aeaf948fb4dbf7941d3b

A Amazônia é um milagre vivo. É a casa de uma entre dez espécies de todo o planeta, produz mais de 20% do nosso oxigênio, e não conseguiremos impedir as catástrofes climáticas sem ela.

Mas neste exato momento, esse ecossistema único e o povo indígena que nele vive, estão pagando o preço de um jogo político sujo. O presidente Michel Temer está leiloando pedaços da floresta para madeireiros e fazendeiros em troca de favores de empresários poderosos e membros do Congresso.Ele precisa dessa proteção porque ele é extremamente impopular e é agora alvo de investigações de corrupção!

De acordo com cientistas, decisões como essa poderiam levar a Amazônia inteira para uma crise catastrófica--e até para um colapso total de todo o ecossistema da floresta!

Em poucos dias, o Brasil estará em destaque na abertura do encontro de líderes na ONU. Nós vamos dar o nosso melhor em Nova York para colocar a proteção da Amazônia em pauta toda vez em que Michel Temer aparecer. Mais de 900 mil brasileiros já assinaram essa campanha --vamos fortalecer essa campanha agora:

https://secure.avaaz.org/campaign/po/all_for_amazon_loc/?tzWqodb&v=500349874&cl=13180656566&_checksum=488265c48e865d5c3037c08e2aa0e1dfb0bf5369fba0aeaf948fb4dbf7941d3b

A comunidade da Avaaz no Brasil tem um histórico de conseguir milagres -- conseguimos aprovar uma poderosa lei anti-corrupção e ajudamos a derrubar um dos políticos mais “intocáveis” do país que tentava escapar de toda e qualquer punição. Agora construímos uma das maiores campanhas nacionais já vistas. Vamos levá-la ao mundo todo e salvar a Amazônia!



ONGs fazem protesto na Câmara contra decreto de extinção da Renca (G1)
https://g1.globo.com/politica/noticia/ongs-fazem-protesto-na-camara-contra-decreto-de-extincao-da-renca.ghtml

Após anistia de R$ 8,6 bilhões, 2/3 da bancada ruralista votam a favor de Temer (UOL)
https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2017/08/03/apos-anistia-de-r-86-bilhoes-23-da-bancada-ruralista-vota-a-favor-de-temer.htm

Muito além da Renca: O plano do governo federal para aumentar a produção mineral no País(Huffpost)
http://www.huffpostbrasil.com/2017/09/01/muito-alem-da-renca-o-plano-do-governo-federal-para-aumentar-a-producao-mineral-no-pais_a_23192928/ (https://www.theguardian.com/environment/2017/aug/30/brazilian-court-blocks-abolition-of-vast-amazon-reserve)

Amazônia: Protesto na Câmara mobiliza parlamentares e ONGs contra extinção de Renca (Globo)
https://oglobo.globo.com/economia/amazonia-protesto-na-camara-mobiliza-parlamentares-ongs-contra-extincao-de-renca-21764609#ixzz4smoYJdpN

Geddel, o político dos R$ 51 milhões, declara fazendas a preço de banana (De Olho nos Ruralistas)
https://deolhonosruralistas.com.br/2017/09/06/geddel-o-politico-dos-r-51-milhoes-declara-fazendas-preco-de-banana/

Avaaz.org <avaaz@avaaz.org>





15.9.17

DIÓSPIRO

Dióspiro – Um fruto do Outono

 
O dióspiro (Diospyros kaki), é um fruto proveniente da Ásia, mais precisamente da China, de onde foi levado para a Índia e para o Japão, onde é cultivado desde o século XVII. Ao longo dos tempos, difundiu-se pelos cinco continentes. 
 Atualmente, os principais países produtores são: China, Japão, Coreia, Brasil, Índia, Itália e Espanha. Em Portugal, destaca-se a zona do Algarve como zona de produção. Contudo, grande parte dos dióspiros é proveniente de árvores dispersas, espalhadas por todo o país. O calendário de produção nacional reporta aos meses de outubro e novembro, entrando ainda no mês de dezembro.
 Ou seja, estamos em plena época do dióspiro. Esta estação traz-nos cheiros, cores e sabores muito próprios da época e o dióspiro é um dos frutos preferidos no Outono.
O diospireiro é uma espécie de origem subtropical, adaptando-se a um clima moderado. O fruto do diospireiro, retirando a sua casca fina, é praticamente constituído por polpa, de aparência gelatinosa, composta por fibras solúveis como mucilagens e pectinas.
 Estas fibras favorecem a regulação do funcionamento intestinal e das glicemias, promovem a saciedade e diminuem os níveis de colesterol total e de colesterol-LDL.
 
Ainda do ponto de vista nutricional, é de salientar também a sua riqueza em vitamina A, e minerais como o potássio. Têm-se descrito grandes quantidades de atividades associadas aos carotenoides (responsáveis pela coloração do fruto), principalmente como agentes antioxidantes com eventual potencial na proteção das células.
As suas variedades dividem-se em função da adstringência. A sensação adstringente é provocada pela contração das mucosas da boca, sendo que esta característica particular se deve à presença de taninos (especialmente presentes quando a fruta ainda não está madura).
 A riqueza em taninos confere-lhe um elevado potencial antioxidante, e diversos estudos relacionam a sua presença com a diminuição do risco de doença cardiovascular e de alguns tipos de cancro.
 
 As “adstringentes”  – Coroa de Rei, Kaki e Roxo Brilhante – são as mais comuns e necessitam de uma maturação adequada para poderem ser consumidas. As “não adstringentes” – Fuyo, Hana Fuyo, O Gosho, Giro, Cal-Fuyo, Fau-fau e Sharon –  podem consumir-se de imediato, após a colheita.
 
O dióspiro oferece 65kcal por 100g de parte edível, sendo que a sua composição é essencialmente água (82,6g), hidratos de carbono (14,8g), vitaminas e minerais.
  Contém 177 µg de carotenoides correspondendo a 22% da dose diária recomendada (DDR) de vitamina A, tornando o dióspiro uma boa fonte. Apresenta, também, uma quantidade interessante de potássio (230mg), correspondendo a 11,5% da DDR.
Devido ao teor de hidratos de carbono, o consumo do dióspiro deve ser, sempre que possível, integrado em refeições.
tabela-diospiro-1
Informação retirada da Tabela de Composição dos Alimentos Portuguesa

Como Escolher/Manter

A coloração pode apresentar-se desde amarelo/alaranjado até laranja escuro.
 Escolha dióspiros que ainda conservem o pedúnculo e o cálice.
 Manipule cuidadosamente pois o dióspiro tem uma pele muito sensível a qualquer dano físico.
 Pode optar por comprar o fruto ainda duro e deixar amadurecer em casa, visto que o processo de amadurecimento é rápido e pode ainda ser acelerado se for colocado junto a outras frutas, como por exemplo a banana.
 O etileno libertado por esta fruta induz o amadurecimento noutra que esteja próxima.

Como consumir

Estamos no Outono, e por esse motivo, os dióspiros ganham destaque nas bancas dos mercados.
 Sem dúvida que a melhor forma de apreciá-los é ao natural, e com o auxílio de uma colher.
 No entanto, pode ser preparado de várias formas, cru ou cozinhado (assados com um pouco de canela).
 O dióspiro é doce e portanto muito utilizado em saladas, com iogurte, em sumos ou em gelados evitando a adição de açúcar. 
Dê preferência ao dióspiro maduro de forma a diminuir a adstringência e suavizar o seu sabor.

Delicie-se neste Outono!

Imagem retirada de Parchen

11.9.17

UMA VIDA NUM CHAPÉU E OUTROS CONTOS DE CAÇA

  UMA VIDA NUM CHAPÉU E OUTROS CONTOS DE CAÇA

 Olá a todos,
Não há duas sem três.
 Essa é que é essa.
 Tomei-lhe o gosto.
 Dito isto fica aqui o convite para o lançamento do meu novo livro
Uma Vida num Chapéu.
 Próximo dia 21, Quinta Feira, pela tardinha (19horas), lá o espero.
Onde?.
Na Livraria Ferin.
 Claro!

Onde vir chapéus pendurados na rua, ali ao Chiado, é lá.

 Venha e traga o seu Chapéu. Mas venha.

 Se vier, mesmo que sem chapéu, eu prometo que tiro o meu chapéu.

José Maria da Cunha


 

6.9.17

SERRA DE SINTRA. O FOGO DE 1966

Já lá vão 51 anos era eu uma criança. Ainda hoje tenho na memória algumas imagens deste dia. Com a devida vénia transcrevo um relato desse acontecimento.

Serra de Sintra

Grande Incêndio de 6 Setembro de 1966

 


Em Setembro de 1966, a serra de Sintra era motivo de notícia, nos jornais nacionais e estrangeiros. Não pela sumptuosidade do seu património histórico-natural, mas antes, devido à violência com que o fogo a devastava e às circunstâncias dramáticas em que haviam morrido, durante os trabalhos de extinção, 25 militares do Regimento de Artilharia Anti-Aérea Fixa de Queluz (RAAF).

O fogo lavrou – com intensidade brutal – entre os dias 6 e 12 de Setembro.
As chamas irromperam na Quinta da Penha Longa, alastrando à Quinta de Vale Flor, Lagoa Azul e Capuchos.
Em diversos momentos, a situação apresentou-se incontrolável, sendo favorecida por elevadas temperaturas e constantes mudanças de vento forte.
Vários pontos de referência de Sintra estiveram sob risco elevado, caso do Palácio de Seteais, Palácio de Monserrate e Parque da Pena, entre outros. A própria localidade de S. Pedro de Sintra chegou a correr perigo.
A presença, no ar, de corpos incandescentes, originou focos de incêndio noutros pontos do concelho – Albarraque, Cacém, Colares, Gouveia, Magoito, Mucifal, Pinhal da Nazaré, Praia Grande e Praia das Maçãs – obrigando à dispersão dos meios de combate.
Foram mobilizados todos os corpos de bombeiros do distrito de Lisboa, aos quais se juntaram, ainda, por absoluta necessidade de reforços, pessoal e material de Caldas da Rainha, Elvas e Leiria. Também várias forças militares e militarizadas integraram o dispositivo de luta contra o fogo. Ao todo, estiveram no terreno, mais de quatro mil homens em acção.
A Lagoa Azul e o largo do Palácio Nacional de Sintra foram, em termos estratégicos, os locais escolhidos para concentração dos meios de combate.
"Sintra: uma vila ocupada", escrevia o jornal Diário de Notícias, em 10 de Setembro de 1966, ao legendar uma foto que registava o abastecimento de veículos de bombeiros e militares, defronte do vulgarmente designado "Palácio da Vila".
O actual edifício do Museu do Brinquedo, ao tempo quartel-sede dos Bombeiros Voluntários de Sintra, acolheu o "quartel-general de combate e alerta".
Toda a região de Sintra ficou envolta numa enorme nuvem de fumo – negro e espesso – sendo visível a vários quilómetros de distância.
À noite, um "medonho clarão", que se avistava de Lisboa e arredores, fez convergir, diariamente, muitas pessoas a Sintra, para assistirem, de perto, ao gigantesco incêndio.
Enquanto uns tinham a atenção centrada no rasto de destruição, outros combatiam o fogo até à exaustão, com todos os meios ao seu alcance. Serviu para amenizar o cansaço, a corrente de solidariedade desencadeada pelas gentes de Sintra. Por exemplo, conforme destacado pela imprensa, "restaurantes, cafés e pensões serviram, gratuitamente, alimentos a bombeiros e soldados".

UM MEDONHO CLARÃO
A NUVEM DE FUMO


INTERVENÇÃO CONJUNTA DE BOMBEIROS E POPULARES
COMBATE AO FOGO
Combate eficaz apesar da falta de meios

Em 1966, ao contrário de outros países, não existiam, em Portugal, meios aéreos para o combate a incêndios. Por outro lado, os veículos de bombeiros não dispunham de tracção às quatro rodas e muito menos de depósitos de grande capacidade e de bombas de grande débito.

 Muitas das frentes de incêndio foram debeladas com recurso, entre outras técnicas, ao batimento do fogo, quer com ramos de árvores quer com material sapador, saldando-se num trabalho deveras penoso e extenuante. Calcule-se, portanto, as difíceis condições enfrentadas pelo pessoal combatente, na presença de altas temperaturas, agravadas pelas características dos uniformes utilizados na época, com destaque para o capacete de latão e botas de borracha.

Apesar das condições de extrema adversidade e da ausência de meios, incluindo sistema de telecomunicações, bombeiros e militares defenderam, com êxito, o património edificado de Sintra e evitaram que o fogo atingisse maior número de área arborizada.
A abundância de mato ressequido constituiu um dos maiores inimigos enfrentados pelos bombeiros e, por sua vez, representou um dos maiores amigos da combustão.
Na altura, havia sido determinada a proibição de apanhar mato na serra. Como tal, a falta de limpeza dos terrenos foi um dos factores considerados na avaliação das causas da rápida propagação do incêndio.

 A este respeito, importa referir que o conceito de prevenção, mesmo ao nível da antiga Direcção-Geral dos Serviços Florestais e Aquícolas, não tinha as incidências dos dias de hoje.
Vegetação rara da serra sofreu danos bastante consideráveis, antevendo os técnicos, desde logo, a difícil probabilidade do seu florescimento. Os parques da Pena e de Monserrate salvaram-se, ao contrário da Tapada do Mouco, onde os prejuízos atingiram quase a totalidade da sua área. Os terrenos de particulares foram os mais causticados.


 5  6 
5 - Antigo quartel-sede dos BV Sintra, onde funcionou o "quartel-general de combate e alerta"

 
6- Largo do Palácio Nacional de Sintra (anos 60), um dos locais de concentração dos meios de socorro


Serra de luto

Grande parte da serra perdeu a sua beleza e viu-se convertida num horizonte negro, como a significar um manto de luto.


 Luto, também, pela perda de 25 vidas humanas. Tudo aconteceu na noite de 7 de Setembro, no Alto do Monge, numa altura em que o fogo atingiu o seu máximo.

 Um grupo de militares do RAAF que operava no local, sem preparação adequada para o combate a incêndios, deixou-se cercar pelas chamas… A detecção dos seus corpos carbonizados – diz quem testemunhou a tragédia – foi "chocante".
Desejada por todos, só a queda de chuva permitiu a extinção do incêndio. No dia 12, às sete da manhã, chegava finalmente a solução para um problema que parecera não ter fim: a chuva caía sobre Sintra. Apesar disso, numa medida de prevenção, alguns meios dos bombeiros permaneceram vigilantes no local, a fim de fazer face a inevitáveis reacendimentos. Somente, no dia 25, foram dadas por concluídas todas as operações.

Este foi o mais grave incêndio ocorrido na serra de Sintra, totalizando 50 quilómetros quadrados de área ardida. Um simples descuido, na zona da Lagoa Azul, esteve na sua origem, segundo investigação da Polícia Judiciária.
A experiência vivida pelos bombeiros, na serra de Sintra, suscitou um conjunto de reflexões, no domínio organizativo da prevenção e do combate, cuja essência permanece actual e continua a alimentar, repetidamente, no país, na época de Verão, o debate sobre o flagelo dos incêndios florestais.

 Ao estudo do assunto, privilegiando uma visão sistémica e nacional, dedicaram-se dois comandantes de bombeiros do concelho de Sintra: Mário Ferreira Lage (BV S. Pedro de Sintra) e José Maria de Magalhães Ferraz (BV Algueirão-Mem Martins).

Já em 1966, à semelhança do que se verifica nos nossos dias, era defendido um trabalho a montante e interligado entre várias entidades intervenientes na problemática dos incêndios florestais.
MILITARES NA SERRA
MEMORIAL

 7  8
7 - Militares em acção na serra

 
8 - Lápida em memória das 25 vítimas, no Alto do Monge


Vinte anos depois

Em 1986, por ocasião do 20.º aniversário do grande fogo na serra de Sintra, os nove corpos de bombeiros do concelho de Sintra (Agualva-Cacém, Algueirão-Mem Martins, Almoçageme, Belas, Colares, Montelavar, Queluz, S. Pedro de Sintra e Sintra), em articulação com a Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), decidiram evocar a efeméride, promovendo para o efeito um conjunto de actividades que vieram a cumprir-se nos dias 6 e 7 de Setembro.

No primeiro dia, a respectiva programação compreendeu a inauguração de uma exposição retrospectiva do sinistro, na Sala das Galés do Palácio Nacional de Sintra, a inauguração da Mostra Filatélica do Selo Alusivo ao Bombeiro, na Praça da República, n.º 20, e um colóquio subordinado ao tema "Prevenção e Protecção Contra Incêndios na Serra de Sintra", na Sala da Nau do Palácio Valenças.

A 7, concelebrou-se no Alto do Monge uma missa por intenção dos militares que perderam a vida durante o incêndio, a qual foi presidida pelo padre Vítor Melícias, na qualidade capelão da LBP, e transmitida em directo pela Radiodifusão Portuguesa.


 À tarde, com um percurso compreendido entre a Avenida dos Combatentes da Grande Guerra e o Terreiro Rainha D. Amélia, realizou-se um desfile dos corpos de bombeiros que intervieram em 1966, cujo comando das forças em parada esteve a cargo do prestigiado comandante Artur Lage, dos Bombeiros Voluntários de Agualva-Cacém.

 A assisitir ao desfile, que foi seguido de uma cerimónia evocativa, no Terreiro Rainha D. Amélia, defronte do Palácio Nacional de Sintra, esteve o ministro de Estado e da Administração Interna, Eurico de Melo, que tomou assento na tribuna de honra, entre outras entidades.

Antes, porém, em Junho de 1970, integrada nas Festas do Concelho de Sintra, ocorreu no mesmo local a cerimónia de imposição de medalhas de Abnegação e Serviços Distintos de Mérito Florestal aos corpos de bombeiros que combateram o incêndio, bem como ao RAFF, Legião Portuguesa e Cruz Vermelha Portuguesa.


 9  10

 11 
9 - Capa do programa evocativo dos 20 anos do incêndio
10 - Comandante Artur Lage, no comando do desfile
11- Cerimónia de condecoração dos corpos de bombeiros intervenientes no incêndio (1970)
.
.
.
Retirado de: