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21.12.14

JOSÉ d´ENCARNAÇÃO

  José d'Encarnação (José Manuel dos Santos Encarnação, São Brás de Alportel, 1944) é um professor universitário, arqueólogo e historiador português que se tem dedicado especialmente às temáticas da presença romana em Portugal e à epigrafia latina.

Biografia

José d'Encarnação licenciou-se em História pela Faculdade de Letras de Lisboa, em 1970. Concluiu, no Museu Nacional de Arte Antiga (Lisboa), o Curso de Conservador de Museus, em 1971-72. Neste mesmo ano, completou o Curso de Ciências Pedagógicas, na Faculdade de Letras de Lisboa. Doutorou-se em História na Universidade de Coimbra, na especialidade de Pré-História e Arqueologia, em 1984.

Cargos e funções

Foi nomeado Professor Catedrático da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, em 1991. Encontra-se na situação de aposentado desde Julho de 2007.

 Naquela universidade exerceu várias funções: Presidente do Conselho Pedagógico da Faculdade de Letras (1984-1986); Presidente da Comissão Científica do Grupo de História (1992-93); membro do Secretariado do Curso de Especialização em Assuntos Culturais no Âmbito das Autarquias (desde 1989); Coordenador geral, na Faculdade de Letras, dos programas SOCRATES/ERASMUS.

Foi director do Instituto de Arqueologia (2002-2004), da Universidade de Coimbra.

Dirigiu a revista Conimbriga e continua a orientar a publicação do Ficheiro Epigráfico, suplemento desta revista, editado desde 1982.

Integra o conselho redactorial ou consultivo de publicações periódicas, nacionais e estrangeiras, como Akhros (Melilla), Archivo Español de Arqueología (Madrid), Espacio, Tiempo y Forma (Madrid), Hispania Epigraphica (Madrid), Phoînix (Rio de Janeiro), Palaeohispanica (Saragoça), Salduie (Saragoça) e Veleia (Vitória, País Basco).

É responsável, juntamente com Guilherme Cardoso, pelo estudo da villa romana de Freiria (S. Domingos de Rana, Cascais), e pela investigação da ocupação romana no Concelho de Cascais.
É membro da Comissão Internacional que preside à organização dos colóquios sobre Línguas e Culturas Paleo-Hispânicas.

 É administrador das listas de correio (mailing lists): ArchPort (Arqueologia), HistPort (História de Portugal) e Museum (Museus, Património e História da Arte). Além das suas actividades científicas, é ainda jornalista, dedicado principalmente à área cultural.

A sua biografia consta do I volume de livro Personalidades da Costa do Estoril, Cascais, 1995, p. 277-284.

Prémios e distinções

Foi agraciado com a medalha de mérito municipal de Cascais, em Julho de 1994.

 Recebeu do Rotary Club de Cascais/Estoril o diploma de Mérito Profissional Rotário, em 2000.

Foi nomeado doutor honoris causa pela Universidade de Poitiers (França), em 2001.

É académico de mérito da Academia Portuguesa da História (desde 16 de Julho de 2010);

 académico correspondente da Reial Acadèmia de Bones Lletres (Barcelona, desde 9 de outubro de 1997) e, desde 17 de dezembro de 1999, da Real Academia de la Hisória (Madrid);

 académico correspondente da Academia das Ciências de Lisboa, desde 2015.

 Foi agraciado, a 1 de Junho de 2015, com a insígnia de mérito cultural do Município de S. Brás de Alportel.

Obras publicadas

Tem mais de quatro centenas de trabalhos arqueológicos e historiográficos publicados, entre os quais se destacam os seguintes livros:
  • Divindades Indígenas sob o Domínio Romano em Portugal (Subsídios para o seu Estudo), Lisboa, 1975. 2ª edição: 2015
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  • Divindades Indígenas sob o Domínio Romano em Portugal (Subsídios para o seu Estudo), Lisboa, 1975.
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  • Inscrições Romanas do Conventus Pacensis - Subsídios para o Estudo da Romanização, 2 volumes, Coimbra, 1984. Disponibilizado on line.
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  • Introdução ao Estudo da Epigrafia Latina, Coimbra, 1979, 1987, 1997.
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  • Roteiro Epigráfico Romano de Cascais, Cascais, 1994 [2.ª edição revista e aumentada em 2001].
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  • Para uma História da Água no Concelho de Cascais, 1995. Em colaboração com Guilherme Cardoso.
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  • Estudos sobre Epigrafia, Coimbra, 1998.
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  • Cascais e os Seus Cantinhos, Lisboa, 2002.
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  • As Oficinas da História, Lisboa, 2002.
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  • A História Tal Qual se Faz, Lisboa, 2003.
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  • Festas de Tradição no Concelho de Cascais, Mafra, 2004. Autor do texto. Fotos de Francisco de Almeida Dias.
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  • Epigrafia, as Pedras que falam, Coimbra, 2006. 2ª edição: 2010
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  • Recantos de Cascais. Lisboa, 2007.
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  • Dos Segredos de Cascais, Lisboa, 2010.
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  • Cascais - Paisagem com Pessoas dentro. Cascais, 2011.

Referências

                      "  Tempo, serenidade, esquecimento…

           «Boas festas», «Festas felizes», «Próspero Ano Novo» – votos que, na quadra natalícia, se multiplicam ao infinito. Confesso, porém, que, inevitavelmente, me ponho a pensar: que é isso de boas festas? Que significa ter «festas felizes»? E «Próspero Ano Novo» que conotação tem? De abundância na riqueza? De um bem-estar maior?...
            E desato a ver aquilo de que todos nós mais precisamos, de «bom», de «feliz», de «próspero». Olho à minha volta, recordo as frases do dia-a-dia, aquelas que mais me tocam, que mais me chocam, que mais abanam comigo pelas consequências que têm:
            «Não tenho tempo para nada!»
            «Isto é uma inquietação pegada todos os dias!»
            «Olha, esqueci-me!»
            Dei comigo, portanto, desde há uns anos a esta parte, a desejar aos meus amigos, pelo Natal, pelo Ano Novo, nos aniversários, «serenidade e tempo». E recordo amiúde a frase de Michel Quoist: «Tens muito tempo à tua disposição, mas passas o tempo a perder o teu tempo».
            A serenidade. Que nada acontece por acaso e, em cada momento, há que encarar a situação de frente, pesar prós e contras e decidir como se acha melhor. Porque não aprendes a respirar fundo, a caminhar devagar? É ainda Michel Quoist: «Os grandes homens fazem dez vezes mais trabalho do que nós, em dez vezes menos tempo. Porquê? Sabem organizar-se: protegem, defendem ou são capazes de readquirir a sua calma, dando-se inteiramente a uma tarefa de cada vez».
            O esquecimento – porquê? Porque não disciplinamos o nosso pensamento, saltamos de uma tarefa para outra, sem terminarmos a primeira nem a segunda, como aquele senhor que pega nas chaves para as ir arrumar, depois vê uma carta e abre-a, pousa as chaves e tocam à campainha e vai atender, e lembra-se de ir tomar o café e, à noite, as chaves continuam fora de sítio e ele já nem sabe onde as deixou. «Olha, esqueci-me!» será, por vezes, desculpa; mas, se reflectirmos bem, é esquecimento mesmo, porque… andamos de cabeça no ar!
            O meu voto, pois, leitor amigo: que, nesta quadra e em 2015, a serenidade impere na sua vida; saiba organizar bem o seu tempo, de modo que o esquecimento não seja, em nenhum dia, o seu inquietante companheiro! "

Publicado em Renascimento (Mangualde), nº 652, 15-12-2014, p. 20.