Só temos o passado à nossa disposição.
É com ele que imaginamos o futuro.
Mas há duas maneiras de se servir do passado para construir o que, por não termos outro remédio, chamamos o futuro. Uma é ter passado como se o não tivéssemos. É a maneira da infância e das culturas do puro presente, uma, por ao ter entrado ainda no « tempo », outras, por se viverem num tempo de repetição, como o antigo Egipto e a velha China.
Na realidade, todos os povos vivem, à sua maneira, num presente imemorial, simulacro sensível da sua impossível eternidade. A outra maneira é a de ter essencialmente, ou como uma fixação hipnótica, só passado, quer dizer, ser simbólica e apaixonadamente passado.
Isto só é permitido e possível, a quem, cultura ou destino individual, teve um presente que aos olhos de outrem, ou a título de memória, foi um acontecimento arquétipo, um momento glorioso a partir do qual se ordena e hierarquiza, em relação ao que acontecera antes e virá depois, a leitura da História.
Pouco importa que esta a si mesma se compreenda como universal. Como foi a do Império Romano.
Ou como particular e mítica à maneira Azteca.
Estas duas " histórias " não existiram em função de qualquer futuro. Os seus futuros eram simplesmente o presente prolongado e este só tinha espessura e consistência, por assumir, com naturalidade, um passado de esplendor efectivo ou mítico.
Assim depois da destruição de Cartago, Roma não tem inimigos. Em todo o caso, inimigos capazes de lhe roubar o presente, mesmo quando ele se tornou um longo crepúsculo.
É com ele que imaginamos o futuro.
Mas há duas maneiras de se servir do passado para construir o que, por não termos outro remédio, chamamos o futuro. Uma é ter passado como se o não tivéssemos. É a maneira da infância e das culturas do puro presente, uma, por ao ter entrado ainda no « tempo », outras, por se viverem num tempo de repetição, como o antigo Egipto e a velha China.
Na realidade, todos os povos vivem, à sua maneira, num presente imemorial, simulacro sensível da sua impossível eternidade. A outra maneira é a de ter essencialmente, ou como uma fixação hipnótica, só passado, quer dizer, ser simbólica e apaixonadamente passado.
Isto só é permitido e possível, a quem, cultura ou destino individual, teve um presente que aos olhos de outrem, ou a título de memória, foi um acontecimento arquétipo, um momento glorioso a partir do qual se ordena e hierarquiza, em relação ao que acontecera antes e virá depois, a leitura da História.
Pouco importa que esta a si mesma se compreenda como universal. Como foi a do Império Romano.
Ou como particular e mítica à maneira Azteca.
Estas duas " histórias " não existiram em função de qualquer futuro. Os seus futuros eram simplesmente o presente prolongado e este só tinha espessura e consistência, por assumir, com naturalidade, um passado de esplendor efectivo ou mítico.
Assim depois da destruição de Cartago, Roma não tem inimigos. Em todo o caso, inimigos capazes de lhe roubar o presente, mesmo quando ele se tornou um longo crepúsculo.