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30.10.12

DUAS GALINHOLAS

Tenho todo o gosto em apresentar aqui este meu trabalho recente em que tentei reproduzir a fuga de duas galinholas. Inspirei-me na imagem de duas galinholas que vi algures, alterando à minha maneira a paisagem e acrescentando o cão.

O cão Becas II   ( Foto de J.P.L. 10 -2012 )  
 

 
Na Península Ibérica (sobretudo região cantábrica), as primeiras galinholas chegam entre a segunda e terceira semanas de Outubro, mas as grandes vagas migratórias pós-nupciais só ocorrem em Novembro/início de Dezembro (Lucio et al., 1993; Ballesteros, 1998); a migração primaveril, normalmente, inicia-se entre o final de Fevereiro e o início de Março.*

*Texto: Associação Nacional de Caçadores de Galinholas

Um pouco afastado o Becas II  ( Foto de J.P.L. Ano 2012 )  




 
 
Também nós à semelhança dos espanhóis temos mais que um nome para esta ave, sendo que na zona sul nomeadamente no Algarve é chamada de “Gamarra” e, um pouco por todo o país e sobretudo na gíria dos caçadores de Galinholas é também muito utilizado o termo “Bicuda” *

Texto: Canil Pedra da Mua .

28.10.12

A MORTE NA SABEDORIA POPULAR

           Quando morre o...                
                                               O actor apagam-se as luzes da ribalta.

                                               O oculista fechou os olhos.

                                               O sapateiro bateu a bota.

                                               O pedreiro foi fazer tijolo.

                                               O soldado marchou.

                                               O empresário  do ar condicionado foi um ar que lhe deu.


Ver a imagem de origem
O ANJO DA MORTE ( Imagem de Draco 117 )

                                                 
                                                        O bombeiro apagou-se.

                                                        O alfaiate vestiu o sobretudo de madeira.
 
                                                        O caridoso deu a alma ao criador.

                                                        O valente morreu de medo.

                                                        O construtor civil recolheu à última morada.

                                                       O contabilista foi prestar contas ao Senhor. *


*  Extraído da sabedoria popular


27.10.12

CARCAVELOS DOS MEUS TEMPOS DE JOVEM

IGREJA DE NOSSA SENHORA DOS REMÉDIOS EM CARCAVELOS ( Foto de J.P.L. Ano  2012 )
 
Passei por Carcavelos um destes dias, recordando o quanto estou ligado a esta localidade em muitas e várias facetas da minha vida.

Recordo, com saudade, os bons tempos em que ali frequentei um, na ocasião, pequeno local de ensino a então " Escola de Dactilografia o Meu Futuro " dirigida por uma simpática Srª que para todos nós tinha muita paciência.

 Era um ponto de reunião de todos os que aspiravam a um lugar ao Sol, ainda que fosse estudando à noite em horário pós laboral.

 Ainda hoje existe este estabelecimento de ensino.

 Que amizades ali encontrei e cultivei. 

O café S.Jorge em que nos reuníamos para conversas ao redor da bica.

 Ia e vinha de moto o que hoje me parece algo estranho, não por o transporte em si mas a forma como o fazia. 

Depois, anos mais tarde quando profissional de uma empresa ali me deslocava à S.I.P.E.( Hoje Corsino Legrand ) em serviço.

 O percurso até à praia em dias ( e noites ) de todas as estações do ano, naquele percurso entre a estação e vice-versa.


Tudo está diferente é claro mas de vez em quando é bom recordar.

As delícias dos 16/ 17 anos em  que, sem medos, estávamos na velha estação de comboio " até às tantas " animados, apenas, por estarmos juntos rapazes e raparigas da mesma turma aguardando que esta ou aquela, este ou aquele, " apanhassem " o comboio para os seus destinos.

 Um pouco mais de namoro, também, porque não.

Hoje seria impossível dado o tempo que se vive estarmos tranquilos como então.

Onde estarão e como estarão aqueles amigos e amigas  desses recuados tempos ? 

Tudo se esfuma, mas, as memórias prevalecem, felizmente. 
 

19.10.12

IGREJA NO LINHÓ




IGREJA NO LINHÓ COM O RESPECTIVO RELÓGIO CUJO MOSTRADOR É UMA OBRA DE ARTE.  ( foto de J.P.L. Ano de 2012 )




14.10.12

INCÊNDIO TAVIRA / S. BRÁS DE ALPORTEL EM 2012 ( RELATÓRIO )

Em 18 de Julho de 2012 cerca das 14h00 começou o principio do fim para muitas espécies vegetais e animais daquela Serra de Portugal.

 Li há pouco o relatório referente a este triste caso e fiquei impressionado pelo que ali é descrito com um exemplar sentido narrativo. 

Não estive lá mas conheço a região. 

Porém se admirava a coragem de quem ali luta pelo dia a dia mais fiquei a a admirar a coragem com que o faziam ( e fazem ; as pessoas que por ali vivem. 

A clareza do relatório assim o permite, bem feito, explícito e claro.



Não consigo imaginar o que fosse uma frente de fogo, contínua, de dez quilómetros.

 O relatório contem mapas e fotos eloquentes como por exemplo uma sequência obtida na localidade de Ceroles. 

Dá que pensar a quem tenha casas junto da floresta. Aparente falha humana no inicio do fogo num local com nome sugestivo e irónico.

 Cerro do Demo.





O que se escreveu nos jornais em 01 de Outubro de 2012  acerca do relatório.

"  Relatório sobre o incêndio na Serra do Caldeirão aponta falta de meios."

"Está pronto o relatório sobre o incêndio na Serra do Caldeirão. O professor da Universidade de Coimbra que analisou o grande incêndio no Algarve concluiu que o combate ao fogo teve falta de meios humanos e materiais, e diz que não houve capacidade para o monitorizar, o que impossibilitou um ataque mais rápido ao sinistro que consumiu cerca de 24 mil hectares na serra algarvia.

 Jornalistas : Manuela Sousa / Pedro Boa Alma / Vanessa Brízido.

Relatório do Incêndio de Tavira/São Brás de Alportel – Prof. Dr. Xavier Viegas et al.

 

O Relatório que se segue foi elaborado pelo Professor Doutor Domingos Xavier Viegas entre outros autores, em cumprimento de um despacho proferido pelo Ministro da Administração Interna, em 13 de Agosto de 2012, sobre o incêndio florestal de Tavira/São Brás de Alportel.

O incêndio ocorrido em Tavira e São Brás de Alportel ocorreu entre os dias 18 e 22 de Julho de 2012 e segundo nota expressa foi um dos maiores incêndios em Portugal no que respeita a recursos Humanos.

O documento faz uma descrição das condições ambientais e operacionais na região, ao incêndio nas suas fases e subfases, a uma avaliação das intervenções dos vários agentes envolvidos, na fase de prevenção e durante o incêndio e algumas considerações gerais sobre o processo de gestão do incêndio.



Os relatórios de análise permitem uma melhor avaliação das ações desenvolvidas, para que em situações futuras, se atinjam de forma mais célere as metas, com as quais as instituições estão comprometidas.

10.10.12

" NINHO DE ÁGUIA DE FOGO ".

O que aconteceu na realidade?

 Houve uma erupção vulcânica ou um acidente ocorrido outrora a um OVNI?

Os cientistas russos estão dispostos a pôr um ponto final nas acaloradas polémicas sobre a origem de um dos lugares mais enigmáticos do planeta - a cratera Patomski na Sibéria Oriental.

 Espera-se que na primavera que vem a essa zona geológica fenomenal se desloque a 10ª expedição cientifica.
A cratera em causa ergue-se na região de taiga siberiana como se fosse uma pirâmide egípcia
Irkutsk no mapa. A região do mistério. 


Os caçadores locais batizaram-na de "ninho de águia de fogo".
 É verdade que do helicóptero este cone, de 40 metros da altura, se assemelha a um ninho de grandes proporções. Tem um diâmetro de 160 metros, o que ultrapassa a área de um campo de futebol.
O cume tem uma superfície lisa. E no centro, como que um ovo gigante, se localiza uma colina de 12 metros. O diretor do Instituto de pesquisas da Crosta Terrestre, Dmitri Gladkotchub, ressalva não ser correto chamar esta elevação de cratera.
"Por via da regra, a cratera tem depressões.
Mas neste caso, em vez da cavidade, temos visto uma configuração cônica, ou seja, a forma positiva do relevo. Em segundo lugar, sob a cratera se subentendem as formas do relevo que resultam da queda de corpos celestes."
Curioso acrescentar que sete expedições cientificas tinham tentado decifrar o mistério da cratera extraordinária.
 Todavia, as versões relacionadas com um OVNI ou a origem meteórica foram afastadas.

 Os dados recolhidos levam a crer tratar-se de um criovulcão, ou seja, vulcão gelado, que terá surgido nas condições do permafrost há 500 anos, a saber, na Pequena Idade do Gelo. Dmitri Gladkotchub esclarece as eventuais causas do seu aparecimento.

NATURAL ?   ARTIFICIAL ?

"A congelação que durou centenas de anos causou a «meteorização» da superfície.
 À alteração do clima se seguiu a elevação de temperaturas que fez derreter o gelo no interior. Deste modo, a parte central da colina, sob a acção da força da gravidade, acabou por afundar-se, tendo formado tal estrutura."
O cientista não exclui a hipótese de a cratera Patomsky continuar ainda em vias e formação. Para confirmar isso, em alguns pontos da elevação foram instalados captadores especiais. Se no próximo ano, os cientistas descobrirem mudanças na sua localização, ninguém terá dúvidas de que a cratera esteja "viva". Dmitri Semenov, membro permanente da expedição constata.
"Após a expedição mais recente que se deu há dois anos, recebemos certos materiais e dados a serem precisados. Os geofísicos do Instituto de Mineração dos Urais fizeram ali algumas pesquisas importantes. Agora será necessário deslocar-se àquele sitio para ver até que ponto se alterou a cratera – se continua a afundar-se, se eleva ou se alastra."
A próxima expedição prevê a realização de uma série de novas investigações. Os equipamentos modernos permitem que a cratera seja estudada à profundidade de 1,5 km. Desta maneira, será possível obter dados exatos sobre a sua composição.
A cratera Patomsky foi descoberta pelo geólogo Vadim Kolpakov em 1949.

 Desde então, este objeto misterioso tem si do alvo de numerosas pesquisas cientificas de escala internacional. Presentemente, as autoridades de Irkutsk examinam a proposta de criar uma zona especial bem protegida num recinto adjacente à cratera. *


8.10.12

O MÉDICO E O FERRADOR

                                                            

                                                         
           EPIGRAMA


                                                            Certo médico afamado
                                                            Mandou vir um ferrador 
                                                            Para curar-lhe um jerico
                                     
JERICO ( Foto de J.P.L. em 2012 )
                                            
                                       Pronto o bicho -- Quanto devo ?
                                                         
                                                    Pergunta o doutor Fabrício.

                                                    Nada, que nós não levamos
                                                    
Dinheiro aos do mesmo ofício. *


                             *  A. de L.
                                 Leituras 4ª classe ano de 1913 


5.10.12

PIRES VELOSO



Só para se pensar um pouco...

 Ver a imagem de origem

O General Pires Veloso, um dos protagonistas do 25 de Novembro de 1975 que naquela década ficou conhecido como "vice-rei do Norte", defende um novo 25 de Abril, de raiz popular, para acabar com "a mentira e o roubo institucionalizados".
"Vejo a situação atual com muita apreensão e muita tristeza. Porque sinto que temos uma mentira institucionalizada  no país.

 Não há verdade. 

Fale-se verdade e o país será diferente. 

Isto é gravíssimo", disse hoje (10/08/2012), em entrevista à Lusa.
Para o general, que enquanto governador militar do Norte foi um dos principais intervenientes no contra-golpe militar de 25 de Novembro que pôs fim ao "Verão Quente" de 1975, "dá a impressão de que seria preciso outro 25 de Abril em todos os termos, para corrigir e repor a verdade no sistema e na sociedade".
Pires Veloso, 85 anos, considera que não poderão ser as forças militares a promover um novo 25 de Abril: "Não me parece que se queiram meter nisto.

 Não estão com a força anímica que tinham antigamente, aquela alma que reagia quando a pátria está em perigo".
"Para mim, o povo é que tem a força toda.

 Agora é uma questão de congregação, de coordenação, e pode ser que alguém surja" a liderar o processo.

Inversão de valores

E agora que "o povo já não aguenta mais e não tem mais paciência, é capaz de entrar numa espiral de violência nas ruas, que é de acautelar", alertou, esperando que caso isso aconteça não seja com uma revolução, mas sim com "uma imposição moral que leve os políticos a terem juízo".
Como solução para evitar que as coisas se compliquem, Pires Veloso defendeu uma cultura de valores e de ética.

 "Há uma inversão que não compreendo desses valores e dessa ética.

 Não aceito a atuação de dirigentes como, por exemplo, o Presidente da República, que já há pelo menos dois anos, como economista, tinha obrigação de saber em que estado estava o país, as finanças e a economia. Tinha obrigação moral e não só de dizer ao país em que estado estavam as coisas", defendeu.

Pires Veloso lamentou a existência de "um gangue que tomou conta do país. Tire-se o gangue, tendo-se juízo, pensando no que pode acontecer.
E ponha-se os mais ricos a contribuir para acabar a crise. Porque neste momento não se vai aos mais poderosos".
O general deu como exemplo o salário do administrador executivo da Eletricidade de Portugal (EDP) para sublinhar que "este Governo deve atender a privilégios que determinadas classes têm".
"Não compreendo como Mexia recebe 600 mil euros e há gente na miséria sem ter que dar de comer aos filhos.

 Bem pode vir Eduardo Catroga dizer que é legal e que os acionistas é que querem, mas isto não pode ser assim.

 Há um encobrimento de situação de favores aos mais poderosos que é intolerável.

 E se o povo percebe isso reage de certeza", disse.
Para Pires Veloso, "se as leis permitem um caso como o Mexia, então é preciso outro 25 de Abril para mudar as leis", considerando que isto contribui para "a tal mentira institucionalizada que não deixa que as coisas tenham a pureza que deviam ter".
Casos como este, que envolvem salários que "são um insulto a um povo inteiro, que tem os filhos com fome", fazem, na opinião do militar, com que em termos sociais a situação seja hoje pior, mesmo, do que antes do 25 de Abril: "Na altura havia um certo pudor nos gastos e agora não: gaste-se à vontade que o dinheiro há de vir".

Inversão do 25 de Abril

Quanto ao povo, "assiste passivamente à mentira e ao roubo, por enquanto. Mas se as coisas atingirem um limite que não tolere, é o cabo dos trabalhos e não há quem o sustenha.

 Porque os cidadãos aguentam, têm paciência, mas quando é demais, cuidado com eles".
"Quando se deu o 25 de Abril de 1974, disseram que havia de haver justiça social, mais igualdade e melhor repartição de bens.

Estamos a ver uma inversão do que o 25 de Abril exigia", considerou Pires Veloso, para quem "o primeiro-ministro tem de arrepiar caminho rapidamente".
Passos Coelho "tem de fazer ver que tem de haver justiça, melhor repartição de riqueza e que os poderosos é que têm que entrar com sacrifícios nesta crise", defendeu, apontando a necessidade de rever rapidamente as parcerias público-privadas.
"Julgo que Passos Coelho quer a verdade e é esforçado, mas está num sistema do qual está prisioneiro.

 O Governo mexe nos mais fracos, vai buscar dinheiro onde não há. E, no entanto, na parte rica e nos poderosos ainda não mexeu

Falta-lhes mais tempo? 

Não sei. Sei é que tem de mudar as coisas, disse Pires Veloso



  1. Morte 17 de agosto de 2014 (88 anos)
    Porto
    Nacionalidade Portugal Portuguesa
    António Elísio Capelo Pires Veloso  (Gouveia, 10 de agosto de 1926 — Porto, 17 de agosto de 2014) foi um major-general do Exército português, conhecido como o "vice-rei do Norte" pelo seu desempenho militar no Golpe de 25 de Novembro de 1975 e pelo livro de memórias que escreveu em 2009.

      Publicou o livro Vice-rei do Norte: memórias e revelações, em 2009.
     
  2. Pires Veloso casou-se em 1956 com Maria Cândida Saraiva da Fonseca Veloso, de quem teve dois filhos, António Manuel e Helena Dulce. Faleceu a 17 de agosto de 2014, no Hospital Militar do Porto, na sequência de um acidente vascular cerebral. (Universidade do Porto Digital / Gestão de Documentação e Informação, 2016)