Este blogue é pessoal ..This blogue is a non-profit and personal website.

29.3.12

AS MÁS COMPANHIAS

 - Porque é que aquele grosso bago de uva, ainda há pouco são, está sentido ?
                         
     - É porque, estando exposto ao vento, à chuva,
                            a pouco e pouco tem apodrecido.
                                                                   


SALA DE AULA ANOS 50 /  60
                        
                                      - Mas o que está ao pé do outro lado,
                                       bem abrigado
                                       e protegido,
                                      quase se encontra já no mesmo estado.

                                                                              

                                
                           - É porque, estando ao outro quase                                        unido,o companheiro o tem contaminado.

                         
                         Por isso podes tu avaliar
                          quanto  as más companhias
                          podem prejudicar.

                          Evita quanto puderes
                          andar em más companhias:
                          procura as boas se queres
                         ter suaves alegrias. *


                    

* Original de:      " Leituras "   IV  Classe 
                              Ano de 1959                                                                                                                  

27.3.12

GRUPO DO EUROMILHÕES NO CASAL QUEIMADO

O grupo do euro milhões é a forma verbal que  alguns amigos encontraram para todas as segundas feiras para conviver um pouco.
 Muito agradável e bem disposto aquele bocadinho de tempo.
 Nunca nos  " saiu " nada de jeito em termos monetários mas o mais importante não é esse aspecto mas sim o reencontro semanal deste grupo de vinte e dois amigos.

CONVÍVIO ( Foto de J.P.L. Março de 2012 )

 Oxalá consiga-mos manter este espírito por muitos anos *  e já lá vão alguns.
 Conforme escreveu alguém " Portugal é um país pequeno, onde nos conhecemos mais ou menos todos, mas onde raramente nos encontramos para simplesmente cavaquear ".

* Nota.
 Actualmente, ano 2020, este convívio faz parte do passado. Não consta que tenha sido motivado por termos, finalmente, acertado na chave certa. 

25.3.12

FELICIDADES



Por nos fazerem o coração em mil pedaços.  Felicidades.  Por jogarem o jogo do amor e fazerem-nos dano
 Felicidades.                           
 Por jogarem com o nosso orgulho com tanta frieza. Felicidades porque só um olhar vosso
 Nos faz sonhar

Copo a copo, mão a mão,
Este brinde vai para elas
Nos fizeram seus escravos  
E gostamos de suas cadeias

Seguiremos adiante contra ventos e marés que a dor do seu desdém fere menos que perdê-las.


Felicidades
Por fazerem do homem o triste rei dos palhaços.  Felicidades por roubarem-nos a palavra, a razão  e enamorarem-nos.

*


Felicidades porque nos tirais o sono,a calma e a paz.  Felicidades porque quando não estais perto
Viver é chorar

Copo a copo, mão a mão,
 Este brinde vai para elas
Nos fizeram seus escravos
E gostamos de suas cadeias



                                                               
   Seguiremos adiante
   Contra ventos e marés
 Que a dor do seu desdém
  fere menos que  perdê-las.


Dueto interpretado por: Júlio Iglésias e Pedro Vargas.

22.3.12

RIBEIRA DE LUCEFÉCIT


RIBEIRA DE LUCEFÉCIT  ( Foto de J.P.L. em Março de 2012 )  









 
 
Em Portugal temos poucos lugares com uma dispersão tão grande de locais sagrados e durante um período tão longo como na Ribeira de Lucefécit, no concelho do Alandroal.
Desde a fase pré-romana até aos tempos medievais.

Deus Endovélico
Deus Endovélico
Na fase pré-romana, os lusitanos teriam uma divindade indígena alvo de um culto com algum relevo, o Deus Endovélico, que foi massificado com os romanos.
Como sucede com quase todos os cultos proto-históricos, não há grandes certezas. Linguistas, historiadores, arqueólogos procuram explicações e, simultaneamente, fundamentar algumas das teses que consideram mais corretas.

cabeço de São Miguel da Mota

Cabeço de São Miguel da Mota
Com o Deus Endovélico a situação é mais ou menos semelhante. Por um lado, tem várias designações e os santuários podem ter mudado de lugar. Primeiramente no Santuário Rupestre da Rocha da Mina e depois, com os romanos, ter passado para o cabeço de São Miguel da Mota. Por outro lado, esta divindade poderá estar associada à medicina, à cura de doenças ou à proteção depois da morte.
Onde seria o santuário

Onde seria o santuário ?
Há poucas certezas, como salienta Ricardo Pacífico, coordenador do fórum cultural do Alandroal – o que é absolutamente seguro é a descoberta arqueológica, por Leite Vasconcelos, de peças dos séculos I a III que revelam a existência de um culto.

Continua a recolha de material arqueológico e praticamente todos os anos há escavações em toda a área envolvente à ribeira devido à sua importância como espaço de sacralização.

Os vestígios encontrados vão desde o tempo pré-romano até à idade média, com a construção de igrejas, algumas delas aproveitando estruturas de cultos pagãos. Existem várias igrejas, como a da Fonte Santa, São Miguel da Mota e o Santuário da Nossa Senhora da Boa Nova. Esta última, é ainda local de peregrinação.

Ribeira de Lucefécit
Ribeira de Lucefécit ( Foto de J.P.L. )
A designação da ribeira de Lucefécit, ela própria está envolta em mistério porque terá origem em Lúcifer, correspondente a Vénus, a estrela da luz.

Só que, tratando-se de um culto pagão, a igreja terá associado o nome a referências demoníacas e até Afonso X, nas Cantigas de Santa Maria, dedicadas a Santa Maria de Terena, prefere omitir o nome –


Dun rio que per y corre, de que seu nome non digo, yndo pos el braadando: «Aquest’ é noss’ emigo.» E o demo contra eles disse: «Que avedes comigo? ca nunca eu vos fiz torto, sabe-o tod’ esta beira.» Quen serve Santa Maria, a Sennor mui verdadeira…

Além destes espaços de culto, é ainda possível observar outros pontos de interesse como sepulturas medievais.
Zona do Castelinho
Zona do Castelinho
Há também o Castelo velho (um antigo castro do III milénio antes de Cristo e está classificado como Monumento Nacional) e o Castelinho, um esporão rochoso que seria uma fortificação com muralhas de xisto que protegia o povoado na margem esquerda da Ribeira de Lucefécit.

Leite Vasconcelos associa estas duas estruturas ao Santuário Endovélico de S. Miguel da Mota, que fica relativamente próximo.
Prepare-se para caminhar
Prepare-se para caminhar
Estes espaços só são visitáveis com caminhadas, em alguns casos é necessário guia devido à dificuldade em localizar os locais de interesse. O melhor processo é contatar o Posto de Turismo do Alandroal  para obter ajuda e acompanhamento nas caminhadas.
Quando se faz uma visita a algum destes lugares, é desejável um enquadramento histórico para melhor se perceber o “espírito” do sítio porque pouco resta em termos materiais. É o caso do Santuário Endovélico de S. Miguel da Mota que, nos dias de hoje, pouco mais é do que um marco geodésico.
Barragem de Lucefécit
Barragem de Lucefécit
Nos dias de verão, a caminhada pode ser complementada com um banho na barragem de Lucefécit, próximo de Terena.

Quem quer aproveitar a organização de um evento para visitar o “Vale Sagrado” tem o Festival Terras do Endovélico, entre 7 e 16 de Julho, organizado pela Câmara do Alandroal que vai recriar o culto do endovélico no cabeço de S. Miguel e garante transporte até ao llocal após inscrição no Posto de Turismo

Fontes de informação:

Portugal num Mapa
Câmara Municipal do Alandroal

Jorge de Alarcão, A religião de lusitanos e calaicos

José d’Encarnação,  Divindades Indígenas sob o Domínio Romano em Portugal

A Ribeira do Lucefécit é um vale sagrado faz parte do podcast semanal da Antena1 Vou Ali e Já Venho e pode ouvir aqui.

A emissão deste episódio, A Ribeira do Lucefécit é um vale sagrado, pode ouvir aqui.

Créditos do texto e das imagens associadas:
WHO TRIPS

21.3.12

ARVOREDO VISTO DAS " TERRAS " DO COBRE

A Árvore tem hoje o seu dia mundial.
 Saúdo,pois, estas  companheiras de toda uma vida onde quer que esteja um homem. 

Até no deserto ela está presente no mais remoto oásis para alegria do viajante e não só.

Aqui em Cascais felizmente está a paisagem bem preenchida por estes seres vegetais.

Ao redor  a serra de Sintra  é um  património paisagístico soberbo repleto de milhares de árvores.


ÁRVORES ATÉ PERDER DE VISTA  ( Foto de J.P.L Março de 2012 )


19.3.12

MODA.

                                                                            

   Neste momento estar na moda, está o mais na moda possível. No mundo da moda, o novo é a nova novidade.
 Mesmo que seja a vez do velho ser novamente novo, é um novo velho e isso é a nova novidade e ao o antigo velho, porque velho é o antigo velho que nunca mais voltará a ser novidade.
 
À MINHA MODA ( Foto de J.P.L )

   Mesmo que nos consideremos o mais fora de moda possível, é inevitável que, repentinamente, todo o nosso guarda roupa fique em voga.

   Entre ser-se criança e ser-se pai a coisa mais importante é ser-se alguém com estilo.

 Aos olhos do meu filho,   quando era criança achava -me piada por eu usar roupa considerada entre a ténue fronteira entre o que ontem era absurdo e o que será ridículo amanhã.

  Ainda continuo assim. 
Na moda.


Assim vejam e sobretudo oiçam  como um pai é sempre um pai.
 Ainda e sempre somos uma surpresa.

 E viva o velho !!!

17.3.12

VIRIATO. O " TERROR ROMANORUM

                                                         




                                                             " ( ... )                     Este que vês, pastor já foi de gado;
                                                                             Viriato sabemos que se chama,
                                                                             Destro na lança mais que no cajado;
                                                                             Injuriada tem de Roma a fama,
                                                                             Vencedor invencíbil, afamado   (... )*

            Camões ; Canto VII de " Os Lusíadas  ".

VIRIATO. MONUMENTO EM VISEU
                                                                                     
 Figura lendária, Viriato, considerado muito justamente, um distinto antepassado português.
 Incerto o local do seu nascimento porém, alvitra-se, ter o mesmo ocorrido entre os espaços dos rios Tejo e Douro, talvez na Serra da Estrela, algures pelo século II a.C. 
Sabemos da sua faceta de pastor, caçador, bandoleiro e chefe de guerrilheiros os quais saquearam algumas populações dispersas por esses montes e vales de antanho.
 Chefiando tais hostes, deles se dizia serem responsáveis pelas derrotas de várias legiões romanas, graças à sua estratégia de guerrilha utilizada nos combates dado que, sem esta forma de agir, seria impossível derrotar um exército romano por demais disciplinado e eficaz em campo aberto como o era então.
   Valeu-lhe o epíteto de " Terror Romanorum " ou, muito simplesmente, o terror de Roma ou, talvez, terror dos romanos. Como resolver este assunto visto que militarmente era algo moroso, complicado e sem fim à vista?

Roma pensou e agiu. Contactados em segredo  três " amigos " do pastor / guerrilheiro, sem que este o suspeitasse, ficou acordado o estratagema militarmente desonroso ou seja pela via da traição.

 Assim subornados os três tomaram estes a decisão de eliminar Viriato dentro da sua tenda enquanto dormia. 
Se bem o pensaram melhor o fizeram. 
Concluída a vil tarefa apressaram-se a exigir o pagamento aos generais romanos.
Obtiveram como resposta além do desprezo que lhes foi votado a famosa frase; " Roma não paga a traidores ". 


16.3.12

O CRACHÁ


Um policia vai a uma propriedade e diz ao dono, um velho agricultor:

- “Preciso inspeccionar a sua propriedade.

 Há uma denúncia de plantação ilegal.”

O agricultor diz:

- “Ok, mas não vá àquele campo ali.”

E aponta para uma determinada área.

O Polícia diz indignado:

- “O senhor sabe que tenho o poder da autoridade comigo?”

E tira do bolso um crachá mostrando ao agricultor:
- “Este crachá dá-me a autoridade de ir onde quero.... e entrar em qualquer propriedade. Não preciso pedir ou responder a nenhuma pergunta.
 Está claro? 
Fiz-me entender?”

O agricultor, muito educado pede desculpa e volta para o que estava a fazer.
Poucos minutos depois, ouve uma gritaria e vê o agente de autoridade a correr para salvar e sua própria vida perseguido pelo Asdrubal, o maior touro da quinta.
 
Ver a imagem de origem
ASDRUBAL

 

A cada passo o touro vai chegando mais perto do agente, que parece que será apanhado antes de conseguir alcançar um lugar seguro.
 
 O agente está apavorado.

O agricultor larga as ferramentas, corre para a cerca e grita com todas as forças de seus pulmões:

- "O Crachá, mostra o CRACHÁ!”

Um crachá é uma credencial usada para obter entrada em uma área com pontos de entrada de controle de acesso automatizado. Trata-se de um pequeno cartão com dados pessoais, usado pelo seu portador para fins de identificação em conferências, em convenções, em grandes empresas, em eventos que reúnem pessoas de diferentes lugares, etc. Os crachás geralmente possuem um cordão para que a pessoa possa usá-lo pendurado no pescoço ou também podem ser usados prendidos na roupa da pessoa por um gancho ou alfinete.

THOMAS CARLYLE

                     




 Se os queixumes que muitas vezes soltamos no fim da vida pudessem haver-se transformado em resoluções firmes no princípio dela, como não haveriam mudado os nossos negócios ! 


14.3.12

CUMPRIMENTAR

O hábito de apertar a mão a alguém é velho de muitos séculos.
 Há centenas de anos havia uma razão muito importante, pela qual dois homens deviam agarrar a mão um do outro, quando se encontravam.
   A mão direita era a mão da espada, e o aperto de mão evitava que qualquer deles pegasse disfarçadamente na espada e ferisse o outro. Com o rodar dos anos o acto de defesa tornou-se costume de estender a mão, mas em sinal de amizade.

                                                         
   Depois, daí nasceu o hábito que ainda perdura. apertar a mão para cumprimentar.

                   

12.3.12

TROPAS PARAQUEDISTAS DE PORTUGAL

                                                   
BASE OPERACIONAL DE TROPAS PÁRA - QUEDISTAS Nº 1 " GENTE OUSADA MAIS QUE MUITA " ( Foto de J.P.L. )
                                                                           
 Faz hoje  precisamente 100 anos em que Alberto Berry, capitão do Exército dos E.U.A. executa o primeiro salto de pára-quedas a partir de um avião.
 Em Portugal foi seguido o exemplo.
 A unidade foi prevista aquando da promulgação da Lei 2005 (artº nº9) de 27 de Maio de 1952, a mesma que criava a Força Aérea Portuguesa como ramo independente das Forças Armadas.

 Com o artº 20 do Decreto-lei nº 40395 de 1955 (Regulamento para a Organização, Recrutamento e Serviço das Tropas Pára-quedistas) é autorizado, pela primeira vez na história dos uniformes das Forças Armadas Portuguesas, o uso de uma boina como cobertura de cabeça
.
 Às tropas pára-quedistas foi designada a cor verde, o que lhes valeu a alcunha de Boinas Verdes.



10.3.12

A VIDA NATURAL

Continuam os dias semelhantes uns aos outros no que à meteorologia diz respeito ou seja, como constata-mos, sol e calor, porém, tenho observado que, no meu terreno cultivado apesar da pouca água com que o rego algumas " ervas" têm prosperado, por minha vontade, porque as achei algo simpáticas ainda que de aparência daninha, quando nascem.
  Em resultado disto descobri com satisfação que possuo uma autêntica ervanária caseira ou talvez melhor uma farmácia natural.

PONTE NA RIBEIRA DAS VINHAS ( foto de J.P.L. Março de 2012 )

Tenho, desde a vulgar salsa à hortelã ; arruda ; erva cidreira  a malva e outras mais que por ali deixo prosperar em companhia de couves, cebolinho; malagueteiras  e várias árvores como o limoeiro; pessegueiro;nespereira;ameixoeira;árvores de tamarindos;maracujás;videiras;um sobreiro jovem e muitas azinheiras que em breve irei plantar no parque natural aqui da terra e, também, quatro pinheirinhos em vaso a que darei o mesmo destino.
 Toda esta flora e muita outra que ficou por referir num pequeno espaço de terra  compartilhado com uma fauna alada que estimo como melros, rolas, pardais e outros que volta e meia ali aparecem.
 Um pequeno mundo demonstrativo da vida natural.

9.3.12

MULHER

Passado que foi o dia Internacional da Mulher, que, como todos sabemos, é efusivamente celebrado em todo o Mundo por parte de nós homens com as maiores manifestações de apreço por aquelas a quem devemos a vida, a companhia, o carinho e um nunca mais acabar de amizade e apoio.
 Ainda que de uma forma discreta, com maior ou menor empenho, estou em crer que assim foi o pensamento daqueles que ontem recordaram a data.

MULHER ( Tela e foto de J.P.L. Ano 2012 )
                                                                    
 Hoje voltamos ao dia a dia com as nossas companheiras de sempre pese embora apetecer dizer que um " Dia Internacional da Mulher " tal como o " Natal " é quando um homem quiser. Ou uma mulher!

7.3.12

BICICLETA


Os meus passeios de bicicleta são, por princípio sem qualquer ordem pré definida, sem rumo inicial, apenas com a serra de Sintra no horizonte e então lá vou eu e a minha  " bicla " apetrechado com máq: fotográfica e com um enorme entusiasmo. Faço os meus passeios regra geral, só, levando unicamente o tele-móvel para qualquer eventualidade inesperada.

Recomendo vivamente a todos aqueles que, como eu, já ultrapassaram há muito a faixa das seis décadas de vida este tipo de desporto. Nas primeiras saídas umas " voltinhas" curtas.

 Depois algo mais entusiasmante como percorrer caminhos florestais maravilhosos. Um sonho nesta vida. Nunca há dois dias iguais ou monotonia nos percursos. Ver para crer. Sempre em ritmo de passeio.

5.3.12

5 DE MARÇO DE 1855

A 5 de Março, encalha à entrada da barra uma escuna belga, a que não é possível prestar socorros, devido ao estado do mar.


Escuna.
A entrada da barra de Cascais em tempos que já lá vão!.
                                                                     
   Os oito homens da tripulação abandonam o navio numa frágil lancha que o mar virou. Apenas um se salva, tendo sido arrojado à Praia de S. Julião, agarrado a um remo, mas em estado grave.

In - Naufrágios e acidentes marítimos no litoral Cascalense
      Manuel Eugénio da Silva e Guilherme Cardoso
      Cascais 2005.

4.3.12

RAFAEL E FORNARINA

Rafael Sanzio triunfa em Florença com sua arte. As damas fidalgas disputam a mercê dos seus sorrisos, porque o pintor, além de grande Artista, é um esbelto galã. Mas o coração de Rafael está livre, ainda que, por complacencia com o seu protector, o Cardeal De Bibbiena, houvesse dado promessa de casamento a uma sobrinha do purpurado.

Uma tarde, passeando Rafael pelo bairro de Transtevere, nas margens do Tibre, descobre um grupo de jovens raparigas que brincam banhando os pés nas águas do rio. Entre elas, ele nota uma que seria o modelo perfeito para um quadro então esboçado: " Heliodoro". Aquela jovem é Margarida a filha do forneiro, e por isso chamada a " Fornarina ".

Consegue Rafael te-la por modelo e logo fica preso na chama daquela formosura que inquieta o espírito e consome o corpo. Esquece, pois, todos os seus deveres para se entregar exclusivamente aquela que se tornará o único amor da sua vida.

Nunca mais terá outro modelo para as suas Madonnas nem nunca mais trabalhará longe da sua Musa.

Sendo encarregado por certo amigo de pintar a galeria de seu palácio, ele não avança no seu trabalho, pendente unicamente das entrevistas e encontros com a sua amada.

Para conseguir que Rafael trabalhe, o amigo vai em busca de " Fornarina "; obriga-a a sentar-se junto dele, enquanto os pincéis do imortal Artista, feliz de a sentir perto, deslizam inspirados e incomparáveis como se a exaltação avivasse o sopro do génio.



Rafael Sanzio (em italiano Raffaello Sanzio; Urbino, 6 de abril de 1483 — Roma, 6 de abril de 1520), frequentemente referido apenas como Rafael, foi um mestre da pintura e da arquitetura da escola de Florença durante o Renascimento italiano, celebrado pela perfeição e suavidade de suas obras. Também é conhecido por Raffaello Sanzio, Raffaello Santi, Raffaello de Urbino ou Rafael Sanzio de Urbino. Junto com Michelangelo e Leonardo Da Vinci forma a tríade de grandes mestres do Alto Renascimento.

Urbino era então capital do ducado do mesmo nome e seu pai, Giovanni Santi, pintor de poucos méritos mas homem culto e bem relacionado na corte do duque Federico da Montefeltro. Transmitiu ao filho, de precoce talento, o amor pela pintura e as primeiras lições do ofício. O duque, personificação do ideal renascentista do príncipe culto, encorajara todas as formas artísticas e transformara Urbino em centro cultural, a que foram atraídos homens como Donato Bramante, Piero della Francesca e Leone Battista Alberti. *

* Wikipédia