" Cascais - poucos o sabem - foi a primeira terra do País a ter iluminação eléctrica.
Foi em 28 de Setembro de 1878 que se acenderam as primeiras lâmpadas. ( ...)
Em 1957 beneficiaram deste melhoramento as povoações de Bicesse, Alcoitão. Torre e Birre e ainda o Parque Morais, na Parede. (...
Em 1958 terminou o periodo ( 5 anos ) estabelecido para o fornecimento de energia pública, pelo que a partir do ano imediato todo o excesso passou a ser pago pela Câmara o que coincidiu com o início da iluminação de toda a estrada marginal, tendo sido completado em 1959.
No ano seguinte a Câmara procedeu à electrificação da Malveira da Serra e do lugar de Talaide, Pau Gordo e Martinha e, em 1960, de Arneiro, de Sassoeiros, Murches, Aldeia de Juso e Carrascal de Manique;
1961 Charneca e Areia e melhorou a iluminação pública em vários arruamentos de Cascais, no Monte Estoril, Carcavelos e e Parede que continuaram no ano imediato, bem como nos lugares de Atrozela, Bicesse e na Madorna.
Em 1963 já a Câmara depois de electrificadas as povoações de Polima.
Outeiro de Polima e Conceição da Abóboda - considerava todo o concelho práticamente iluminado segundo o relatório municipal de 1966. (...) * 1
*1- Extracto do livro " Monografia de Cascais " ano de 1969.
Interessante sem dúvida alguma esta breve resenha de um Cascais hoje desaparecido.
Nasci no Cobre em 1954 e recordo como eram algumas das localidades referidas.
Isto sem falar já deste meu cantinho hoje totalmente irreconhecível.
“A cozinha era feita à base da lareira, que se acendia de manhã e que durava até à noite. Também recorrendo ao fogareiro a petróleo. Não havia distribuição de gás na altura. A nossa relação com o mundo exterior era conseguida à custa de um volumoso rádio a válvulas, alimentado por uma bateria que o pai recarregava periodicamente no estaleiro da barragem. Estudar era durante o dia, porque à noite somente à luz da vela ou do candeeiro, também a petróleo, ou de um outro, a acetileno, que produzíamos juntando, no gasómetro deste, água ao carboneto de cálcio, comprado na mercearia local.
Mário Perdigão
Ex-diretor de projetos internacionais da EDP Produção
A história da eletrificação de Portugal teve muitos avanços e recuos, mas tem início no século XIX.
Quando pensamos no processo de eletrificação do país, rapidamente pensamos na iluminação dentro de casa, mas o primeiro passo deu-se na rua, com a iluminação pública.
O ano em que foram eleitos, pela primeira vez, deputados republicanos na Assembleia Portuguesa (1878) foi também o ano em que se deu a primeira experiência elétrica de que há notícia: a 28 de setembro, em comemoração do 15º aniversário do príncipe D. Carlos, foram acesos candeeiros na esplanada da Cidadela de Cascais. Estes foram oferecidos pela Câmara de Lisboa, e utilizados, de novo, no mês seguinte, na zona do Chiado.
Este evento real foi o pontapé de saída para eletrificar Portugal e os portugueses ficaram entusiasmados com a novidade.
Em Lisboa, eram feitas excursões de família para ver os candeeiros que funcionavam a eletricidade
Foi em 28 de Setembro de 1878 que se acenderam as primeiras lâmpadas. ( ...)
Em 1957 beneficiaram deste melhoramento as povoações de Bicesse, Alcoitão. Torre e Birre e ainda o Parque Morais, na Parede. (...
ILUMINAÇÃO PÚBLICA ( Foto de J.P.L. ) |
Em 1958 terminou o periodo ( 5 anos ) estabelecido para o fornecimento de energia pública, pelo que a partir do ano imediato todo o excesso passou a ser pago pela Câmara o que coincidiu com o início da iluminação de toda a estrada marginal, tendo sido completado em 1959.
O TRADICIONAL POSTE ESTE COM A DATA DE 11 -12 -1967 ( Foto de J.P.L. ) |
No ano seguinte a Câmara procedeu à electrificação da Malveira da Serra e do lugar de Talaide, Pau Gordo e Martinha e, em 1960, de Arneiro, de Sassoeiros, Murches, Aldeia de Juso e Carrascal de Manique;
1961 Charneca e Areia e melhorou a iluminação pública em vários arruamentos de Cascais, no Monte Estoril, Carcavelos e e Parede que continuaram no ano imediato, bem como nos lugares de Atrozela, Bicesse e na Madorna.
Em 1963 já a Câmara depois de electrificadas as povoações de Polima.
Outeiro de Polima e Conceição da Abóboda - considerava todo o concelho práticamente iluminado segundo o relatório municipal de 1966. (...) * 1
*1- Extracto do livro " Monografia de Cascais " ano de 1969.
O PASSADO SERVE PARA O PRESENTE ( Foto de J.P.L. ) |
Interessante sem dúvida alguma esta breve resenha de um Cascais hoje desaparecido.
Nasci no Cobre em 1954 e recordo como eram algumas das localidades referidas.
Isto sem falar já deste meu cantinho hoje totalmente irreconhecível.
“A cozinha era feita à base da lareira, que se acendia de manhã e que durava até à noite. Também recorrendo ao fogareiro a petróleo. Não havia distribuição de gás na altura. A nossa relação com o mundo exterior era conseguida à custa de um volumoso rádio a válvulas, alimentado por uma bateria que o pai recarregava periodicamente no estaleiro da barragem. Estudar era durante o dia, porque à noite somente à luz da vela ou do candeeiro, também a petróleo, ou de um outro, a acetileno, que produzíamos juntando, no gasómetro deste, água ao carboneto de cálcio, comprado na mercearia local.
Mário Perdigão
Ex-diretor de projetos internacionais da EDP Produção
A cidadela de Cascais como palco de estreia
A história da eletrificação de Portugal teve muitos avanços e recuos, mas tem início no século XIX.
Quando pensamos no processo de eletrificação do país, rapidamente pensamos na iluminação dentro de casa, mas o primeiro passo deu-se na rua, com a iluminação pública.
O ano em que foram eleitos, pela primeira vez, deputados republicanos na Assembleia Portuguesa (1878) foi também o ano em que se deu a primeira experiência elétrica de que há notícia: a 28 de setembro, em comemoração do 15º aniversário do príncipe D. Carlos, foram acesos candeeiros na esplanada da Cidadela de Cascais. Estes foram oferecidos pela Câmara de Lisboa, e utilizados, de novo, no mês seguinte, na zona do Chiado.
Este evento real foi o pontapé de saída para eletrificar Portugal e os portugueses ficaram entusiasmados com a novidade.
Em Lisboa, eram feitas excursões de família para ver os candeeiros que funcionavam a eletricidade