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12.8.20

GENERAL JOSÉ SANJURJO. HERÓI DE ESPANHA EM TERRAS DE CASCAIS

MEMORIAL EDIFICADO NO LOCAL DO ACIDENTE QUE VITIMOU O GENERAL SANJURJO. RUA DE SANTA CRUZ . AREIA. ( Foto de J.P.L. Dezembro de 2011 ) Hoje Outubro de 2025 este memorial foi deslocado do local ficando paralelo à estrada
 
* ...Entretanto, havia pouco, rebentara a guerra de Espanha que dividira aquele país em dois campos. Dum lado os que eles chamavam os " republicanos ", de facto apoiados pela Rússia, que projectavam implantar ali uma república soviética, e do outro lado os " nacionalistas, liderados pelos militares, quase todos oficiais da " Legião Estrangeira ", que tinham participado nas guerras de Marrocos e que pretendiam expulsar os comunistas ( " los rojos ", como lhes chamavam ) do país para fora; repor um governo nacionalista de direita apoiados pela Itália e pela Alemanha.

   O líder da revolução contra " los rojos " era o general Sanjurjo, um dos militares espanhóis de maior prestígio, herói das guerras de Marrocos, que fora distinguido com as mais altas condecorações e era considerado o maior estratega do Exército Espanhol.

  Sanjurjo vivia nessa altura em Portugal exilado e fora daqui que organizara, orientara e dirigia toda a estratégia revolucionária dos nacionalistas. 
Nesses últimos tempos da chamada república, a cujos dirigentes e partidários toda a gente chamava em Espanha " los rojos ", cometiam-se naquele país as maiores atrocidades. 

  Espanha estava entregue ao " poder popular, " que mandava brigadas prender e fuzilar as pessoas à mais pequena denúncia ou até sem denúncia nenhuma. 

  As brigadas entravam, armadas de metralhadora, nas casas, levavam os homens, algumas vezes até as mulheres, e fuzilavam todos.
 Em Madrid imperava a lei do terror, terror esse que, quando estalou a guerra cívil, se agravou ainda mais.

   Sanjurjo contava com os melhores generais espanhóis como : Queipo de Llano, Franco,Varela,Millan Astray, o grande mutilado das guerras de Marrocos, Quindelain da aviação e muitos mais.

   Naquele ano de 1936 a confusão era cada vez maior em Madrid e os assassinatos eram constantes.
 Mandava-se matar pessoas até por vingança.

   Os dirigentes republicanos Azaña e Prieto, que ainda mantinham um resto de ordem e coerência, tinham sido marginalizados pela chamada " Frente Popular ", o governo Popular pouco mais fazia do que assassinar cada vez mais gente, principalmente religiosos ou padres.

 Fora neste ambiente que Calvo Sotelo tivera a coragem de no parlamento condenar a " Frente Popular ", tendo sido imediatamente ameaçado de morte palas bancadas.

 E, de facto, logo a seguir os " guardas de assalto " foram buscá-lo a casa, levaram-no para o campo e assassinaram-no.

   Este assassinato fora a última gota, o " detonador " da revolução que viera a rebentar no dia 18 de Julho de 1936.

 Poucos dias antes da data marcada para o inicio das operações veio uma avioneta de Espanha, pilotada por um dos irmãos Ansaldo, aterrou no campo de corridas da Quinta da Marinha, em Cascais, para levar Sanjurjo.


...DOS SEUS COMPANHEIROS DE ARMAS. ( Foto de J.P.L. Ano 2011 )
   
O general embarcou com as suas malas, o piloto Ansaldo pôs-se face ao vento, isto é, no sentido sul-norte, descolou e ... foi a tragédia, pois a avioneta, que passara já as árvores no fim do campo com bastante dificuldade, caiu em perda depois de as sobrevoar, incendiando-se imediatamente .

 Sanjurjo morreu horrorosamente carbonizado, salvando-se o piloto por verdadeiro milagre.

   A primeira ideia fora a de que a avioneta aterraria na Portela e de lá descolava com Sanjurjo a bordo.

 Porém, com alguma coisa deste projecto tivesse transpirado, o governo de Espanha, que era a " Frente Popular ", protestou oficialmente, o que obrigou o governo  Português a proibir a aterragem da avioneta, a qual se viu, assim, forçada a ir aterrar ao campo de corridas da Marinha em segredo, que toda a gente conhecia mas fingia não conhecer.



EX.MO. SR. CAPITÃO GENERAL DOM JOSÉ SANJURJO SACANNELS MARQUES DEL RIF
   
Sendo o campo da Marinha  um campo qualquer, não um aeródromo, a aterragem e a descolagem passavam a ser clandestinos, portanto, sem responsabilidades para o governo Português.

 foi com estas razões que o inexorável " destino ", mais uma vez, mudou o curso da história ao matar o chefe do movimento espanhol.

 Na realidade, se o " movimento "  tivesse  tido Sanjurjo como chefe, ter-se-ia passado tudo da mesma maneira ?

 Isso é coisa que nunca se poderá saber.

   Quanto às razões da tragédia nunca vieram a apurar-se completamente. 

Uns diziam que a pequena avioneta estava carregada de mais porque o general quisera, à viva força, levar muitas malas com todos os seus fardamentos e já tinha um grande peso de combustível.

 Outros diziam que o piloto Ansaldo, com a pressa, se pusera face ao vento para descolar com pouco mais de meia pista à sua frente, desprezando a outra metade, o que parece estranho pois Ansaldo era um piloto muito experiente.

 Outros ainda acham que a avioneta fora mal escolhida para o efeito, por precisar de uma pista muito comprida para descolar. 

Esta razão não é válida pois, por fotografia tirada momentos antes da descolagem, vê-se perfeitamente que as asas da avioneta eram muito profundas, portanto permitiam descolagens em terreno curto.

  A hipótese de a avioneta estar carregada de mais também não se verificava porque, segundo testemunho de D. Maria Luisa Castelo Novo, em casa de quem ele e a sua mulher almoçaram e que os acompanhou ao Campo da Marinha, ele levava apenas uma pequena mala.


POUCO DEPOIS DO ACIDENTE. ( foto do Arquivo Municipal da Câmara de Lisboa )
                                                                                     
    
 Fosse como fosse, o desastre deu-se, e os nacionalistas ficaram sem o seu grande chefe militar, começando,portanto,a guerra civil da pior maneira.

   Mas não perderam tempo.

 Poucos dias depois da tragédia já estava escolhido, por unanimidade, o General Francisco Franco, para suceder a Sanjurjo na chefia do " movimento ".                                                                                                                                                      

    José Sanjurjo

    Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
    José Sanjurjo
    Conhecido(a) por El León del Rif
    Nascimento 28 de março de 1872
    Pamplona, Navarra, Espanha
    Morte 20 de julho de 1936 (64 anos)
    Cascais, Portugal
    Ocupação Oficial e militar
    Serviço militar
    Serviço Exército Espanhol
    País Espanha Reino da Espanha (1896–1931)
    Segunda República Espanhola República Espanhola (1931–1936)
    Espanha Espanha Nacionalista (1936)
    Anos de serviço 1896-1932
    Patente Tenente General
    Conflitos Guerra de Independência Cubana
    Guerra Hispano-Americana
    Guerra de Melilla
    Guerra do Rife
    Guerra Civil Espanhola
    Condecorações Laureada Cruz de São Fernando
    Ordem de Carlos III