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16.7.11

MONUMENTO A IBN MUCANA

Ibne Mucana. Natural de Alcabideche, Abu Zeide Abdarramão Ibne Mucana, Al - Qabdeq Al - Isbuni, é o primeiro homem ilustre do território ocupado pelo actual munícipio cascalense.

   Viveu no século XI, durante os reinos das Taifas do domínio árabe.

 Nasceu nos primeiros anos desse século ou nos últimos do anterior, época de grandes alterações mundiais, e morreu em Alcabideche nos finais do século, quando a reconquista cristã ganhava terreno aos Agarenos, atravéz das expedições de Afonso VI de Leão, num período anterior à existência de Cascais e, até, de Portugal.


BONITO ENQUADRAMENTO ( Foto de J.P.L. Ano 2011 )





... Celebrizou-se Ibn Mucana na Poesia. ( ... ) Quando recita o derradeiro poema, encontrava-se assentado num valado, a olhar para os lavradores que laboravam um dos campos de Alcabideche, acompanhado por um antigo conhecido que o encontrara a roçar silvas com uma foice e, mais tarde, descreveu a Ibn Baçade. O encontro transmitiu-lhe a poesia preferida, que este transcreve na " Adaquira " sendo esta a compilação que fez de todos os poetas árabes da Andaluzia.











                                               

IBN MUCANA MEMORIAL ( Foto de J.P.L. Julho 2011 )
                

Tipo imóvel:
Arte Pública

Nº imóvel:
5209

Designação:
Monumento a Ibn Mucana

Descrição:
Monumento de homenagem a Ibn Mucana (Abu Zayd 'Abd ar-Rahman ibn Muqãna), poeta que viveu durante o século XI, natural de Alcabideche (Al-Qabdaq) e que, segundo alguns biógrafos, seria de origem muladi ou moçarabe. Foi o primeiro que referiu a existência dos moinhos de vento na Europa. É composto por uma laje comemorativa e por duas grandes pedras colocadas na vertical. O monumento é de autoria do mestre António Duarte. A homenagem ao poeta ocorreu em 1965 durante a realização, em Cascais, da primeira reunião internacional de molinólogos - o Simpósio de Molinologia.Inaugurado quando ainda beneficiava de um idílico cenário campestre do qual sobressaíam dois dos mais antigos moinhos de vento peninsulares, e que ainda se situam a Norte, o monumento corporifica, de algum modo, a herança da cultura árabe na região.
                                                                                                            
                                     
                                     POEMA DE ALCABIDECHE

            

Ó tu que habitas Alcabideche! Oxalá nunca te faltem
cereais para semear, nem cebolas nem abóboras
Se és homem decidido precisas de um moinho
que trabalhe com as nuvens sem dependeres dos regatos.
Quando o ano é bom a terra de Alcabideche
não vai além das vinte cargas de cereais.
Se rende mais, então sucedem-se,
ininterruptamente e em grupos compactos,
os javalis dos descampados.
Alcabideche pouco tem do que é bom e útil.
como eu próprio quase surdo como sabes.
Deixei os reis cobertos com os seus mantos
e renunciei a acompanhá-los nos cortejos…
Eis-me em Alcabideche colhendo silvas com uma podoa ágil e cortante.
Se te disserem: gostas deste trabalho?, responde; sim.
O amor da liberdade é o timbre de um carácter nobre.
Tão bem me governam o amor e os
benefícios de Abu Bacre Almofadar
que parti para um campo primaveril.