SÁBADO 4 DE JUNHO DE 2011. DIA INTERNACIONAL DAS CRIANÇAS VÍTIMAS DE AGRESSÃO
Dia este consagrado a uma causa que me faz reflectir acerca do que se entende por agressão.
Desde o plano físico ao mental existe todo um longo caminho pelo qual nós um dia passamos.
Eu por mim recordo, como se fosse hoje e já lá vão cinquenta anos o seguinte.
Teria então entre os seis e os dez anitos e, como os demais, frequentava o ensino primário.
Uma tarde a professora uma tal dª. Maria José quando lhe fui apresentar a minha conta de dividir verificou-a errada.
Pois bem!
Deu-me uma estalada tão violenta que ficou a mão marcada na face.
Horas depois minha Mãe perguntou-me o que tinha na cara.
Menti-Lhe dizendo algo que não me ocorre agora, mas fi-lo por receio de que, caso fosse ter com a professora ela me castigasse num outro dia.
Ainda hoje me arrependo e lembro essa mentira que me dói mais que a chapada.
A professora faleceu anos depois, deixando-me a herança de um medo à escola e um amargo na mente. Poderia ela viver cem anos e caso a visse em qualquer ocasião dir-lhe-ia."
O que a srª fez àquela criança não se faz.
Agiu mal e destruí-o para sempre a confiança na escola de uma alma em formação."
Pois, como disse, decorreram muitos anos e ainda me dói física e mentalmente o recordar aquele acto cobarde .
Assim como não a esqueci nem a perdoei, sinto para com todas as crianças ofendidas deste mundo uma grande solidariedade.
Veja-se como se incute no nosso espírito certos actos ocorridos enquanto somos uns anjinhos indefesos.Naquela altura era assim.
Se fosse hoje, com a sociedade que nos rodeia, talvez se pudesse argumentar algo na defesa daquela sujeita como por ex: eu ser uma criança rebelde,ou hiperactiva, ou até autista.
Poderia sê-lo!
Mas isso não desculpa a violência.
No entanto e aparte isso, tive depois de concluída a " primária " na Escola Pública de Cascais, um ensino maravilhoso pautado pelas normas do respeito mútuo na Escola Técnica e Liceal Salesiana do Estoril e depois na Escola Industrial Marquês de Pombal, em Belém.
Guardo gratas recordações.
Recordo bons Professores e Educadores.
Mas aquele acto quando era pequenino !!!
Nunca minha Mãe ou meu Pai me bateram, não era preciso sei-o hoje.
Eu era um miúdo sereno, equilibrado e até demasiado infantil.
Afinal estávamos entre o ano 1960 e o 1964, não havia nada do que hoje desperta nas crianças uma imagem direi até precoce, por vezes, do mundo que existe ao nosso redor.
O bom e o mau.
A criança de hoje será quem nos julgará amanhã .