Quum nemus omne suo viride spoliatur honore. Fultus equi niveis silvas pete protinus altas Exuviis. Praeda est facilis et amoena scolopax ...
NEMESIANUS, Cynegetica.
Escreveu a este propósito o admirável escritor José Maria Castroviejo no seu não menos admirável livro "Viaje por los Montes y Chimeneas de Galicia" .
" Quando o Outono ainda permite algumas folhas no arvoredo mas o Inverno já se faz anunciar com os primeiros gelos, ao passarmos pelo mais espesso e fechado do pinhal, no momento em que afastamos uma rama ou o tropeçarmos na lenha solta nos obrigam a procurar outro caminho, um ruido,semelhante ao do cão molhado a sacudir-se sobressalta-nos. Quase aos pés uma ave castanha,do tamanho de uma perdiz, mostra-se rápidamente em ziguezague ante os nossos olhos. Logo eleva-se,desviando-se de ramas e troncos, e sobre o bosque envolvido em brumas, desaparece rápidamente.
Naquele momento temos ouvido e visto a deliciosa e apaixonante galinhola ou bicuda.
A formosa literatura cinegética da velha França não lhe é parca em qualificativos: Rainha dos bosques.Bela Dama.Dama de olhos de veludo.A Bela doirada. A Selvagem.A feiticeira...Como, com efeito, nos enfeitiça!
Que bem harmonizam com as folhas mortas a sua plumagem,que tem também muito de folha morta. Castanho e castanho claro,negros e cinzentos -que lhe permitem passar despercebida no solo ao olhar mais penetrante. (...)
Digamos que esta nossa visitante invernal é de hábitos nocturnos.Com o crepúsculo,a bicuda sai de espessura do matagal ou do pinhal destacando-se nesse momento contra o céu, ao qual sobem as sombras do bosque.(...)
Vai então alimentar-se em prados húmidos ou locais de sua escolha mas, sempre, onde possa enterrar o seu longo bico.(...)
Entre Fevereiro e Março,segundo ande o tempo,abandona-nos para voltar aos seus longínquos quarteis do Norte,os grandes bosques da Rússia e Escandinavia, nos quais faz o seu ninho no solo, escolhendo um sitio fresco e seco.Direi, finalmente,que as galinholas empreendem a sua grande viagem com os ventos pelas costas: Nordeste no Outono e Sudueste na Primavera.Em migrações nocturnas e solitárias chegam e partem para nos iludir nos melhores sonhos de caçadores. " *
O asterisco (...), naturalmente significa que muito mais está escrito nessa obra impar da literatura do País vizinho editada em 17 de Setembro de 1962 pela Editorial Espasa-Calpe,S.A. Madrid.
De leitura amena as suas páginas parecem emanar uma atmosfera hoje completamente perdida para nós citadinos o que mais nos faz sentir maravilhados perante a prosa deste notável escritor.
NEMESIANUS, Cynegetica.
Escreveu a este propósito o admirável escritor José Maria Castroviejo no seu não menos admirável livro "Viaje por los Montes y Chimeneas de Galicia" .
" Quando o Outono ainda permite algumas folhas no arvoredo mas o Inverno já se faz anunciar com os primeiros gelos, ao passarmos pelo mais espesso e fechado do pinhal, no momento em que afastamos uma rama ou o tropeçarmos na lenha solta nos obrigam a procurar outro caminho, um ruido,semelhante ao do cão molhado a sacudir-se sobressalta-nos. Quase aos pés uma ave castanha,do tamanho de uma perdiz, mostra-se rápidamente em ziguezague ante os nossos olhos. Logo eleva-se,desviando-se de ramas e troncos, e sobre o bosque envolvido em brumas, desaparece rápidamente.
Naquele momento temos ouvido e visto a deliciosa e apaixonante galinhola ou bicuda.
A formosa literatura cinegética da velha França não lhe é parca em qualificativos: Rainha dos bosques.Bela Dama.Dama de olhos de veludo.A Bela doirada. A Selvagem.A feiticeira...Como, com efeito, nos enfeitiça!
Que bem harmonizam com as folhas mortas a sua plumagem,que tem também muito de folha morta. Castanho e castanho claro,negros e cinzentos -que lhe permitem passar despercebida no solo ao olhar mais penetrante. (...)
GALINHOLA ( Quadro da autoria de J.P.L ). |
Digamos que esta nossa visitante invernal é de hábitos nocturnos.Com o crepúsculo,a bicuda sai de espessura do matagal ou do pinhal destacando-se nesse momento contra o céu, ao qual sobem as sombras do bosque.(...)
Vai então alimentar-se em prados húmidos ou locais de sua escolha mas, sempre, onde possa enterrar o seu longo bico.(...)
Entre Fevereiro e Março,segundo ande o tempo,abandona-nos para voltar aos seus longínquos quarteis do Norte,os grandes bosques da Rússia e Escandinavia, nos quais faz o seu ninho no solo, escolhendo um sitio fresco e seco.Direi, finalmente,que as galinholas empreendem a sua grande viagem com os ventos pelas costas: Nordeste no Outono e Sudueste na Primavera.Em migrações nocturnas e solitárias chegam e partem para nos iludir nos melhores sonhos de caçadores. " *
O asterisco (...), naturalmente significa que muito mais está escrito nessa obra impar da literatura do País vizinho editada em 17 de Setembro de 1962 pela Editorial Espasa-Calpe,S.A. Madrid.
De leitura amena as suas páginas parecem emanar uma atmosfera hoje completamente perdida para nós citadinos o que mais nos faz sentir maravilhados perante a prosa deste notável escritor.