Voo Malaysia Airlines M H 370
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Malaysia Airlines MH370 foi a identificação da rota aérea de passageiros regular e internacional entre
Kuala Lumpur, na
Malásia, e
Pequim, na
China.
A rota é operada pela companhia aérea
Malaysia Airlines que, a partir de 14 de Março de 2014, substituiu sua identificação para Malaysia Airlines MH318.
[3]
Na madrugada de 8 de Março de 2014, no horário local (tarde de 7 de Março, horário
UTC),
a aeronave que realizava esta rota levando 227 passageiros e 12
tripulantes, desapareceu dos radares após aproximadamente uma hora de
voo enquanto sobrevoava o
Golfo da Tailândia, no
Mar da China.
Até o instante do desaparecimento dos monitores de radar, a tripulação não havia relatado nenhuma anomalia com o voo.
[4][5] O sistema
ACARS do avião também não enviou mensagens por satélite, o que deveria ocorrer automaticamente no caso de alguma falha.
Em 24 de março de 2014, o governo malaio comunicou oficialmente que o voo caiu no mar no
Oceano Índico sem deixar sobreviventes.
[2]
Segundo registos feitos por satélites, o avião voou por várias horas
após desaparecer dos radares, até esgotar o combustível, com todos os
seus sistemas de comunicação desactivados.
Mesmo após três anos de
extensas buscas, comandadas pelos governos da
Austrália, da
Malásia e da
China no período de
2014 a
2017,
[6][7]
os destroços da aeronave nunca foram localizados, tornando o caso um dos maiores mistérios da aviação civil contemporânea.
[8][9]
Aeronave
A aeronave envolvida neste incidente era um modelo
Boeing 777-200ER,
matrícula 9M-MRO, número de série 28420, teve o seu voo inaugural a 14
de maio de 2002 e foi entregue à Malaysia Airlines em 31 de maio de
2002.
[10]
O Boeing 777 é tido como "de operação muito segura",
[11]
considerado um dos melhores da aviação comercial.
[12]
Em 9 de agosto de 2012, esta mesma aeronave esteve envolvida em um incidente de pequenas proporções, sem vítimas, no
Aeroporto de Xangai, quando a extremidade da sua asa direita atingiu a cauda de um Airbus
A340-600 da
China Eastern Airlines, que estava parado na pista. .
[13][14]
A Malaysia Airlines informou que a aeronave contava com 53 465 horas
de voo e que, dez dias antes do incidente, passou por uma manutenção de
rotina, não tendo sido reportado nenhum problema.
[15]
O avião era equipado com dois motores
Rolls-Royce Trent 800.
[16]
Tripulação e passageiros
Havia
no avião um total de 239 pessoas, sendo 227 passageiros e 12
tripulantes. O comandante, Zaharie Ahmad Shah, de 53 anos, estava na
Malaysia Airlines desde 1981.
[17]
Segundo o manifesto de embarque da Malaysia Airlines, os passageiros e
tripulantes eram de quinze nacionalidades diferentes, a maioria chineses
(153) e havia cinco crianças entre os 227 passageiros (de dois a quatro
anos de idade) sendo três chinesas e duas norte-americanas.
[18][19]
Algumas fontes mencionaram duas crianças apenas.
[20]
Posteriormente, as autoridades descobriram que dois passageiros de nacionalidade
iraniana
embarcaram com passaportes de outras pessoas (de um italiano e de um
austríaco), que haviam sido roubados meses antes na Tailândia.
[21]
Assim, passou a ser quatorze o número de nacionalidades diferentes dos ocupantes.
A empresa de tecnologia
Freescale Semiconductor, que tem sede no
Texas, nos
Estados Unidos, informou através de seu
porta-voz Jacey Zuniga que 20 passageiros eram seus funcionários, sendo 12 malaios e oito chineses.
[22]
Fonte: Malaysia Airlines
[18]
Cronologia do incidente
8 de Março
O voo MH370 partiu de
Kuala Lumpur à 0h41 (
UTC+8) ou 16h41 de 7 de Março (UTC). A sua chegada era esperada em
Pequim às 6h30 do mesmo dia 8 ou 22h30 do dia 7 (UTC).
[nota 1]
O último contacto do centro de controle de tráfego aéreo de
Subang
com a aeronave foi à 1h30, quase uma hora depois da descolagem, quando o
avião desapareceu dos radares. Naquele momento, sobrevoava o
Golfo da Tailândia, em um ponto intermediário entre
Kota Bharu, a nordeste da
Malásia e a
Península de Cà Mau, ao sul do
Vietname do Sul.
[4][23]
Ao se confirmar o desaparecimento da aeronave, as buscas foram
iniciadas, concentrando-se naquela região. Em nenhum momento os radares
chineses registaram a entrada da aeronave em seu espaço aéreo. Ao
desaparecer dos radares, a sua altitude era de 10 700m e durante todo o
voo, a tripulação não relatou nenhum problema.
[24][25]
A Malaysia Airlines providenciou acomodações para os parentes dos
passageiros em hotéis tanto em Pequim, como em Kuala Lumpur, para que
acompanhassem o desenvolvimento das buscas.
9 e 10 de Março
No dia 9, a
China
enviou dois navios para o local onde teria ocorrido o desaparecimento
da aeronave dos radares.
No dia anterior o presidente chinês
Xi Jinping havia ordenado que fossem feitos "todos os esforços" para encontrar o avião.
[26]
Áreas iniciais de buscas definidas entre 9 e 11 de
Março
No dia 10, o jornal vietnamita
Thanh Nien informou que um objecto recolhido ao sudoeste da ilha de
Tho Chu
não pertencia ao avião desaparecido; tratava-se de uma capa mofada de
um carretel de cabos.
Duas grandes manchas de óleo que foram avistadas
no dia anterior também não eram da aeronave e sim pertencentes a barcos
de pesca, como foi determinado após análise em laboratório.
[27]
A área de buscas no
Mar da China
foi aumentada de 50 milhas náuticas (90 km) para 100 milhas (180 km) de
raio, cobrindo toda a área provável em que o controle de tráfego aéreo
havia perdido contato com a aeronave, desde a região leste da Malásia
até o sul do Vietname do Sul.
[28]
11 de Março
O
Estreito de Malaca, sobre o qual o voo foi detectado por radares militares, cerca de uma hora depois do último contacto.
A
Força Aérea da Malásia informou, após fazer leituras de seus radares, que o avião mudou sua rota durante o
voo, indo para a direcção oeste e se desviando assim da rota prevista entre Kuala Lumpur e Pequim.
[29]
Segundo as fontes militares, um radar da Força Aérea próximo ao
Estreito de Malaca, na
Península da Malásia,
teria detectado o avião sobrevoando o extremo norte do estreito por
volta de 2h40 a cerca de 9 500 metros de altitude, sendo desconhecido o
que aconteceu depois com o avião.
Com essa nova informação, os
investigadores deduziram que, após o último contacto com o controle de
tráfego aéreo, por volta de 1h30, a aeronave fez uma curva sobre o Golfo
da Tailândia e retornou por cerca de 500 km. A partir de então, as
buscas passaram a se concentrar também naquela região.
[30]
Esta informação, no entanto, seria desmentida posteriormente pelo
comandante da Força Aérea, general Rodzali Daud, que afirmou que não
tinha como ter certeza que os sinais captados pelos radares militares
sobre o estreito de Malaca, fossem do avião desaparecido.
[31][32]
12 de Março
Sem
nenhuma evidência precisa do paradeiro da aeronave e em meio a uma
enorme confusão de informações desencontradas e hipóteses, as equipes
continuam as buscas nas águas de ambos os lados da Península da Malásia e
no Mar da China.
[32]
Durante um encontro com parentes de passageiros chineses, o embaixador da
Malásia
em Pequim, Iskandar Sarudin informou que a última mensagem de rádio
transmitida para o controle aéreo foi "tudo bem, boa noite", pronunciada
pelo copiloto
[33]
da aeronave no momento em que a aeronave deixava o espaço aéreo malaio para entrar no do
Vietname.
Um pouco antes, a torre de controle havia enviado uma mensagem de rádio
avisando que estava transferindo o controle para a torre de
Ho Chi Minh, tendo como resposta o termo padrão "
Alright, roger that" ("Tudo bem, entendido").
[34]
A China divulgou imagens de satélite, captadas no dia 9, indicando possíveis destroços do avião no
Golfo da Tailândia, ao sul do
Vietname.
As fotos mostravam três objetos flutuantes não muito distantes da rota
original do voo, cujo tamanho foi estimado em 13 por 18 metros, 14 por
19 metros e 24 por 22 metros.
[31]
Tais informações, no entanto, acabaram sendo refutadas pelo ministro
dos transportes malaio Hishammuddin Hussein, que disse se tratar de um
engano da China.
[35]
13 de Março
Área onde teoricamente o avião poderia ser encontrado
O jornal norte-americano
Wall Street Journal,
publicou que a aeronave poderia ter voado por cerca de quatro horas,
depois de desaparecer dos radares.
Com esse tempo de voo, o avião
poderia chegar a lugares como
Paquistão,
Mongólia ou
Austrália.
A afirmação se sustentou em suspeitas de investigadores dos EUA que
realizavam análises das informações sobre os motores da aeronave. Esses
dados são enviados em tempo real durante seu funcionamento à fabricante
Rolls-Royce, um recurso estabelecido em contrato.
[36]
Autoridades da Malásia, no entanto, incluindo o ministro dos
transportes Hishammuddin Hussein, negaram que o avião teria continuado
seu voo durante quatro horas depois do último sinal detectado por radar.
O ministro também afirmou que as fotos de satélite que foram divulgadas
pela China no dia anterior, que supostamente mostravam destroços da
aeronave, não eram verdadeiras e sim frutos de um engano de avaliação.
[35]
14 e 15 de Março
No
dia 14, as indicações de radares militares voltaram a ser citadas pelas
autoridades malaias.
Desta vez, a nova hipótese foi de que o avião
mudou deliberadamente de rota, em uma ação em que os controles foram
assumidos manualmente, desligado-se os sistemas de comunicação com o
controle de tráfego aéreo. A aeronave teria retornado sobre o Golfo da
Tailândia, alcançando o Estreito de Malaca e, sobre o Estreito, seguindo
a noroeste em direcção às ilhas de
Andaman e Nicobar.
[37]
No dia 15, Najib Razak, primeiro-ministro da Malásia, confirmou que a
aeronave mudou de rota e voou durante horas na direcção oeste, tendo
enviado sinais para um satélite até por volta das 8h14, cerca de 7 horas
além do último contacto com o controle aéreo.
O destino provável,
segundo o ministro, teria sido a
Indonésia ou fronteira entre
Cazaquistão e
Turcomenistão.
[38]
Os corredores norte e sul, onde se concentraram as buscas a partir de 16 de Março.
16 e 17 de Março
No
dia 16, as autoridades malaias confirmaram a declaração do
primeiro-ministro no dia anterior, de que a partir do último sinal de
satélite captado, o avião poderia ter seguido por dois possíveis
corredores aéreos, de aproximadamente 640 km de largura:
- para o sul, a partir da Indonésia até o Oceano Índico.
- para o norte, do norte da Tailândia até a fronteira Cazaquistão - Turcomenistão.
Já são 25 países envolvidos nas buscas.
[39]
No dia 17, foi o presidente da Malaysia Airlines, Ahmad Jauhari Yahy,
quem ficou sob os holofotes e comunicou em uma colectiva de imprensa que
foi o copiloto da aeronave, Fariq Hamid, de 27 anos, quem fez o último
contacto com o controle de tráfego aéreo, uma mensagem enviada ao entrar
no espaço aéreo vietnamita, um "tudo bem, boa noite".
As buscas continuaram pelos dois grandes corredores aéreos, o norte
(da Tailândia até e fronteira Cazaquistão -Turcomenistão) e o sul (da
Indonésia até o Oceano Índico). Já são 26 países envolvidos nas
operações de busca. O governo australiano se ofereceu para liderar as
buscas no corredor sul.
[33]
18 e 19 de Março
As
investigações seguiram sem nenhuma evolução significativa e as buscas
continuaram na área delimitada pelos dois corredores, que foi calculada
em 7,5 milhões de km
2, equivalente à do território australiano.
[40]
No dia 19, parentes dos desaparecidos, instalados pela Malaysia
Airlines em um hotel em Kuala Lumpur havia 11 dias, entraram em
confronto com a polícia malaia, ao invadirem um local onde seria dada
uma conferência de imprensa, reclamando da falta de informações por parte
das autoridades malaias.
[41]
20 e 21 de Março
No
dia 20, a Austrália divulgou imagens de satélite, registadas em 16 de Março, em que apareciam dois objectos flutuantes a cerca de 2 500 km de
Perth, na costa sudoeste australiana (coordenadas
44° 03′ S 91° 13′ E), onde a profundidade do oceano pode chegar a 5 000 metros.
[42]
Um dos objectos teria cerca de 24 metros. As autoridades australianas
afirmaram que havia uma grande chance de que estes objectos fossem da
aeronave desaparecida e que aquela era até então, a melhor pista sobre o
desaparecimento da aeronave. Um navio norueguês que estava próximo
àquela área passou também a auxiliar nas buscas.
[43]
Além da embarcação norueguesa, mais cinco aviões militares e civis,
além de outras embarcações foram envolvidos na operação de busca dos
objectos.
No dia 20, nada foi encontrado e as buscas foram interrompidas à
noite devido ao mau tempo e pouca visibilidade, sendo retomadas no dia
seguinte (21) pela manhã e durante todo o dia, também nenhum objecto foi
encontrado.
[44]
Críticas ao governo da Malásia
A empresa britânica fabricante e operadora de satélites
Inmarsat,
[45]
criticou em matéria publicada pela BBC no dia 20, o modo como o governo
malaio conduziu as operações de busca. Seus satélites captaram os
últimos sinais da aeronave, o que determinou o estudo que concluiu que a
aeronave poderia ter seguido pelos dois corredores.
Segundo a Inmarsat,
esta já havia pedido desde o dia 11, que as buscas se concentrassem no
oceano Índico ou na Ásia Central (áreas limitadas pelos corredores), mas
o governo daquele país insistiu em continuar as operações no mar do sul
da China e no estreito de Malaca e demorou pelo menos três dias até
reconhecer publicamente as informações recebidas.
[46]
22 e 23 de Março
No dia 22, a China divulgou novas imagens de satélite de possíveis destroços, localizados na posição
44° 57′ S 90° 13′ E, a cerca de 120 km do ponto onde a Austrália havia informado ter achado objectos no dia 20.
[47]
No dia 23, a França enviou à Malásia outras imagens recebidas de seus
satélites, que também mostravam objectos que poderiam ser do voo MH370.
As imagens mostravam possíveis destroços ao longo do corredor sul (da
Indonésia até o Oceano Índico).
[48]
24 de Março
A
Autoridade Marítima de Segurança Australiana.(AMSA), que coordenou as
operações no corredor sul, informou que um avião australiano localizou
dois objectos, um circular, de cor cinza e outro rectangular, de cor
laranja no Oceano Índico, que poderiam pertencer ao avião desaparecido.
Os objectos não tinham as mesmas características de outros, de cor
branca, avistados por uma aeronave chinesa anteriormente. Todos os
objectos estavam em uma área de aproximadamente 70 mil km
2, dentro do corredor sul.
Dez aviões estavam envolvidos nas buscas no corredor sul e as más condições do tempo na região atrapalharam a missão.
[49]
Confirmação da queda no mar
Em
uma entrevista colectiva realizada no dia 24, o primeiro-ministro da
Malásia, Najib Razak, finalmente confirmou que, após uma análise dos
dados recebidos pelos satélites, não havia mais dúvidas que o voo MH370
havia caído no Oceano Índico.
Segundo uma análise preliminar, a aeronave
teria seguido pelo corredor sul e caído no mar, em um ponto bastante
isolado do oceano, sem qualquer possibilidade de um pouso de emergência.
Razak afirmou ainda que não havia sobreviventes.
[2][50]
25 a 31 de Março
Após
a confirmação da queda do avião no Oceano Índico, as buscas continuaram
por vários dias sem qualquer resultado.
Um satélite tailandês teria
captado imagens de cerca de 300 objectos a sudoeste de
Perth, mas nenhum destroço do avião foi encontrado pelos navios e aviões envolvidos nas buscas.
[51]
1 a 30 de Abril
No
início de Abril continuaram a aparecer novas pistas, que acabaram não
tendo nenhum sucesso. Além das fortes correntes marítimas, tempestades e
falta de visibilidade, aquela região do oceano também se caracteriza
por conter uma grande quantidade de lixo, objectos vindos de navios e do
litoral, o que também dificultou as buscas.
[52]
Sinais captados
No
dia 5 de Abril, o Haixun 01, um dos dois navios chineses que
participavam das buscas, detectou por duas vezes, sinais no Oceano
Índico com dois quilómetros de distância entre eles, na posição
aproximada
25° 00′ S 101° 00′ E.
As autoridades suspeitaram que poderiam ter sido emitidos pelas
caixas-negras do MH370. Os dois sinais tinham frequência de 37,5
KHz,
a mesma normalmente emitida por este tipo de equipamento. O segundo
sinal foi captado durante 90 segundos.
No entanto, o marechal Angus
Houston, que comandava a equipe australiana de buscas, declarou que
ainda não se poderia afirmar que estas pistas tivessem alguma ligação
com o avião desaparecido.
[53]
O equipamento Towed pinger locator.
Em 6 de Abril, novos sinais foram captados, desta vez pelo navio australiano
Ocean Shield,
por duas vezes, a mil quilómetros da costa da Austrália.
Na primeira
vez, o ruído foi ouvido por mais de duas horas. A profundidade da
emissão foi calculada em 4 500 metros. O equipamento utilizado é chamado
Towed pinger locator (TPL),
[54]
que foi desenvolvido para captar
pings
emitidos pelas caixas-pretas submersas a grande profundidade. O
dispositivo é rebocado a baixa velocidade pela embarcação e pode chegar a
uma profundidade de 6 100 metros.
[55]
Foram registados dois sinais distintos, que teriam sido emitidos pelas
duas caixas-negras, uma do gravador de voz da cabine e outra do
registador de dados de voo.
Depois que a posição exacta dos sinais é
detectada, é enviado um
veículo autónomo ao fundo do mar para tentar localizar as caixas-negras e possíveis destroços.
[56]
No dia 8 de Abril, novamente foram captados mais dois sinais, um
durante quase seis minutos e outro durante 7 minutos. Como estes sinais
foram emitidos da mesma profundidade e localização dos anteriores, a
área de buscas passou a ficar mais restrita, condição essencial para a
utilização do veículo submarino autónomo.
[57]
Utilização de veículo submarino autónomo
O mini-submarino autónomo Bluefin
B-21 A ser colocado ao mar para a sua primeira missão, em 14 de Abril.
Entre os dias 14 e 17 de Abril, foram realizadas três missões com o mini-submarino autónomo
Bluefin 21, que pode identificar objectos através da criação de um mapa do fundo do mar, gerado a partir de emissões de
sonar.
O veículo foi enviado à área em que foram captados os sinais acústicos pelo TPL, rastreando cerca de 90 km
2,
mas nenhuma das incursões mostrou nada de significativo.
Cada missão
teve duração aproximada de 16 horas e o equipamento chegou a ultrapassar
a profundidade operacional recomendada pelo fabricante, que é de 4 500
metros.
[58]
Entre 18 e 21 de Abril, mais cinco incursões do
Bluefin 21
foram realizadas, totalizando oito operações em uma semana. Foram
rastreados dois terços da superfície delimitada, sem nenhum sucesso.
[59]
Entre 22 e 25 de Abril, foram realizadas mais cinco incursões,
totalizando treze operações. Passadas quase sete semanas desde o
desaparecimento, com 95% da área de busca pesquisada, nenhum destroço ou
resquício do avião foi localizado.
[60]
8-3-2018
Final das buscas aéreas
Em 30 de Abril as buscas aéreas foram encerradas de forma oficial.
[61]
Nova fase de buscas
Decorridos
sete meses do desaparecimento, sem que tivesse sido descoberto qualquer
vestígio, as buscas submarinas foram retomadas em 6 de Outubro de 2014,
utilizando equipamentos de sonar com capacidade para submergir a até
seis mil metros de profundidade.
[62]
As buscas submarinas continuaram sem nenhum resultado. Em 29 de Janeiro
de 2015, quase onze meses depois do desaparecimento, o Departamento de
Avião Civil da Malásia declarou que o desaparecimento do voo MH370 foi
oficialmente considerado um acidente e todos os 239 ocupantes a bordo
também considerados oficialmente mortos. Esta decisão estaria em
conformidade com as normas internacionais de aviação civil.
[1] Até Março de 2015, a área de buscas foi calculada em 60 mil quilómetros quadrados.
[63]
Encontradas partes do avião ( ? )
No final de Julho de 2015, foi encontrada uma parte da asa da aeronave no litoral da
ilha de Reunião, próxima a
Madagascar.
A peça, encontrada por moradores durante uma limpeza da praia, foi
submetida a uma perícia por especialistas e identificada como sendo do
MH370. Além desta peça, foram encontradas almofadas de poltronas e
janelas de avião, que as autoridades acreditam ser também da mesma
aeronave.
[64]
Dois destroços, encontrados a 27 de Dezembro de 2015 e a 27 de
Fevereiro de 2016 em dois locais separados por 220 quilómetros, perto de
Moçambique pertencem "quase com toda a certeza" ao voo MH370. As duas
peças faziam parte da fuselagem do Boeing 777.
[65]
Encerramento
Em Janeiro de 2017 e quase após três anos do acidente, as buscas foram
oficialmente terminadas. Autoridades oficiais da Austrália, Malásia e
China concordaram que as actividades terminariam quando considerassem a
zona de busca definida exausta. Com um custo estimado em 160 milhões de
dólares é a mais complexa e cara na história da aviação.
Investigações
Suspeita de acto terrorista
A
Boeing anunciou que montou uma equipe de especialistas para prestar assistência técnica aos investigadores.
[66] As autoridades descobriram que dois passageiros embarcaram com passaportes de outras pessoas, roubados meses antes na
Tailândia, o que levou a uma suspeita de ato terrorista. Esses passaportes eram do italiano Luigi Maraldi e do austríaco Christian Kozel.
[21][67]
Os passageiros que embarcaram com os passaportes roubados foram
identificados pela polícia como sendo Pouria Nour Mohammad Mehrdad, de
19 anos e Delavar Seyed Mohammad Reza, de 29 anos, ambos de
nacionalidade iraniana.
[68]
A suspeita de ato terrorista foi reforçada pelo fato de qua o avião
teria feito uma manobra não prevista e não comunicada pela tripulação.
Além disso, a região não apresentava problemas meteorológicos e o
equipamento electrónico da aeronave não enviou automaticamente sinais por
satélite.
[21]
Descobriu-se também que cinco passageiros fizeram
check-in, mas não compareceram ao balcão de embarque e suas bagagens, que já estavam no avião, foram retiradas antes da descolagem.
[20]
As investigações seguiram também outras pistas, como por exemplo um relato feito por um funcionário de uma plataforma de
petróleo que fica localizada no mar do sul da
China; ele afirmou ter visto um objecto em chamas no céu durante as primeiras horas do sábado.
Outras suspeitas
No
curso das investigações iniciais, a hipótese de ato terrorista foi se
tornando menos provável. Os dois iranianos que embarcaram com
passaportes roubados tinham reservas para irem para a
Europa,
o que levantou suspeitas de que poderiam ser simplesmente criminosos ou
imigrantes ilegais, que costumam viajar portando documentos falsos ou
roubados.
[69]
Outras possibilidades foram sendo também investigadas além do
sequestro, entre as quais estavam sequestro (não vinculado a ato
terrorista), sabotagem e problemas psicológicos e pessoais de
passageiros ou membros da tripulação.
[70]
Alguns parentes dos desaparecidos relataram à Malaysia Airlines e às autoridades que, mesmo três dias depois do incidente, os
telefones móveis das vítimas ainda davam sinal de chamada e alguns ainda apareciam
on line no serviço de mensagens chinês
QQ.
A companhia aérea também teria ligado para os telefones da tripulação,
que tocaram, sem ninguém atender. Os números foram encaminhados para as
autoridades chinesas.
[71]
Investigação da tripulação e passageiros
A
Malaysia Airlines
investigou também relatos de uma turista australiana que acusou o
copiloto Fariq Ab Hamid, de tê-la deixado entrar na cabine de comando
junto com uma amiga, durante um voo em 2011, o que violaria as normas de
segurança da companhia.
[72]
No dia 15 de Março, policiais malaios foram à casa do piloto Zaharie
Ahmad Shah, depois que o primeiro-ministro da Malásia afirmou que os
sistemas de comunicação do avião foram desligados antes de alterar a
rota, voando por horas na direcção oeste.
[73]
Na casa do piloto foi encontrado um simulador de voo montado por ele
próprio. O ministro da Defesa da Malásia, Hishammuddin Hussein, informou
que alguns dados do simulador foram apagados e que os técnicos estavam a tentar recuperar as informações apagadas. O simulador supostamente
teria cinco pistas para simulação de aterragem nas
ilhas Maldivas,
Diego Garcia, na
Índia e no
Sri Lanka.
[74] Posteriormente, os investigadores concluíram que não havia nada suspeito no simulador.
As autoridades malaias continuaram a investigar, além do piloto e do
copiloto, os outros membros da tripulação e passageiros que estavam no
voo.
[33]
Uma das investigações mais detalhadas recaiu sobre Mohd Khairul Amri
Selamat (nº 108 da lista do manifesto de embarque da Malaysia Airlines),
[18]
um passageiro malaio de 29 anos, engenheiro aeronáutico. Apesar de sua
experiência em aeronaves executivas, as autoridades acreditaram que
poderia ter conhecimento técnico sobre os sistemas de comunicação do
Boeing 777.
Ajuda de outros países
A evidência de que o voo continuou por várias horas depois de ter
saído das telas dos radares, fez com que a Malásia pedisse ajuda nas
investigações aos governos de
Bangladesh,
Mianmar,
Laos,
Cazaquistão,
Quirguistão,
Paquistão,
Turcomenistão,
Uzbequistão e
França, além de
Austrália,
China,
Indonésia,
Tailândia e
Vietname, que já estavam participando das operações internacionais de procura.
[75]
Os
EUA também ajudaram, com um navio de busca e um avião de vigilância
P-8 Poseidon no
Golfo de Bengala e no
Mar de Andaman.
O
contratorpedeiro norte-americano
USS Kidd seguiu para norte do
Estreito de Malaca. Um outro contratorpedeiro que participa nas buscas é o
USS Pinckney, em
Singapura.
[76]
A rede de comunicações
WNYC,
[77] de Nova York, utilizando o simulador de voo
X-Plane,
concluiu que havia 634 pistas em que o avião poderia pousar, dentro do
alcance possível do voo. Na lista, apareciam pistas em países distantes
como
Maldivas,
Mongólia,
Micronésia e
Japão.
[78]
Prováveis rotas: os dois corredores
A
partir de 16 de Março, as buscas passaram a ser feitas ao longo de dois
prováveis corredores, por onde o avião poderia ter seguido, após o
último sinal captado pelos satélites, chamados de "corredor norte" (da
Tailândia até e fronteira Cazaquistão-Turcomenistão) e "corredor sul"
(da Indonésia até o Oceano Índico).
Este rastreamento foi feito pela fabricante e operadora de satélites
Inmarsat em conjunto com o Escritório britânico de Investigação sobre
Acidentes Aéreos (AAIB em inglês), que consideraram a velocidade
estimada da aeronave em piloto automático e o combustível teoricamente
disponível. Mesmo com os sistemas de comunicação desligados, os
satélites captaram os sinais provenientes do avião.
[79]
Os sinais, que utilizam uma tecnologia de teste de conectividade entre equipamentos chamada
ping,
foram emitidos pelos equipamentos do avião durante cinco horas depois
de ter saído do espaço aéreo da Malásia. Foi uma utilização inédita da
tecnologia neste tipo de investigação.
[80]
Relatório das buscas submarinas
Em 26 de Junho de 2014, a ATSB (
Australian Transport Safety Bureau
- Agência Australiana para a Segurança dos Transportes) emitiu um
relatório das buscas submarinas. A agência foi responsável por definir a
área de buscas, de aproximadamente 60 mil km
2.
[81]
Comparação com o Voo Air France AF447
A queda do voo MH370 no mar, em uma região de grande profundidade, foi comparada à queda do
Voo AF447 da
Air France em 2009 no
Oceano Atlântico,
em uma região onde a profundidade chegava a quase 4 000 metros. As
dificuldades para encontrar os destroços, naquele acidente, fizeram com
que as autoridades aeronáuticas europeias recomendassem algumas
modificações para facilitar o rastreamento em operações de busca
difíceis como estas. Embora os destroços do voo da Air France tenham
sido localizados 2 dias após o desaparecimento do voo, as caixas pretas
só foram recuperadas dois anos depois da queda.
Segundo especialistas, se tais recomendações já tivessem sido colocadas em prática, poderiam facilitar as buscas do MH370.
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Entre as recomendações pedidas pelo
BEA,
agência de investigação francesa para acidentes aeronáuticos, que foi
responsável pelo relatório final daquele acidente, estão:
- aumento da autonomia das baterias das caixas-negras de trinta para noventa dias;
- aumento do alcance do sinal emitido pelas caixas-pretas de dois para quarenta quilómetros;
- alteração da programação do ACARS, para envio de mensagens automáticas em tempo real e com intervalo menor entre elas, em caso de pane ou emergência;
- aumento do tempo de gravação de voz da cabine de duas para quinze
horas, fornecendo mais informações para a investigação das causas.
Por minha parte, autor deste blogue, como minha modesta homenagem acrescento um livro que tenta trazer alguma luz sobre o assunto. A ler !