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Já pagou a despesa dos bancos privados?
Lembre-se, há um palavrão para labregos: ‘riscos sistémicos’. Pague e
não faça perguntas, deixe isso aos especialistas. Repita: ‘a via do
crescimento’ são cortes de pensões, salários e componentes sociais.
Obedeça aos mercados. Quando ouvir a palavra ‘social’ significa que
estão a dar 10, mas a tirar 20.
Quem manda são os mercados e a democracia é produto fora de prazo. Se
em países que já não são soberanos acrescentarmos maus políticos mas
espertos, só podemos avançar para formas renovadas de pobreza. Aprenda a
suportar isto tudo, faça de conta que não é nada consigo, olhe, faça
umas compritas e veja muita televisão.
Sabia que em sete anos vão vender a TAP pela segunda vez? Em 20 anos
quantas vezes o Estado socialista venderá a TAP? Sabe que entretanto
saíram do seu bolso perto de 4 mil milhões de euros? Esses milhões são
vitais, num país tão pobre, para serviços e bens públicos de que as
pessoas precisam. No país do faz de conta, tudo é uma fachada, menos as
habilidades e o sarro da pobreza remediada.
Lembra-se dos ‘choques tecnológicos’, dos ‘simplex’,
programas de informatização e digitalização e essa conversa toda. Foram –
são – centenas de milhões de euros. Onde estão os resultados? Tretas.
Um exemplo, o jovem estudante em Lisboa com menos 23 anos que queira
ter o passe para viajar nos transportes públicos necessita de comprovar a
idade, que vive em Lisboa e está inscrito num estabelecimento de
ensino. Ora, se esse jovem se apresentar nos guichets de atendimento com
o comprovativo do domicílio fiscal, o cartão de cidadão e o certificado
de matrícula, estes não são aceites como prova. No país dos biliões em
computadores são necessários carimbos, fotocópias e filas de dias. Falta
uma folha específica, onde depois de dois carimbos da
universidade/escola, o impresso preenchido pelo aluno com o nome, a
idade, o que estuda; depois de três dias em filas, terá acesso a esse
transporte gratuito. O cartão de cidadão e o documento da escola não
servem.
Diz-me um amigo, Portugal é para espertos e para os do partido: «Em
Portugal digitalizou-se a burocracia, dando milhões às consultoras, mas
não se digitalizam os processos, eliminando a maior parte deles, pois
senão como é que a imensidão do aparelho prestaria vassalagem aos
mestres?... Não existem repartições de Finanças em Inglaterra… foram
eliminadas e tudo funciona com um profissionalismo e eficiência
incríveis!».
Some os milhões de exemplos lusos de como cada um de nós perde
dezenas de dias por ano em burocracia inútil e funcionalismo público
redundante e terá a soma de anos do nosso atraso. Lembre-se, um
funcionário público que trabalhe bem ou mal, ganha o mesmo, os critérios
de promoção são os critérios portugueses….
Neste país os jovens saem de casa só aos 35 anos – quem sai – e
ganharão menos de 900 euros, mas um T1 custa 400 mil euros e um carro em
segunda mão 18 mil euros.
Qualquer pai tem uma obrigação fundamental, se ama verdadeiramente os
seus filhos e estes não são de uma juventude partidária, de
convencê-los a sair deste buraco que nos torna pequeninos e pobres.
Sair é fundamental, significa esperança e futuro, não irão para o paraíso, mas não viverão nesta podridão dourada a sol.
Vejo o rosto dos socialistas a rirem-se no parlamento e os seus
irmãos social-democratas a espreitarem e a esperarem a sua vez.
O grande Incêndio da Serra de Sintra de 1966 foi o mais grave incêndio
ocorrido na serra de Sintra, totalizando 50 quilómetros quadrados de
área ardida. Um simples descuido, na zona da Lagoa Azul, esteve na sua
origem, segundo investigação da Polícia Judiciária.
O
grande Incêndio da Serra de Sintra foi no dia 6 de Setembro de 1966. Em
Setembro de 1966, a serra de Sintra era motivo de notícia, nos jornais
nacionais e estrangeiros. Não pela sumptuosidade do seu património
histórico-natural, mas antes, devido à violência com que o fogo a
devastava e às circunstâncias dramáticas em que haviam morrido, durante
os trabalhos de extinção, 25 militares do Regimento de Artilharia Anti-Aérea Fixa de Queluz (RAAF).
No grande Incêndio da Serra de Sintra o
fogo lavrou – com intensidade brutal – entre os dias 6 e 12 de Setembro.
As chamas irromperam na Quinta da Penha Longa, alastrando à Quinta de
Vale Flor, Lagoa Azul e Capuchos.
Em diversos momentos, a situação
apresentou-se incontrolável, sendo favorecida por elevadas temperaturas e
constantes mudanças de vento forte. Vários pontos de referência de
Sintra estiveram sob risco elevado, caso do Palácio de Seteais, Palácio
de Monserrate e Parque da Pena, entre outros.
A própria localidade de S. Pedro de
Sintra chegou a correr perigo. A presença, no ar, de corpos
incandescentes, originou focos de incêndio noutros pontos do concelho –
Albarraque, Cacém, Colares, Gouveia, Magoito, Mucifal, Pinhal da Nazaré,
Praia Grande e Praia das Maçãs – obrigando à dispersão dos meios de
combate.
Foram mobilizados todos os corpos de
bombeiros do distrito de Lisboa, aos quais se juntaram, ainda, por
absoluta necessidade de reforços, pessoal e material de Caldas da
Rainha, Elvas e Leiria. Também várias forças militares e militarizadas
integraram o dispositivo de luta contra o fogo. Ao todo, estiveram no
terreno, mais de quatro mil homens em acção.
A Lagoa Azul e o largo do Palácio
Nacional de Sintra foram, em termos estratégicos, os locais escolhidos
para concentração dos meios de combate. “Sintra: uma vila ocupada”,
escrevia o jornal Diário de Notícias, em 10 de Setembro de
1966, ao legendar uma foto que registava o abastecimento de veículos de
bombeiros e militares, defronte do vulgarmente designado “Palácio da
Vila”.
O actual edifício do Museu do Brinquedo,
ao tempo quartel-sede dos Bombeiros Voluntários de Sintra, acolheu o
“quartel-general de combate e alerta”. Toda a região de Sintra ficou
envolta numa enorme nuvem de fumo – negro e espesso – sendo visível a
vários quilómetros de distância.
À noite, um “medonho clarão”, que se
avistava de Lisboa e arredores, fez convergir, diariamente, muitas
pessoas a Sintra, para assistirem, de perto, ao gigantesco incêndio.
Enquanto uns tinham a atenção centrada no rasto de destruição, outros
combatiam o fogo até à exaustão, com todos os meios ao seu alcance.
Serviu para amenizar o cansaço, a
corrente de solidariedade desencadeada pelas gentes de Sintra. Por
exemplo, conforme destacado pela imprensa, “restaurantes, cafés e
pensões serviram, gratuitamente, alimentos a bombeiros e soldados”.
Combate eficaz apesar da falta de meios
Em 1966, ao contrário de outros países,
não existiam, em Portugal, meios aéreos para o combate a incêndios. Por
outro lado, os veículos de bombeiros não dispunham de tracção às quatro
rodas e muito menos de depósitos de grande capacidade e de bombas de
grande débito.
Muitas das frentes de incêndio foram
debeladas com recurso, entre outras técnicas, ao batimento do fogo, quer
com ramos de árvores, quer com material sapador, saldando-se num
trabalho deveras penoso e extenuante.
Calcule-se, portanto, as difíceis
condições enfrentadas pelo pessoal combatente, na presença de altas
temperaturas, agravadas pelas características dos uniformes utilizados
na época, com destaque para o capacete de latão e botas de borracha.
Apesar das condições de extrema
adversidade e da ausência de meios, incluindo sistema de
telecomunicações, bombeiros e militares defenderam, com êxito, o
património edificado de Sintra e evitaram que o fogo atingisse maior
número de área arborizada.
A abundância de mato ressequido
constituiu um dos maiores inimigos enfrentados pelos bombeiros e, por
sua vez, representou um dos maiores amigos da combustão.
Na altura, havia sido determinada a
proibição de apanhar mato na serra. Como tal, a falta de limpeza dos
terrenos foi um dos factores considerados na avaliação das causas da
rápida propagação do incêndio. A este respeito, importa referir que o
conceito de prevenção, mesmo ao nível da antiga Direcção-Geral dos
Serviços Florestais e Aquícolas, não tinha as incidências dos dias de
hoje.
Vegetação rara da serra sofreu danos
bastante consideráveis, antevendo os técnicos, desde logo, a difícil
probabilidade do seu florescimento. Os parques da Pena e de Monserrate
salvaram-se, ao contrário da Tapada do Mouco, onde os prejuízos
atingiram quase a totalidade da sua área. Os terrenos de particulares
foram os mais castigados.
A Serra de luto
Grande parte da serra perdeu a sua
beleza e viu-se convertida num horizonte negro, como a significar um
manto de luto. Luto, também, pela perda de 25 vidas humanas. Tudo
aconteceu na noite de 7 de Setembro, em baixo do Alto do Monge, junto
das minas de água, numa altura em que o fogo atingiu o seu máximo.
Um grupo de militares do RAAF que
operava no local, sem preparação adequada para o combate a incêndios,
deixou-se cercar pelas chamas. A detecção dos seus corpos carbonizados –
diz quem testemunhou a tragédia – foi “chocante”.
Desejada por todos, só a queda de chuva
permitiu a extinção do incêndio. No dia 12, às sete da manhã, chegava
finalmente a solução para um problema que parecera não ter fim: a chuva
caía sobre Sintra. Apesar disso, numa medida de prevenção, alguns meios
dos bombeiros permaneceram vigilantes no local, de modo a fazer face a
inevitáveis reacendimentos. Somente, no dia 25, foram dadas por
concluídas todas as operações.
O grande Incêndio da Serra de Sintra de
1966 foi o mais grave incêndio ocorrido na serra de Sintra, totalizando
50 quilómetros quadrados de área ardida. Um simples descuido, na zona da
Lagoa Azul, esteve na sua origem, segundo investigação da Polícia
Judiciária.
A experiência vivida pelos bombeiros, na
serra de Sintra, suscitou um conjunto de reflexões, no domínio
organizativo da prevenção e do combate, cuja essência permanece actual e
continua a alimentar, repetidamente, no país, na época de Verão, o
debate sobre o flagelo dos incêndios florestais.
Ao estudo do assunto, privilegiando uma
visão sistémica e nacional, dedicaram-se dois comandantes de bombeiros
do concelho de Sintra: Mário Ferreira Lage (BV S. Pedro de Sintra) e
José Maria de Magalhães Ferraz (BV Algueirão-Mem Martins).
Já em 1966, à semelhança do que se
verifica nos nossos dias, era defendido um trabalho a montante e
interligado entre várias entidades intervenientes na problemática dos
incêndios florestais.
Vinte anos depois na Serra de Sintra
20 anos depois do grande Incêndio da
Serra de Sintra, em 1986, por ocasião do 20.º aniversário do grande fogo
na serra de Sintra, os nove corpos de bombeiros do concelho de Sintra
(Agualva-Cacém, Algueirão-Mem Martins, Almoçageme, Belas, Colares,
Montelavar, Queluz, S. Pedro de Sintra e Sintra), em articulação com a
Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), decidiram evocar a efeméride,
promovendo para o efeito um conjunto de actividades que vieram a
cumprir-se nos dias 6 e 7 de Setembro.
No primeiro dia, a respectiva
programação compreendeu a inauguração de uma exposição retrospectiva do
sinistro, na Sala das Galés do Palácio Nacional de Sintra, a inauguração
da Mostra Filatélica do Selo Alusivo ao Bombeiro, na Praça da
República, n.º 20, e um colóquio subordinado ao tema “Prevenção e
Protecção Contra Incêndios na Serra de Sintra”, na Sala da Nau do
Palácio Valenças.
No dia 7, concelebrou-se no Alto do
Monge uma missa por intenção dos militares que perderam a vida durante o
incêndio, a qual foi presidida pelo padre Vítor Melícias, na qualidade
capelão da LBP, e transmitida em directo pela Radiodifusão Portuguesa.
À tarde, com um percurso compreendido
entre a Avenida dos Combatentes da Grande Guerra e o Terreiro Rainha D.
Amélia, realizou-se um desfile dos corpos de bombeiros que intervieram
em 1966, cujo comando das forças em parada esteve a cargo do prestigiado
comandante Artur Lage, dos Bombeiros Voluntários de Agualva-Cacém.
A assisitir ao desfile, que foi seguido
de uma cerimónia evocativa, no Terreiro Rainha D. Amélia, defronte do
Palácio Nacional de Sintra, esteve o ministro de Estado e da
Administração Interna, Eurico de Melo, que tomou assento na tribuna de
honra, entre outras entidades.
Antes, porém, em Junho de 1970,
integrada nas Festas do Concelho de Sintra, ocorreu no mesmo local a
cerimónia de imposição de medalhas de Abnegação e Serviços Distintos de
Mérito Florestal aos corpos de bombeiros que combateram o incêndio, bem
como ao RAFF, Legião Portuguesa e Cruz Vermelha Portuguesa.